Ubá sediou na tarde do último sábado, 23 de julho, o Encontro Regional de Formação do Movimento Negro, que contou com a participação de representantes de diversas cidades da região, como Leopoldina, Muriaé, Viçosa, entre outras. Representando Cataguases, a professora Valéria Dias, uma das fundadoras do Coletivo Lélias, esteve presente. O encontro contou com a participação de Martvs das Chagas (foto abaixo), ex-ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), ex-vice-presidente da Fundação Cultural Palmares e atual Secretário de Planejamento e Orçamento do município de Juiz de Fora.
Este ano o encontro teve como tema “O Negro e a atual conjuntura brasileira” e como lema “Um olhar do presente em direção ao Futuro”. A organização ficou sob a responsabilidade da Associação Cultural de Combate à Discriminação Racial Solano Trindade (AST) de Ubá, por meio de Célia Oliveira, Angela de Paula, Juliene Carvalho e Magno Rocha Antunes, bem como da equipe de Articulação Regional do Movimento Negro. Além disso, o evento contou com a participação de lideranças e representações de diversos movimentos sociais, sindicais, culturais e entidades estudantis, entre outros.
Em seu pronunciamento, Martvs analisou o advento do racismo em suas múltiplas manifestações, bem como as ideologias e sistema político que o sustentam, além de seus efeitos na vida da população negra. Ele também abordou sobre o retrocesso da pauta de inclusão racial após o golpe de 2016, concluindo que “a saída desta tragédia, passa pelo voto nas eleições deste ano, mas também pela permanente mobilização e participação políticas de todos.” Ainda durante o encontro, ele recebeu a “Carta de Ubá”, um documento com 13 propostas de compromissos antirracistas elaboradas pela organização e participantes do evento.
Ainda durante o evento foram realizadas discussões e trabalhos de grupo sobre o tema e definida a cidade de Leopoldina para sediar o próximo encontro. Para Valéria Dias (foto acima), o encontro foi “muito positivo porque marca a rearticulação do Movimento Negro a nível regional aqui na Zona da Mata”, disse. Porém, para ela, o evento tem valor ainda maior porque, como disse, “foi através dele que há anos atrás me reconheci como mulher negra e abracei esta causa da igualdade racial. Então, fico muito feliz em ver este movimento retomando seu propósito após este período de paralisação provocado pela pandemia do Coronavírus,” completou.
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Fonte e fotos: Organização do encontro
