16/07/2015 às 16h59m - Atualizado 24/07/2015 às 14h38m


A nobre destinação de um cristal

Primeiro de junho de 1989 marca a colocação do cristal sagrado no pináculo do Templo da Boa Vontade, uma das sete maravilhas de Brasília/DF, poucos meses antes da inauguração, em 21 de outubro. A ideia de uma pedra no ápice do monumento constava desde os planos iniciais. Traria a luz do sol para o interior da Pirâmide de Sete Faces, elevando o ambiente e permitindo, como tantos afirmam, a cromoterapia. Os dias passavam velozes e nada de aparecer o mineral na proporção correspondente ao lugar a ele destinado.

Desígnio divino
Como resolver esse impasse? O desígnio divino tinha a solução para a difícil empreitada. Em 16 de março daquele ano, ao voltar de Brasília, onde estive acompanhando as obras do Templo da Paz, assisti a uma reportagem de um telejornal.
Foi assim: encontrava-me no meu gabinete de trabalho em São Paulo. Era alta noite. Ligo o aparelho na antiga TV Manchete. O noticiário já estava pela metade. O que aconteceu? Vi o minério rapidamente e o pessoal dizendo que era o maior cristal puro no mundo. No mesmo instante, telefonei para o estimado Haroldo Rocha, responsável, na época, pela LBV na capital da República, e disse-lhe: — "Haroldo, acabei de ver isso na TV Manchete. Vá buscar essa pedra, por favor. Se não a trouxer (aí dei uma boa gargalhada), não precisa nem voltar. Retorne, mas a traga, porque é o que procuramos". Na manhã seguinte, matérias a respeito do assunto pululavam na mídia.

Haroldo, então, se dirigiu a Cristalina/GO. Passou o dia inteiro lá. Havia muitos estrangeiros no local. Todos querendo o grande quartzo. Pacientemente, esperou sua vez. Chegando o fim da tarde, pôde falar ao garimpeiro Chico Jorge da necessidade de levar aquela pedra, que seria posta em um lugar especial. Descreveu-lhe o Templo da Boa Vontade em construção. Foi quando, ao se aproximar deles, a esposa do minerador interveio: "Chico, você vai passar essa pedra para o Templo, porque eu sou ouvinte da LBV e gosto muito dela". Em resumo foi assim. Haroldo retornou, trazendo a pedra que se encontra hoje gloriosamente cravada no pináculo do TBV. O que mais impressiona nessa história é que, naquela mesma semana, a mulher do garimpeiro, dona Maria de Lourdes, lembrou-se de um sonho no qual o marido achava uma pedra que teria uma nobre destinação. Nestes 20 anos, esse belo cristal irradia a luz do Amor de Deus, fortalecendo, ainda mais, a vocação mística da capital brasileira. 

Ao casal Chico Jorge e Maria de Lourdes, a gratidão dos milhões de peregrinos que, ao entrarem na nave da Pirâmide das Almas Benditas, dos Espíritos Luminosos, são beneficiados pela saudável energia espargida do cristal do Templo da Boa Vontade. 

Carta especial
Em correspondência a mim dirigida, o leitor G. P. S., hoje cumprindo pena num presídio, conta que, por intermédio de sua mãe, chegou-lhe às mãos uma das obras de minha autoria: "Quero dizer que há muito tempo tenho acompanhado o trabalho da LBV, o qual tem toda a simpatia de minha parte, e que particularmente acho que é o mais importante que temos no país, principalmente na área social. (...) No início deste mês, a minha mãe me mandou um sedex, pois me encontro encarcerado, e entre os materiais de que necessito mandou-me também o seu livro ‘Em Pauta — Coletânea de artigos publicados’. Esses artigos muito me impressionaram, uma leitura que tocou o meu coração. Que Deus o abençoe grandemente. Um forte abraço".

Sinto-me gratificado em saber que esses meus modestos escritos lhe estejam reconfortando a alma.


Autor: Paiva Netto

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09/07/2015 às 14h36m


Criança, um expoente da Natureza

Em 19 de agosto de 1982, ante as estatísticas da guerra no Oriente Médio, a Assembleia-Geral das Nações Unidas, numa sessão extraordinária de emergência, estabeleceu 4 de junho Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão.

