A Indústria Cataguases de Papel será arrendada e voltará a funcionar. Decisão neste sentido foi tomada pelo juiz titular da Vara do Trabalho de Cataguases, Luiz Olympio Brandão Vidal, no último dia 07 de agosto. A medida, porém, não agradou aos funcionários que estão parados desde o encerramento das atividades daquela fábrica, há cerca de quatro anos, e tampouco aos advogados que os representam em dezenas de ações trabalhistas que tramitam na justiça. Para discutir o assunto e buscar uma solução, está agendada para às 13 horas deste sábado, 10 de agosto, reunião entre os envolvidos que vai acontecer em frente a sede daquela empresa.
No dia 29 de junho último este Site publicou matéria revelando a nomeação do advogado Bruno Cabral, como Administrador Judicial da Cataguases de Papel. Desde então, ele trabalha no sentido de encontrar um arrendatário para a empresa a fim de que ela possa retomar suas atividades e com isso, pagar suas dívidas trabalhistas. Recentemente, Bruno apresentou àquele magistrado duas propostas de arrendamento da fábrica. Uma delas ofereceu pagar mensalmente R$ 50 mil até o início do funcionamento da empresa e, a partir daí, R$ 80 mil/mês durante vinte anos. A segunda propõe pagar arrendamento mensal de R$ 60 mil pelo prazo de 35 anos. O juiz acatou esta proposta mas reduziu o prazo de arrendamento para 25 anos.
As informações constam do despacho nº 002251/19, de 07 de agosto de 2019. A reportagem do Site tentou falar com o administrador judicial, advogado Bruno Cabral, para explicar os detalhes da decisão, mas até o fechamento desta matéria, não conseguiu localizá-lo e as ligações para seu celular sequer foram completadas. No referido despacho, o juiz revela seguir a indicação de Bruno para optar pela segunda proposta, feita pela Ponte Nova Papéis e Embalagens Ltda. De acordo com a análise apresentada àquele magistrado por Bruno Cabral, a opção por esta empresa deve-se ao fato dela estar em pleno funcionamento, ter ampla experiência no setor, “sendo a que melhor expõe a realidade econômico-financeira para o reinicio das atividades empresariais e a que confere maior segurança na execução desse propósito”, afirmou aquele advogado em seu laudo.
Descontentes com a escolha do Juiz Titular da Vara do Trabalho de Cataguases, trabalhadores da empresa que esperam há mais de quatro anos receber seus direitos vão se reunir neste sábado com seus advogados para discutir alternativas. O advogado Eurico Reis Ferreira, que representa vários trabalhadores em dezenas de ações na Justiça Trabalhista, corrobora a insatisfação dos seus clientes. Para ele o valor arbitrado para o arrendamento é “insignificante” e não vai resolver o problema dos funcionários que esperam receber o que a empresa lhes deve. “Estou indignado com esta decisão e vamos propor entrar com um Agravo, um Mandado de Segurança, a fim de reverter este quadro desfavorável. Esta medida acabou criando um mau-estar entre os trabalhadores que estavam esperançosos de ver a situação deles começar a melhorar”, comentou por telefone com a reportagem.