Foi lançado oficialmente nesta quinta-feira, 10 de setembro, às 10 horas, o projeto Fórum Cidade da Música. O evento aconteceu de forma online, na página do Polo do Audiovisual da Zona da Mata, no YouTube. Participaram da iniciativa artistas, produtores, representantes de entidades parceiras, empresários e autoridades estaduais e regionais.
O projeto Cidade da Música é uma iniciativa de um potente grupo de profissionais locais do setor musical, em parceria com o Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais e a Associação de Música no Interior (AMI). A ideia é diversificar a economia da cidade e fortalecer a integração de profissionais da música e do audiovisual da Zona da Mata Mineira. Vai desenvolver diversas atividades artísticas e de formação dentro do universo da música, que devido ao momento, serão realizadas de forma remota, com transmissão pela internet, seguindo todos os protocolos de segurança para seus participantes e o público.
Ao longo dos próximos meses acontecerão dezenas de ações culturais, com serestas, “lives” musicais, encontro de compositores, mostras de música instrumental, workshops, rodas didáticas de choro, entre outras atrações. Neste sentido, o projeto nasce com a força de importantes parcerias, reunindo os setores do audiovisual e da música à diversas instituições públicas e privadas. O patrocínio é do grupo ENERGISA através da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais.
Por meio de uma nova parceria, entre a Prefeitura Municipal de São João Nepomuceno e o SEBRAE-MG, o projeto irá realizar também um estudo para mapear o quadro profissional do setor musical local, identificar o potencial de toda uma cadeia produtiva de serviços e fornecedores. Uma ação que garante uma base essencial para um plano de longo prazo, que tem como objetivo principal promover a Economia Criativa da Música.
Para Cesar Piva, presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata mineira, “esse é um sonho antigo do Polo Audiovisual, um arranjo criativo e produtivo regional que reúna e integre de maneira duradoura toda a potência do setor do áudio e da música, junto às produções de cinema, televisão, animação, entre outras que já estamos realizando e as que virão em futuro breve. Tenho a certeza de que estamos inaugurando assim, um novo ciclo em nosso trabalho, de profissionalismo no setor cultural com relevância para o desenvolvimento de nossa região.”
O pontapé inicial do projeto será com o evento “São João ao Luar”, atividade que acontecerá já neste mês de setembro, com a realização de cortejos de serestas pelas ruas dos distritos Taruaçu, Roça Grande, Carlos Alves, Ituí, Araci e no Centro de São João Nepomuceno, quando o público será convidado a assistir a performance das janelas de suas casas, como forma de garantir o distanciamento social.
Ainda em Setembro, o Projeto publicará dois editais de seleção para a realização das ações “São João Fique em Cena” e “Estação Autoral”. Na primeira, serão selecionados 30 músicos e intérpretes sanjoanenses para uma série de apresentações virtuais. Já a última prevê a seleção de 24 compositores de toda a Zona da Mata mineira, para uma Mostra Regional. Ambas atividades preveem uma premiação financeira aos selecionados, como uma forma de proporcionar trabalho e renda a estes profissionais, que estão sofrendo os impactos da pandemia neste momento.
De acordo com o músico Ricardo Itaborahy, (na foto mais acima tocando sanfona) um dos idealizadores do projeto, “essa quantidade expressiva de músicos em São João Nepomuceno, não é à toa, a cidade carrega a música em seu DNA. Além das orquestras Eldorado e Conjunto Itaborahy, que tiveram atuação muito importante nas décadas de 1960 e 1970, o município ainda conta com as fanfarras e três escolas de samba, que permanecem ativas até os dias de hoje. Nós temos tradição nas escolas de samba, cada bateria nossa aqui tem mais ou menos 40 pessoas, muitos dos nossos músicos passaram por elas”.
E não é só de músicos que se faz uma Cidade da Música. O município conta com uma consolidada estrutura da indústria fonográfica. No total, são três estúdios, incluindo o Estúdio Versão Acústica, que é administrado pelo reconhecido músico Emmerson Nogueira.
Segundo Ricardo Itaborahy, “Tocar no Estudio do Emmerson não é só tocar, é uma experiência. Além de ter os melhores equipamentos disponíveis no mercado, os músicos podem ficar imersos em um ambiente de natureza”. O Estúdio Versão Acústica, ao longo de mais de 15 anos, já recebeu grandes nomes da música nacional como Milton Nascimento, Criolo e, entre os músicos internacionais, o guitarrista Stanley Jordan.
Texto: Beth Sanna – Polo Audiovisual da Zona da Mata | Foto: Acervo Ricardo Itaborahy