O Brasil não vivencia propriamente guerras convencionais, mas a violência contra os pequeninos se faz presente no descaso, na exploração, incluída a abominável sexual, na omissão de famílias ou da sociedade. Em artigo publicado na revista Boa Vontade, edição no 229, o sociólogo e secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo Floriano Pesaro chama-nos a atenção, por exemplo, para a triste realidade do trabalho infantil. Trago-lhes aqui um trecho:

"O aumento do número de crianças de rua está intimamente relacionado com a pobreza nos centros urbanos. (...) Filhos desse ‘bolsão metropolitano de pobreza’, as crianças que vemos pedindo esmola, fazendo malabares e vendendo balas nos faróis migram para as regiões centrais de São Paulo a fim de trabalhar. Longe de casa e dos bancos escolares, estão expostas à violência moral, física e sexual. Na maioria das vezes, o dinheiro arrecadado não fica com elas, tampouco com as suas famílias. Estimativas revelam que dois terços do que uma criança ganha em um farol (em média, 30 reais por dia) vão parar nas mãos de um aliciador. (...)

"Urge trabalharmos em rede, com sinergia e sincronismo, estabelecendo papéis e diretrizes claras e compromissos concretos para a erradicação definitiva do trabalho infantil, bem como evitar sobreposições de tarefas e desperdício de recursos". 

Atuar incansavelmente pelo bem-estar das famílias, em especial de crianças e adolescentes em risco social, é uma das principais atribuições da Legião da Boa Vontade, há mais de seis décadas. O esclarecimento das massas, pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica, é outra relevante missão sua. É essencial reconhecermos que, acima de tudo, temos deveres espirituais. Assim, os direitos humanos serão respeitados em sua integridade.


Meio ambiente e ecologia
Em 5 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia. Apesar das resistências, de uns tempos para cá cresce no mundo a preocupação ecológica. 

Vale ressaltar, contudo, como já me expressei na Folha de S.Paulo, em 10 de dezembro de 1989, que o ser humano e seu Espírito Eterno não são criações à parte da Natureza, mas os maiores expoentes. A riqueza deste orbe é a sua Humanidade, visível e invisível, ecologicamente conciliada com a fauna, flora e todo o meio ambiente.

Autor: Paiva Netto

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04/07/2015 às 19h39m


O crack e a mulher

Conforme recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas viciadas em crack no Brasil ultrapassa a impressionante marca de um milhão de usuários. Especialistas em saúde comparam a epidemia da aids na África à do crack em nosso país. Outro dado alarmante é a média de idade dos que o experimentam pela primeira vez: 13 anos. Contudo, engana-se quem acha que somente as camadas da sociedade em situação de pobreza estão à mercê desse perigo mortal. A droga também se faz presente nas classes sociais mais abastadas de modo devastador.
O desastroso abalo físico e mental provocado pela pedra de crack é disparado na primeira ocasião em que se acende o cachimbo artesanal — poderia se dizer infernal —, pois não arruína apenas a vida do usuário, mas a de toda a família. A ilusória sensação de bem-estar e de euforia fica tragicamente evidenciada pela progressiva degradação do corpo e da Alma dos dependentes. 
Segundo a dra. Solange Nappo, pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), "no início da entrada do crack no Brasil, mais precisamente em São Paulo/SP, o perfil do usuário era do sexo masculino. A presença de mulheres era pontual, algo raro. No princípio da década de 2000, começamos a receber indicativos e informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack".
Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, transmitido pela Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. "O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo", explicou.

Contaminação pelo HIV
Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV. 
Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: "Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe. Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV".
Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade.



José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. 
[email protected] — www.boavontade.com


Autor: Paiva Netto

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27/06/2015 às 09h42m


Doe vida

vida; doe sangue; pessoas; saudável

Não há nada mais valioso na Terra do que a existência humana. No planeta, somos os únicos seres conscientes da finitude física, embora prossigamos nossa jornada de aprendizado, no âmbito espiritual, após o fenômeno chamado morte. A partir do momento que valorizamos a vida desde o seu estágio físico, construímos, verdadeiramente, uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica.
A doação de sangue, aplaudível vereda que aproxima o ser humano de sua humanidade, é indispensável em favor de tantos que lutam para sobreviver. 
No Brasil, em período de férias e feriados, justamente quando ocorrem mais acidentes de todo tipo, cresce a demanda por sangue e diminui o número de doadores. Um cálculo cujo saldo preocupa os hemocentros do país.

