Teve início na última segunda-feira, 10 de junho, em Cataguases, um estudo para promover a reestruturação dos serviços de transporte público coletivo de passageiros do município. A iniciativa vai culminar com uma licitação pública para definir a empresa que prestará o serviço na cidade e também até aos distritos. A informação é do Coordenador da Catrans, autarquia responsável pelo Trânsito no município, Bruno de Castro Cunha, que acompanha este trabalho. A empresa que está realizando o estudo é a Cidade Viva – Engenheiros e Arquitetos Associados, que venceu a licitação ocorrida no início deste ano, informa Bruno.
Conforme explica, na semana anterior, a equipe fez vistorias por toda a cidade a fim de conhecer a realidade do transporte coletivo de Cataguases. “Nesta segunda-feira trinta pessoas da cidade foram a campo e estão fazendo o trabalho de ponto a ponto vendo o número de linhas, os horários que estes ônibus percorrem, tempo de duração de cada viagem, o número de passageiros transportados entre pagantes, não pagantes e alunos de escola que pagam meia passagem. Estas informações – completa – terão um impacto direto porque a gente vai conseguir diminuir o número de linhas criando ao mesmo tempo maior eficácia no transporte. A gente acredita também que isso possa gerar uma redução no preço da passagem por conta dessa eficácia do sistema”, explicou.
A partir do resultado deste estudo, continua Bruno, a empresa de transporte vai aplicar no município a melhor solução para cada caso. Este levantamento está levantando pontos de maior viabilidade, quais os bairros mais beneficiados e quais os ajustes que serão necessários em cada bairro, conta Bruno, citando o exemplo do Bairro Sol Nascente, onde atualmente “funcionam cinco linhas, número considerado além do necessário. Outro caso que o estudo vai responder é se precisamos mesmo que uma linha termine no Bairro Pampulha.” Ele revela também o projeto de adoção da catraca eletrônica nos ônibus urbanos que farão trajetos ligando Bairro/Centro por meio da utilização do passe único. “Desta forma, explica, o usuário poderá sair de sua casa, ir até o Centro da cidade e num intervalo de até uma hora, embarcar em novo ônibus sem pagar mais nada por isso”, disse Bruno.
Apesar do trabalho estar em fase inicial, a equipe responsável pelo estudo, coordenada pelo engenheiro civil Ricardo Mendanha Ladeira, já fez uma avaliação preliminar das duas empresas que atualmente oferecem o serviço e, de acordo com Bruno Cunha, consideraram a qualidade “muito boa no que se refere à infraestrutura, prestação do serviço e manutenção além de uma frota relativamente nova”, explicou. Outra informação dada por Bruno é que hoje funcionam regularmente trinta e nove linhas no município, número que conforme explicou, é muito maior que Muriaé, cuja população é de pouco mais de cem mil habitantes e conta com vinte e quatro linhas ativas. Ele também revelou o fim de uma prática que gera revolta nos usuários do serviço: a parada para almoço e jantar dos motoristas e cobradores.
Tudo isso, segundo Bruno (foto ao lado), ficará a cargo da empresa que vencer a licitação do transporte público que deverá acontecer, conforme prevê o coordenador da Catrans, em janeiro de 2020. Em 2012, Cataguases realizou este mesmo processo que também culminou com uma licitação, porém, seu resultado foi embargado por uma das empresas participantes. Como é uma determinação constitucional que todos os serviços públicos sejam licitados, o município assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público para adequar este serviço. Se tudo ocorrer dentro do previsto, Cataguases terá apenas uma empresa – que poderá ser de qualquer parte do país – realizando o transporte de passageiros urbanos já a partir do ano que vem.