O Conselho de Desenvolvimento de Cataguases – Codec – realizou na noite de segunda-feira, 08 de abril, um encontro com três representantes da Copasa para tratar sobre o andamento dos serviços de esgotamento sanitário no município. Aberto pelo seu presidente, Humberto Morais Lanzieri (foto abaixo), participaram empresários, secretários municipais e vereadores, além do Promotor de Justiça da Habitação e Urbanismo e Curador do Patrimônio Histórico e Cultural, Gustavo Garcia Araújo. Ao final da reunião, a sensação predominante entre os presentes era de frustração quanto a solução para o término das obras e recomposição das ruas, que apresentam buracos e pontos de vazamento por toda a cidade. Também foram abordados o Termo de Ajustamento de Conduta a que a empresa deverá assinar com o Ministério Público e os resultados da Comissão Especial de Inquérito realizada pela Câmara Municipal de Cataguases.
Pela empresa estiveram presentes Lúcio Moreira, engenheiro de operação e de produção, responsável pela Copasa em Cataguases; Flávio de Paula (foto abaixo), superintendente regional e Virgílio Guimarães Costa, que detalhou a obra em andamento no município. Segundo ele o serviço começou em 2013 e até agora já foram investidos mais de R$ 46 milhões e hoje mais de 98% do contrato está concluído, informação que foi contestada pelos presentes. Flávio informou que a empresa está com uma Estação de Tratamento de Esgoto pronta para entrar em operação aguardando apenas a liberação pela Supram da Licença de Operação, mas não soube precisar a data para sua entrada em funcionamento, prevendo que até o final do ano estará atendendo grande parte da população do município.
Sobre a cobrança da taxa de esgoto Flávio informou que atualmente ela é de 37,5% do valor da água, “quando deveria ser 50%, porém, a empresa está sendo penalizada pelo atraso na conclusão da obra”, disse. Ainda de acordo com ele, a Copasa terceirizou parte dos serviços como os de ligações de redes novas, parte da manutenção e recomposição de pavimento, além de ampliar a estrutura de atendimento. Flávio também fez um diagnóstico da realidade da empresa em Cataguases. Conforme divulgou “90% das ligações são residenciais cuja maior faixa de consumo está situada de zero a dez metros cúbicos/mês, e que paga tarifa de até R$ 52. Já a comercial significa 7,93% do total, a industrial é de 0,66% e pública 1,27%. Cataguases possui hoje 23.328 ligações de água; 17.477 de esgoto. Ou seja: 5.851 imóveis, de acordo com Flávio, ainda fazem o despejo do esgoto direto nos cursos d’água, em fossas ou de outra forma.
Em seguida os participantes fizeram perguntas aos representantes da Copasa deixando clara a insatisfação com a situação da obra e a cobrança de uma taxa pelo serviço de esgoto que foi contestada com veemência por um dos presentes que chegou a dizer sentir-se “roubado” por pagar pelo que não recebe. A vereadora Maria Ângela Girardi, uma das responsáveis pela Comissão Especial de Inquérito da Câmara Municipal de Cataguases, questionou os números apresentados pela empresa e pediu providências na resolução dos problemas criados pela Copasa no município. Antes de encerrar o encontro, Humberto Lanzieri revelou que o Codec está tratando o assunto em suas reuniões e que a próxima será com representantes da ARSAE – Agência Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgoto de Minas Gerais – e ao final o Conselho irá se reunir para avaliar as informações coletadas e adotará uma posição visando a melhor solução possível visando o desenvolvimento de Cataguases e o bem estar de sua população.
Veja entrevista com o Presidente do Codec, Humberto Lanzieri.