Déficit nacional
Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), a dra. Selma Soriano, médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue de São Paulo, fez um apelo: "Que a população antes de tirar férias, de sair em viagem, faça a sua doação de sangue. Normalmente, a demanda de sangue em feriados aumenta em torno de 30%, e a doação cai em torno de 40%. Daí trabalharmos sempre com os estoques no limite. Desse modo, priorizamos o atendimento de urgência (...)".
A transfusão de sangue é imprescindível não somente no socorro às vítimas de graves acidentes, de catástrofes como deslizamentos de terra, inundações etc. A dra. Selma explica: "Precisamos, e muito, de doações de sangue no tratamento de pacientes que estão em Unidade de Terapia Intensiva; para os que lutam contra o câncer que, às vezes, carecem de reposição de sangue; e para os pacientes de transplante de órgãos. No caso de doenças congênitas, temos a hemofilia. Isso sem falar nas cirurgias. Nas de grande porte, 60% delas necessitam de transfusão de sangue".
Segundo o Ministério da Saúde, 3,5 milhões de pessoas doam sangue anualmente no Brasil. Está longe de ser o ideal, já que deveríamos ter cerca de 5,4 milhões de doadores. Para suprir esse déficit são feitas campanhas de apelo à sociedade. "Temos 1,8% da população brasileira que doa sangue, e a gente deveria estar entre 3% e 5%. Faltam componentes sanguíneos para algumas situações específicas", revela a hematologista.

Minutos que salvam
Que essa ação caritativa se torne um hábito saudável e permanente, já que é algo que não exige sacrifício algum. "Entre a pessoa chegar a um banco de sangue e fazer a sua doação, ela permanece de 40 a 50 minutos no máximo. O ato em si, propriamente dito, leva apenas 7 minutos", afirma a dra. Selma.
Inúmeros são os postos de coleta no Brasil. No site www.prosangue.sp.gov.br, você encontra vários deles e se informa quanto aos requisitos básicos para ser um doador de sangue.
Eis nosso contributo no esclarecimento geral a respeito desse importante assunto. Doar sangue, gesto que merece o devido apoio de todos, pode ser a própria salvação do ofertante amanhã.


José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. 
[email protected] — www.boavontade.com


Autor: Paiva Netto

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24/06/2015 às 19h15m


Sejamos sempre como namorados

Doze de junho, Dia dos Namorados! Em virtude de data tão inspiradora, selecionei trechos de palestras que realizei, numa singela homenagem aos que se amam:
Quando a gente ama, as primaveras e alguns invernos (risos) vão passando, e até a aparência corporal não perde a graça. Falo de Amor, é claro! É como um bom vinho: sempre melhor com o decorrer dos anos, desde que não o deixemos azedar.
Amor é como o cinquentenário que reuniu por tantos anos Zélia (1916-2008) e Jorge Amado (1912-2001):
"Tomo da mão de minha namorada, cúmplice da aventura há mais de meio século, co-piloto na navegação de cabotagem: vamos sair de férias, mulher, bem as merecemos após tanto dia e noite de trabalho na escrita e na invenção. Vamos de passeio, sem obrigações, sem compromissos, vamos vagabundear sem montra de relógio, sem roteiro, anônimos viandantes".
Alziro Zarur (1914-1979), poeta, costumava dizer: "O Amor é todo o encanto da vida. A vida sem Amor não vale nada".

A beleza do Espírito
Se você namorar e casar só por causa da formosura e do corpo sarado, poderá dar-se mal um dia, pois a fascinação exterior passará como o vento. Contudo, se for unir-se porque tem Amor, o encanto físico com o tempo poderá não ser o mesmo; porém, você amará como amou quando jovem, e com mais maturidade. O tempo ensina, ensina. Só não aprende quem não quer.
Senão, que amor é esse? Não terá passado de sentimento falso. Mas, se constituir matrimônio verdadeiramente motivado por forte bem-querer, a felicidade crescerá como as árvores seculares, porque o Amor será infinito.
A beleza é coisa primorosa. O Amor, todavia, é muito maior do que tudo isso. Ele estabelece a simpatia. E este é o atrativo que não morre, a graça eterna do Espírito. Nem a morte separa os que se amam.
Lembro-me de um instrutivo canto de Zarur, no seu poema "Aos Casais Legionários": (...) "Não é o corpo que atrai: / É o Espírito que ama". (...)

