Uma das categorias mais penalizados pelas medidas de contenção da Covid-19, o comércio de Cataguases deu início neste sábado, 17 de abril, a um protesto silencioso. A categoria decidiu colar cartazes nas vitrines de suas lojas com questionamentos e cobranças à Administração Municipal, Hospital de Cataguases e demais setores ligados à Saúde Pública, sobre quais medidas concretas estão sendo tomadas para atender as vítimas da doença. O objetivo é mostrar que fechar somente parte do comércio não resolve o problema, conforme conta José Thiago Barreiros, que desde o início da pandemia representa os comerciantes junto ao poder público. Ele lembra também que a categoria entende que a administração municipal, com apenas três meses, não é a principal responsável pela atual situação.
Conforme explica José Thiago, em treze meses de pandemia “foram instalados apenas dez novos leitos de UTI, criada uma enfermaria Covid no Hospital de Cataguases, começou a campanha de vacinação e fechou o comércio. Não se fez mais nada e nós não estamos satisfeitos com isso”, afirma, questionando em seguida: “Qual o resultado? Nós queremos medidas reais que em vários municípios já foram tomadas e deram certo. Falam em lockdown, que para mim não é a saída, mas onde fez e teve algum resultado, se fechou tudo e teve uma queda (no número de casos)”, analisa. Ele completa: “A gente quer as ações que estão falando que vão acontecer e não acontecem. E queremos, também, saber o que foi feito com o dinheiro que veio para investir no combate à Covid em nossa cidade”, diz lembrando ainda que Cataguases está na contramão dos demais municípios da região que seguem em um sentido e nós no oposto.
Para revelar esta indignação, os comerciantes resolveram protestar com cartazes que começaram a ser afixados nas vitrines de suas lojas neste sábado, 17. Segundo José Thiago, a idéia é que na próxima segunda-feira, 19, a grande maioria das lojas tenha aderido ao movimento. As peças trazem questionamentos como: “Cadê a Central Covid?”, pedem isonomia de tratamento: “Restrições iguais para todos. Ou lockdown de verdade para todos”, além de cobrar o protocolo de tratamento inicial da Covid e também pergunta: “Cadê o 11º andar pronto para Covid do Hospital?”. José Thiago diz que esta é uma maneira de “mostrar a nossa união, cobrar as autoridades sobre as medidas que foram tomadas e mostrar que não estamos querendo apenas abrir o comércio e sim baixar a ocupação do nosso hospital com pacientes de nossa cidade”, finaliza.