Paulete durante a apresentação da situação finance
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A dívida de R$16 milhões recebida por Cesinha foi definida por ele como sendo a "maior da historia de Cataguases". Em resposta, ouviu dos vereadores Serafim Spíndola e José Augusto Titoneli que ele recebeu também o "maior orçamento da história". Mas este trecho da Audiência Pública realizada na noite desta segunda-feira, 15, na Câmara Municipal de Cataguases, para que o Poder Executivo apresentasse a real situação financeira da Prefeitura, dá a falsa impressão de que o clima foi de tensão e de cobranças. Ao contrário. Tudo transcorreu normalmente, sem sobressaltos ou ataques. No final, o que se viu foi um clima de harmonia e de entendimento. Pelo menos aparente.
O prefeito Cesinha Samor foi à Câmara Municipal e levou consigo todo o seu secretariado e principais assessores. Lá, seu Secretário de Finanças, Paulo Sérgio Ferreira de Souza, o Paulete, fez a apresentação da dívida recebida pelo atual governo, destacando diversas vezes que não iria citar nomes e que não falaria sobre administrações anteriores. Ele também fez questão de deixar claro que desde primeiro de janeiro deste ano a dívida da Prefeitura é de responsabilidade da atual administração acrescentando que "vamos honrá-la e temos meios para fazer isto".
A dívida está, em sua maior parte - pouco mais de R$9 milhões - escalonada a longo prazo e, portanto, ultrapassa o mandato de Cesinha que terá sob sua responsabilidade pagar as quarenta e oito prestações de seu mandato. A de curto prazo, cerca de R$4 milhões e meio, vence na gestão do atual prefeito e também está negociada, conforme revelou Paulete. O problema enfrentado pelo Executivo, ainda de acordo com o Secretário de Finanças municipal, é que os recursos que chegam são destinados quase que em sua totalidade ao pagamento destes compromissos.
"A saída é buscar o equilíbrio fiscal", disse, revelando outro número importante: o valor da dívida ativa, que são recursos provenientes de pagamentos de impostos e taxas municipais devidos pelos cidadãos cataguasenses, como IPTU e ISS que hoje somam cerca de R$19 milhões. "Se recebermos este dinheiro resolveremos os problemas de caixa da Prefeitura", disse, acrescentando que vai cobrar esta dívida do contribuinte. Além disso, ele citou outras medidas de contenção como economia na conta de energia elétrica, proibição de compras pelas secretarias, revisão de valores de aluguel de imóveis ocupados pelo Executivo, além da realização de concurso público "que vai enxugar a folha da Prefeitura".
Cesinha também falou em demissão de contratados "em breve" salientando que "esta medida vai doer, mas tenho que tomá-la para o bem de Cataguases", acrescentou. Dizendo que não estava de "xororô" ao revelar a situação financeira da Prefeitura, Cesinha destacou que a realidade "engessa e emperra" as ações do Executivo Municipal e revelou que o montante da dívida anunciada não estão incluídas as pendências judiciais como precatórios (R$784 mil) e a dívida com o Hospital de Cataguases, também sub judice, e que hoje é de R$1.361.000,00.
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