O princípio básico do Ser
O Amor provém da Alma. Do contrário, pode morrer na noite de núpcias... Mas, se tiver como alicerce o Espírito e o coração de ambos os amantes, aí a lua-de-mel se repetirá por toda a vida, apesar das rusgas que sempre ponteiam a convivência de um casal.

Eles serão eternamente namorados
Essas palavras podem parecer por demais românticas numa era de vale-tudo. Talvez... No entanto, trata-se de triste engano pensar que o sentido do Amor se tenha findado neste Planeta. É desastroso deixar-se levar pela moda do momento, porque você, passada a onda às vezes demorada, padecerá das dores da frustração que é ter rejeitado a sua própria natureza de criatura de Deus. Provavelmente, perceberá, então, que o pior sofrimento é a ausência de Amor, uma verdade rejeitada por gente de influência no mundo, cujo escarmento, lá na hora de se entender com o travesseiro, é a conclusão, aos outros às vezes bem negada, de que é igual a todos: carente de afeto, como o seu corpo de alimento. É evidente que lhes falo do Amor que não é fonte de desvarios, porquanto "princípio básico do Ser, fator gerador de vida, que está em toda parte e é tudo". Logo, não devemos agir com banalidade, que qualquer dia poderá cair sobre nossas cabeças, geralmente sem que até o amigo mais próximo perceba. A isso também se dá o nome de remorso. 

Amor fica, desejo passa
Certa vez, perguntado, aconselhei alguém que não se apressasse no seu namorisco. Bem parecido com o que afirmei no Congresso Jovem LBV, realizado em 28 de junho de 2003, na capital paulista, e a turma gostou, pelo que fiquei sabendo. Em determinado momento, disse-lhes: Vocês que são jovens, cuidado quando lhes disserem: "Eu te amo! Dá-me um sinal, uma prova de amor...". Prestem atenção se isso lhes for pedido, porque o outro, ou a outra, pode estar apenas ocultando: "Eu te desejo!" Depois que a atração se for, oh!, tudo acabará! E um dos dois poderá ficar machucado, como tantas vezes acontece. Não se precipitem, pois! Amor é diferente de desejo. Amor fica, desejo passa.
Quando o desafio aparecer no caminho dos casais, a reflexão mais apropriada seria: "Ora, nós nos unimos por quê?! Porque nos amávamos! Então, continuemo-nos amando e vençamos o mal que porventura nos queira separar". E não deixem ninguém meter o bedelho em suas vidas.
Eis aí! Casal unido é aquele que vive integrado no Pai Supremo, cuja face é o Amor. Portanto, quanto mais amamos, mais Ele se manifesta em nós, porque o Amor não é velho nem novo. É eterno, porque é Deus.
E, se você não crê que exista um Poder Soberano atento às suas dificuldades, lembre-se de que os bons sentimentos são a sustentação de sua vida, de tal forma que esteja em paz consigo mesma ou consigo mesmo.
O essencial é que, passados os anos, criados os filhos, vencidas as dores e superados os empecilhos, vivamos sempre como namorados!
É difícil neste mundo? Mas não é impossível.


José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. 
[email protected] — www.boavontade.com


Autor: Paiva Netto

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30/05/2015 às 10h23m


Ajude a mudar

A Legião da Boa Vontade inicia mais uma importante campanha Eu ajudo a mudar!, edição 2015. O objetivo é mobilizar a sociedade a contribuir para a manutenção dos programas e ações socioeducacionais realizados pela Instituição em prol de milhares de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o país.

A LBV prestou, nas áreas da Assistência Social e Educação, em 2014, mais de 11,8 milhões de atendimentos e benefícios à população, por meio de seus 71 Centros Comunitários de Assistência Social, três lares para idosos e cinco escolas, além de iniciativas emergenciais de mobilização social e conscientização realizadas em inúmeras cidades brasileiras.

Para dar continuidade ao amplo trabalho que realiza na melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas e famílias em risco social, oferecendo educação, cultura, saúde, alimentação, oportunidades, cidadania, dignidade, confiança no futuro e bem-estar, a Legião da Boa Vontade conta com a ajuda de todos. As doações podem ser feitas no site www.lbv.org/doe ou nas unidades de atendimento da LBV (os endereços podem ser consultados na página da Instituição). Siga a LBV no Twitter (@LBVBrasil) e no Facebook (LBVBrasil). 


