Com a presença de dezenas de prefeitos, vereadores e demais lideranças ligadas à ferrovia em Minas Gerais, foi realizada na tarde desta sexta-feira, 17 de setembro, no Centro Cultural Humberto Mauro, Audiência Pública sobre a Revitalização da Linha Mineira. A iniciativa é da União das Associações de Moradores de Cataguases – UAMC, em parceria com a Associação Mineira de Municípios – AMM, e Assembleia Legislativa de Minas Gerais, através da Comissão Pró-Ferrovias.
O evento foi aberto pelo prefeito de Cataguases, José Henriques, que após dar as boas vindas aos presentes, destacou a importância da ferrovia no desenvolvimento da região e, em especial, no progresso do próprio município. Ele frisou a importância do restabelecimento deste modal como um “divisor de águas pois será um grande impulso no crescimento de nossa região”, afirmou.
Já o deputado estadual por Cataguases, Fernando Pacheco, disse ao Site que ele e a Assembleia de Minas, “através da Comissão Pró-Ferrovias tem atuado intensamente para restabelecer este tipo de transporte no estado, tanto para cargas, o que vai significar barateamento muito grande do frete, quanto para o transporte de turistas, outra vertente que Minas e a nossa região precisa explorar para gerar riquezas”, afirmou.
O pronunciamento do deputado João Leite, presidente da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, da ALMG, foi uma espécie de questionamento sobre o motivo pelo qual a Zona da Mata ao perder sua linha férrea não lutou por sua retomada e aceitou a decisão passivamente. Em seguida, lembrou que as duas regiões mais pobres de Minas – Jequitinhonha e a Zona da Mata – são, também, as que perderam suas ferrovias, o que de acordo com o seu raciocínio, “estes fatos estão interligados.”
Devido ao fechamento da ferrovia na região a empresa que a operava terá de pagar uma indenização ao governo mineiro no valor de mais de R$ 1 bilhão. João Leite, Fernando Pacheco e demais deputados, assim como prefeitos da região querem a aplicação destes recursos na retomada da linha mineira. Porém, outra corrente prefere aplicar boa parte desta verba na ampliação do Metrô de Belo Horizonte. “Pelo menos R$ 800 milhões deste montante deve vir para esta região e ser aplicado aqui”, defende João Leite seguido pelo seu colega Fernando Pacheco.
João Leite também disse que Minas Gerais está renascendo para a ferrovia citando como exemplos positivos trechos, como o de Lavras a Varginha, que vai “mais do que triplicar o movimento de café no Porto Seco de Varginha.” Por fim lembrou a legislação estadual favorável ao incremento do transporte ferroviário, como a criação do Marco Ferroviário de Minas Gerais, e conclamou as lideranças a lutarem pela retomada da ferrovia em Minas como caminho mais curto para o desenvolvimento e redução de custos.