Uma cataguasense faz sua estreia no cinema, agora em setembro, por meio do Festival de Cinema AudioTransVisual, iniciativa que privilegia a criação cinematográfica entre pessoas transsexuais que tem o apoio do site Midia Ninja. Victoria Helena teve seu documentário, “Femininação” escolhido após participar de um curso de formação audiovisual com o cineasta André da Costa Pinto, para o acesso de pessoas transgênero à formação em funções artísticas e técnicas do audiovisual.
Radiante com a escolha, Victoria segue a tradição de vanguarda do cinema local sendo a primeira transsexual de Cataguases a se dedicar à sétima arte. A proposta do evento é encontrar profissionais trans que façam cinema, conta a estreante cataguasense. Ela produziu um documentário de curta duração chamado “Femininação” que traz relatos da ativista Solange Revoredo e inspirado em poemas de Patrícia Pacheco. Os textos abordam violências sofridas por mulheres em seu cotidiano e os relatos da vivência de Solange com o homem que lhe abusou, as agressões sofridas até a criação do Grupo de Apoio à Mulher (GRAM), explica Victoria.
– Após a estreia no Festival AudioTransVisual, pretendo estender este projeto transformando o Femininação em uma série de curtas, sempre abordando temas relevantes e impactantes, tais como alcoolismo, dependência química, violência e abandono de idosos, por exemplo, entre outros”, conta Victoria Helena (foto ao lado) que viveu em Cataguases sua infância e depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive atualmente. “Mas vou muito a Cataguases onde tenho parentes e muitos amigos. É uma cidade que não sai do meu coração e pela qual tenho muito amor”, afirma
O documentário vai estrear durante o Festival que vai ao ar no site Midia Ninja entre os dias 21, 22 e 23 de setembro próximo. “Também vamos participar do Festival de Vitória, ainda este ano”, acrescenta. O curta conta com a participação de Patrícia Pacheco, Solange Revoredo, Duda Soares e da própria Victoria Helena que assina a direção, o roteiro e a produção executiva. Ansiosa para conhecer a receptividade do público para com a sua obra, Victoria disse estar “muito feliz por esta oportunidade e confiante de que seu documentário seja mais uma ferramenta na busca por uma sociedade mais justa e com oportunidades para todos.”
Fotos gentilmente cedidas por Victoria Helena.