Autor: Paiva Netto

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25/05/2015 às 08h53m


Segurança infantojuvenil

Abuso e exploração sexual infantojuvenil. Assuntos que não podem ser ignorados. Problemas de magnitude global que exigem alerta constante de todos nós, principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que procurarmos caminhos eficientes em prol da assistência aos pequeninos. 

Os Jogos Olímpicos, tendo o Brasil como sede em 2016, trarão ao país um enorme fluxo de turistas, algo providencial para a movimentação do comércio e de outros setores de serviço. Contudo, potencializa ainda mais a vulnerabilidade de crianças e jovens no que diz respeito à exploração sexual.

Juntamos nossos esforços aos de numerosas organizações do Terceiro Setor e aos do próprio governo no combate a essa terrível violência. 

A Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), no programa Sociedade Solidária, trouxe elucidativa entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, membro da diretoria do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP, e coordenadora-geral do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV). 

A segurança das crianças e dos jovens, segundo a professora Dalka, carece de uma mobilização geral: "Trata-se de trabalho contínuo que merece uma atenção constante da política pública para fazer esse enfrentamento. E hoje são necessárias a capacitação e a sensibilização dos hotéis, com seus gerentes e todo o corpo de trabalho, dos taxistas, do pessoal da rodoviária, dos ônibus, dos aeroportos. Se for pensar em política, todos os ministérios teriam que ser capacitados para fazer esse enfrentamento".

Quebrar o pacto do silêncio
Durante sua conversa com o sociólogo Daniel Guimarães, apresentador do Sociedade Solidária, a professora Dalka Ferrari enfatizou também a imprescindível providência de proteção da criança dos abusos sexuais nos ambientes doméstico e social: "Quebrar o pacto do silêncio, conseguir falar desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro da sociedade. Se a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados, sensibilizados sobre os cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os limites que são dados, eles se sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja invadido. Então, é quase que uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem que se conhecer, saber exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que pode correr com os envolvimentos". (...)

E prossegue, enfática: "Isso tudo é algo que precisa ser discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá ser um multiplicador desses conhecimentos".

Psicóloga, especialista em violência doméstica, ela reforça: "Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles conheçam (...) quais são as situações perigosas em que podem se envolver, ou em que precisam se defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos pais existe por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do jovem fugirem, saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão enfrentando".

Estamos tratando de tema realmente complexo e que deve ser salientado e discutido na mídia, em casa, nas igrejas, nas escolas, nas universidades, no trabalho, em toda parte, de modo a ampliarmos a guarda em torno da infância e da juventude. E tenhamos em nossas agendas o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), para fazer denúncias, procurar ajuda.


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Autor: Paiva Netto

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16/05/2015 às 09h00m


Tabagismo na idade escolar

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes tiveram o primeiro contato com o tabaco em idade escolar, na faixa etária entre 5 e 19 anos. O programa Educação em Debate, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, abordou esse grave tema, procurando demonstrar a enorme responsabilidade dos educadores, bem como da família, na busca de mecanismos que previnam a aproximação com o fumo, porta de entrada para drogas mais pesadas.

Em entrevista concedida à pedagoga Suelí Periotto, a dra. Mônica Andreis, mestre em psicologia clínica pela USP, vice-diretora da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), destacou o papel da escola na prevenção desse vício: "É a oportunidade que o educando tem de aprender um pouco mais sobre o tabagismo e, com isso, ter mais consciência da importância de não começar a fumar. A escola pode contribuir bastante não só enfocando a questão da saúde, contudo ir além, com a discussão sobre por que as pessoas fumam, o papel da propaganda, o quanto isso afeta não só a saúde, mas o meio ambiente em que se vive. Os estabelecimentos de ensino podem abordar o assunto sob diferentes ângulos. O acúmulo de bitucas, por exemplo, é uma das coisas que mais poluem as praias brasileiras, que matam animais marinhos, porque se engasgam com aquilo; muitas florestas acabam sendo devastadas para a produção de cigarro, pois se usa lenha, se usa papel. E essas informações são muito importantes. Os alunos podem levar esse conhecimento para casa e partilhar com seus pais, familiares ou a própria comunidade. A escola pode organizar uma feira de ciências, e esse pode ser um tópico a ser discutido; apresentar um filme, chamar a família para participar e depois fazer um debate. Temos várias maneiras de explorar o assunto, e os educadores têm um papel fundamental na prevenção do tabagismo".

