Operações prendem 30 pessoas suspeitas de ligação com organizações criminosas


Operações prendem 30 pessoas suspeitas de ligação com organizações criminosas

Trinta pessoas foram presas durante as operações realizadas com o objetivo de desarticular organizações criminosas com atuação interestadual dedicadas ao tráfico de drogas, homicídios, posse e porte ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e outros crimes na Zona da Mata e no Rio de Janeiro. As informações foram divulgadas durante uma entrevista coletiva das forças de segurança na tarde deste sábado, 10 de abril.

A maior parte dos integrantes das organizações atuava nas cidades de São João Nepomuceno, Rochedo de Minas, Mar de Espanha, Descoberto, Juiz de Fora, Rio Novo e outros municípios na região, enquanto os chefes delas se localizavam no Rio de Janeiro.

O homem apontado como chefe da facção criminosa Comando Vermelho também foi preso na manhã deste sábado no Morro da Providência, na região central do Rio de Janeiro. Roger Pereira Moizinho, o Macarrão, é apontado como líder do grupo, que seria responsável por homicídios ocorridos nos últimos meses na Zona da Mata mineira.

Balanço
Durante as operações, 30 pessoas foram presas e 64 mandados de busca e apreensão cumpridos. Não foram informados detalhes das prisões, como o local em que cada envolvido foi preso ou a identidade deles.

Segundo a promotora de Justiça e coordenadora do Gaeco em Minas Gerais, Paula Aires, a operação foi uma demonstração da integração dos órgãos de segurança no estado.

“O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tem atuado na interlocução com as forças de segurança e, do ponto de vista de eficiência no combate ao crime organizado, isso é essencial”, explicou.

O coordenador do Gaeco de Juiz de Fora, promotor de Justiça, Thiago Fernandes de Carvalho, completou que “a operação trouxe resultados expressivos para a região. Eram duas organizações criminosas atuantes com violência, corrupção de menores e tráfico de drogas. São empresas do crime. Então, é importante que o nosso Estado trabalhe em conjunto para que possa oferecer esse resultado que a sociedade merece”.

Durante a entrevista coletiva, o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, ressaltou que as ações realizadas na Zona da Mata demonstraram que o Estado está organizado e com estratégias bem definidas para fazer frente à criminalidade violenta.

“A integração é imprescindível e esta megaoperação é um exemplo disso. Juntos somos mais fortes contra o crime organizado”, afirmou o coronel.

Conforme o chefe da Polícia Civil, delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva, “a operação é muito emblemática, especialmente pela união estabelecida entre os profissionais das Forças de Segurança. A atuação do Ministério Público conosco destaca a importância do Sistema Integrado de Segurança Pública e nos fortalece como um todo”.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, também destacou importância da integração das forças de segurança para a sociedade mineira e reforçou que operações como esta continuarão constantes em Minas Gerais.

Operações

‘Start Over’
Conforme o MPMG, a Operação “Star Over” foi deflagrada após as autoridades policiais registrarem 22 homicídios consumados e 29 tentados em São João Nepomuceno entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2021.

Os números e a identificação de ameaças levaram o Poder Judiciário, por meio da 1ª Vara Criminal de São João Nepomuceno, a expedir mandados de prisão e de busca e apreensão na região.

Participaram da operação mais de 500 policiais mineiros, dentre eles tropas especializadas e de recobrimento da Polícia Militar e da Polícia Civil, além de promotores de Justiça, agentes do Gaeco e servidores do Ministério Público.

‘Hands on’
Durante as investigações da Operação “Start Over” foram identificados vínculos das organizações criminosas com o Estado do Rio de Janeiro, na comunidade de Nova Holanda-Complexo da Maré e no Morro da Providência.

Conforme o MPMG, o líder de uma destas organizações, que se escondia no Rio de Janeiro, determinava e controlava o transporte de armas e drogas para as cidades mineiras e emitia diversas ordens para a prática de homicídios na Zona da Mata mineira. Ele foi preso neste sábado.

Por essa razão e para dar cumprimento aos mandados de prisão, o Gaeco Zona da Mata solicitou o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Gaeco-RJ e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), que, juntamente com a Polícia Militar, realizou a operação para dar cumprimento às ordens judiciais.

As ações denominadas “Start Over” e “Hands on” foram deflagradas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e contaram com apoio da Promotoria de Justiça da Comarca de São João Nepomuceno, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), promotores de Justiça, Batalhão de Polícia de Choque e Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Corpo de Bombeiros.

Fonte e foto: G1 Zona da Mata