A indústria Cataguases de Papel, que está com suas atividades paralisadas desde dezembro de 2015, deve voltar a funcionar em breve. A decisão é do juiz da Vara do Trabalho em Cataguases, Luiz Olympio Brandão Vidal, que expediu mandado de penhora para aquela empresa com o objetivo de, ao retomar o seu funcionamento, possa efetuar o pagamento de suas dívidas, hoje, superiores a R$ 22 milhões. Aquele magistrado revela que os meios legais utilizados para este fim, até o momento, não correspondem a 10% do total devido.
Na prática o juiz responsável pelo caso decidiu que a empresa poderá ser arrendada ou alienada. Neste sentido, determinou como administrador-depositário o advogado Bruno de Almeida Cabral, que tem em seu currículo várias atividades nesta área, inclusive, exerce neste momento esta função junto ao Posto Vila Tereza. Consultado pelo Site, Bruno confirmou a informação, mas disse ainda não ter sido notificado oficialmente. O juiz Luiz Olympio proferiu esta decisão no último dia 26 de junho.
Em seu despacho aquele magistrado determinou a Bruno apresentar no prazo de dez dias um plano de administração para a retomada da atividade empresarial, que poderá dar-se sob a forma de arrendamento do estabelecimento penhorado ou por meio de alienação forçada da empresa. Luiz Olympio também determinou a Bruno apresentar junto com o plano de administração, o laudo de avaliação do estabelecimento industrial, com descrição das condições físicas das instalações prediais, maquinários, bens e direitos. O laudo de avaliação, explicou o juiz, deverá especificar os bens, “com as suas características e o estado em que se encontram, o valor dos bens e o do estabelecimento industrial com os respectivos bens globalmente considerados”.
A nomeação de Bruno Cabral como administrador-depositário lhe dá poderes para administrar a empresa até que os credores de cada processo sejam pagos em sua totalidade. Em conversa por telefone com a reportagem, Bruno disse que após ser notificado oficialmente sobre a sua nomeação ele vai conhecer a realidade física da empresa. “Não sabemos como está sua conservação, o estado das máquinas que estão paradas há quase quatro anos; por isso vamos fazer esta avaliação primeiro para, depois, definir um plano de ação, mas nosso objetivo é, sim, fazer a empresa voltar a produzir”, admitiu.