Lei antifumo
Segundo a dra. Mônica, a lei antifumo contribui de fato para o desinteresse da criança pelo cigarro: "Hoje, esse impedimento é um desestímulo para que ela comece a fumar, porque as pessoas não estão mais fumando em todos os lugares como se fazia antigamente. Isso, aliado a uma abordagem da escola sobre o tema, de uma forma constante, acaba favorecendo para que não se comece a fumar na adolescência".

O poder da influência
Indagada a respeito dos aspectos emocionais que podem influenciar a criança e o jovem com relação ao tabagismo, a dra. Mônica esclareceu ainda: "Alguns fatores acabam favorecendo para que elas experimentem ou comecem a fumar. A gente sabe que filhos de pais fumantes têm maior tendência de se tornar fumantes no futuro. Muitas crianças começam a fumar por causa desse modelo que elas têm em casa, ou mesmo na escola, daquele professor que admiram e que fuma. Daí a necessidade dessa consciência por parte dos familiares e dos professores, do poder de influência que possuem sobre a vida de uma criança. Além disso, na adolescência, a gente passa por uma série de modificações. É natural que a insegurança apareça e, às vezes, o cigarro é a válvula de escape na busca de um prazer instantâneo. É importante que a criança tenha essa percepção de que fumar não irá lhe trazer sustentabilidade ou lhe garantir sucesso na vida. O cigarro é uma droga e, uma vez que a criança o experimente, pode torná-la facilmente uma dependente química. Então, se ela tiver essa consciência, consegue, naturalmente, dizer não".

Morte evitável
Em suas considerações finais, a psicóloga Mônica Andreis enfatizou que "o fumo passivo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a primeira causa de mortes potencialmente evitável. É uma dimensão muito grande. Na verdade, como a gente tinha antes toda uma avaliação cultural de que o tabagismo não era um problema tão grave assim, as pessoas negligenciavam um pouco isso. Hoje temos informações e a clareza do malefício do tabaco para a saúde. É importante também que a escola possa valorizar isso e, de fato, implantar atividades para auxiliar os jovens no conhecimento e na prevenção".
Grato, dra. Mônica. Nas escolas da Legião da Boa Vontade e nos seus programas socioeducacionais, o assunto é tratado com a seriedade devida. É o nosso contributo a fim de alertar principalmente as futuras gerações quanto ao efeito destruidor do tabagismo.

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Autor: Paiva Netto

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09/05/2015 às 09h04m


As mães e os filhos das mães

No opúsculo Mãezinha, deixe-me viver!, 1989, anotei que atravessamos época de transformações profundas. Daquelas que pesado tributo pagam ao exagero. É o vale-tudo. Nem as mães escapam. Chegou a ser de "bom gosto", para alguns, falar-se mal delas... Certo pessoal anda mesmo é querendo ser filho da máquina, a boa senhora do computador... Eis a civilização do absurdo, que tanta coisa deseja sem saber o que verdadeiramente quer. "Vade retro!". Freud explica... Explica?! Porém tudo se altera e passa...

Lembro-me de que quando criança existiam bondes. E como era romântico trafegar neles nas "horas mortas"... Durante o "rush", não! Havia uns pequenos cartazes, que diziam assim: "Tudo na vida é passageiro, menos condutor (o cobrador) e motorneiro" (digamos, o motorista do praticamente extinto veículo elétrico, que as novas gerações não conheceram). Agora a gente vê que até aquelas duas figuras, hoje folclóricas, também eram passageiras. Enganou-se, pois, o poeta marqueteiro...

Mas voltando ao assunto: sacudida a Árvore Sociedade, caídos os galhos secos, as folhas murchas, os frutos podres, que impediam seu correto desenvolvimento, a planta sempre rejuvenesce, torna a florescer. É a vitória da vida, o sucesso do Bem. Tudo passa, realmente passa, menos ele. Por quê?! Ora, por quê! Deus é Amor, e "nada existe fora Dele", afirmava o libertário Alziro Zarur (1914-1979). Quem declarar que não quer ser amado (ou amada) está doente ou mentindo, o que resulta no mesmo...

Pensam que mãe não tem rima? Será?! Então secou-se-lhes a musa, ou saiu em férias... Mas não semelhantemente à famosa experiência de Guerra Junqueiro (1850-1923)...

Mãe faz rima perfeita com Amor. 

