Em 01/01/1969 às 14h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou de surpresa de Cuba nesta segunda-feira, após mais de dois meses se recuperando de uma cirurgia contra o câncer que ameaça encerrar seus 14 anos na Presidência do país exportador de petróleo, disseram ministros e o próprio Chávez.
O líder socialista, de 58 anos, passou por uma operação com seis horas de duração em Cuba no dia 11 de dezembro. Chávez não era visto nem ouvido em público desde então, até que fotos dele foram publicadas na sexta-feira.
"Voltamos à pátria venezuelana. Obrigado, meu Deus! Obrigado povo amado. Aqui continuaremos o tratamento", disse Chávez no Twitter.
Assessores confirmaram a notícia do retorno do presidente.
Havia especulações de que Chávez não estaria bem o bastante para viajar apesar de desejar voltar à Venezuela para dar prosseguimento ao tratamento contra o câncer, que foi diagnosticado pela primeira vez em junho de 2011.
Mas o vice-presidente Nicolás Maduro disse que Chávez desembarcou de madrugada e estava internado em um hospital militar de Caracas.
O retorno de Chávez certamente será comemorado por seus simpatizantes no país com 29 milhões de habitantes, onde suas políticas de bem-estar social fizeram dele um herói para os pobres.
Fogos de artifício foram ouvidos em alguns bairros de Caracas após a divulgação da notícia da volta do presidente, e muitos "chavistas" celebraram nas ruas.
COMEMORAÇÃO COM FOGOS
O vice-presidente Maduro disse que Chávez desembarcou de madrugada e estava internado em um hospital militar de Caracas, onde uma multidão rapidamente se formou cantando e dançando.
O retorno de Chávez provocou comemorações de seus simpatizantes ao redor do país de 29 milhões de habitantes, onde suas políticas de bem-estar social fizeram dele um herói para os pobres.
"É uma notícia fabulosa, a melhor coisa possível", disse à Reuters o primo de Chávez Guillermo Frias, falando da área rural onde o presidente nasceu, no Estado de Barinas. "A Venezuela estava esperando por ele, todo mundo quer vê-lo. Bem-vindo de volta! Graças a Deus ele voltou!"
Fogos de artifício foram ouvidos em alguns bairros de Caracas após a divulgação da notícia da volta do presidente, e muitos "chavistas" celebraram nas ruas.
Ministros comemoraram bastante, um deles cantando "Ele voltou, ele voltou" ao vivo na TV estatal. Maduro afirmou: "Estamos muito felizes".
A operação de Chávez em Havana foi a quarta contra o câncer diagnosticado pela primeira vez na região pélvica em junho de 2011.
Na sexta-feira, o governo publicou fotos mostrando Chávez deitado numa cama de hospital em Cuba. Autoridades disseram que ele estava respirando com a ajuda de um tubo traqueal e com dificuldades para falar.
Nos últimos dias, assessores de Chávez enfatizaram que as condições permaneciam delicadas. "É um situação complexa, difícil, mas Chávez está lutando e combatendo por sua vida", disse o chanceler Elias Jaua durante o fim de semana.
POSSÍVEL ELEIÇÃO
A oposição tem criticado o governo pelos segredos sobre as condições de Chávez, e alguns adversários cobraram uma declaração formal de que ele não tem condições de governar. Assim uma nova eleição teria de ser convocada em 30 dias, provavelmente entre Maduro e o líder oposicionista Henrirque Capriles.
"A incerteza sobre uma possível eleição presidencial permanece intacta, apesar da volta do presidente", disse o analista político Luis Vicente Leon.
Após ser reeleito em outubro do ano passado, e ter se declarado curado da doença, Chávez não pôde comparecer a sua própria cerimônia de posse em janeiro porque precisou viajar de urgência para uma nova operação em Cuba.
Apesar disso, a Suprema Corte da Venezuela decretou que ele continuava como presidente e poderia tomar posse em outro momento, o que enfureceu a oposição. Ele agora poderia tomar posse até mesmo no hospital.
"Agora que o presidente está de volta, não pode haver dúvida sobre as instituições democráticas na Venezuela", disse o ministro da Informação, Ernesto Villegas.
A volta de Chávez ofuscou um debate nacional sobre a recente desvalorização da moeda local. A medida foi considerada muito impopular entre os venezuelanos, e os partidos de oposição tentaram relacioná-la como um sinal da incompetência econômica do governo.
Fonte: Reunters