A musa em férias
Por falar no velho Guerra, contam que o episódio assim se deu: o respeitado poeta português foi ao médico. Não sabia o que lhe cansava os ossos. O clínico, depois de examiná-lo com paciência, prescreveu ao cliente: "– Professor, o senhor não tem nada físico que um bom descanso não corrija. Viaje. Não faça nada, nem escreva, e tudo terminará bem. Pode confiar". O vate prometeu que o faria. Contudo, o que acabou ocorrendo foi o seguinte: quando voltou do "descanso", trazia um dos seus mais belos feitos para um novo livro: A musa em férias.

Homenagem
Separei um lindo poema de Casimiro de Abreu (1839-1860) para homenagear as mães do Brasil e do mundo, da Terra e do Céu da Terra, que tem justamente esta invocação: "Minha mãe". Recordo-me de que Zarur, o fundador da LBV, o interpretava de forma magistral:

Minha mãe
"Da pátria formosa, distante e saudoso,/ Chorando e gemendo meus cantos de dor,/ Eu guardo no peito a imagem querida/ Do mais verdadeiro, do mais santo amor!/ – Minha mãe!
"Nas horas caladas das noites de estio,/ Sentado sozinho, co’a face na mão,/ Eu choro e soluço por quem me chamava:/ – ‘Ó filho querido do meu coração!’/ – Minha mãe!
"No berço pendente dos ramos floridos,/ Em que eu pequenino feliz dormitava,/ Quem é que esse berço com todo o cuidado,/ Cantando cantigas, alegre embalava?/ – Minha mãe!
"De noite, alta noite, quando eu já dormia,/ Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,/ Quem é que meus lábios dormentes roçava,/ Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?/ – Minha mãe!
"Feliz o bom filho que pode contente,/ Na casa paterna, de noite e de dia,/ Sentir as carícias do anjo de amores,/ Da estrela brilhante que a vida nos guia./ – Uma mãe!
"Por isso eu agora, na terra do exílio,/ Sentado, sozinho, co’a face na mão,/ Suspiro e soluço por quem me chamava:/ – ‘Ó filho querido do meu coração!’/ – Minha mãe!".


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Autor: Paiva Netto

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25/04/2015 às 09h00m


Brasil — berço de Esperança

O Brasil é o berço de esperança de uma sociedade em que, a despeito de todos os dissabores, será possível viver em Paz consigo mesmo e com o próximo. Trata-se de terra generosa, em que a Solidariedade assumirá o papel de garantir o ensejo de uma vida próspera para todos, como descreveu o filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972): "A grande qualidade do Brasil, o que estabelece sua função vital, é o sentimento, o coração. Nesta terra estão as raízes daquela expansividade de afetos, que é a qualidade humana que, mais tarde, evoluindo, será a mais apta a sublimar-se no amor evangélico". 

Ainda teremos uma pátria em que cada um se sentirá incluído no significado maior da existência humana e cidadã: louvar o Criador enquanto serve à criatura, porque esta particulariza o sagrado altar no qual Ele deve ser adorado. Não há outra forma de engrandecer a Divindade, que é Amor, aliando Fé à Ação, construindo uma Política que tenha o bem-estar do povo, a ter início no elevado ensino para a sua Alma, como meta. É um trabalho que leva tempo? É um ideal ilusório?! Grande equívoco o de quem pensa assim. Há bastante tempo, Jean-Baptiste Descuret* (1795-1872) demonstrou que "muito se engana quem acredita poder afirmar que a paciência é a força dos fracos, pois é preciso ser muito forte e moderado para tê-la em qualquer ocasião". (...) 

Há leitores ateus que me honram com sua cortesia às minhas modestas considerações. A eles, com humildade, digo que, no tocante a Deus, pode ser entendido como Fraternidade e Solidariedade, a melhor maneira de viver como povo. (...) O Brasil realmente será o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho-Apocalipse, apesar de todos os que ainda querem espalhar frustração por onde a Esperança persevera. Ensinou Jesus: "O que não é possível ao homem para Deus é sempre possível" (Boa Nova, segundo Mateus, 19:26).


* Jean-Baptiste Felix Descuret — Autor de Médecine des passions, ou les passions consideres dans leurs rapports avec les maladies, les lois et la religion [Medicina das paixões, ou as paixões consideradas por suas relações com as doenças, as leis e a religião], Paris, Béchet Jeune et Labé, 1841.


Autor: Paiva Netto

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Perfil

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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