O Corpo Clínico do Hospital de Cataguases realizou na noite desta terça-feira, 18 de agosto, uma reunião de apresentação de sua nova diretoria. O encontro aconteceu no 13º andar onde funciona a sede da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases. Os cuidados com a segurança sanitária foram tomados com o evento ocorrendo em local de muita ventilação natural, as cadeiras foram colocadas distantes umas das outras e todos usavam máscaras.
O médico ortopedista, Gilberto Delfim de Carvalho anunciou aos presentes que acabava de assumir a presidência do Corpo Clínico com o objetivo de contribuir “especialmente durante este período de pandemia” e, também, em função de sua amizade com o provedor José Roberto Furtado. Em seguida passou a palavra para o colega médico Pedro César Martins que em um discurso contundente, deu o tom do encontro: Ele fez uma consistente defesa do hospital neste episódio que levou à interdição do setor Covid pela Vigilância Sanitária.
Pedro César, que depois teve seu pronunciamento endossado pelo seu irmão e também médico, João Batista Martins, disse nunca ter visto em toda a sua carreira de profissional uma ação tão efetiva, rápida e eficiente da Vigilância Sanitária, o que lhe causou até estranheza, afirmou. Salientou que todas as ações do Hospital nesta pandemia cumprem rigorosos protocolos e reforçou o cuidado com o paciente e sua saúde. Refutou, ainda, toda e qualquer insinuação de que em algum momento o estado de saúde dos pacientes foi colocado em risco por causa do atendimento prestado pelo Hospital. Antes de terminar, disse ter estranhado também tudo isso acontecer exatamente quando o médico responsável pela UTI estava se recuperando de um quadro de covid.
Todos os demais médicos presentes se mostraram favoráveis ao Hospital e o ginecologista Edson de Abreu Lopes concluiu dizendo que não se pode mais deixar que fatos como este se repitam. Suas palavras ecoaram em Paulo Roberto Marinho Ramos, que lembrou suas lutas em prol do hospital como a que resultou, em 1993, na instalação do Oncológico, por exemplo. Para ele este episódio não pode manchar a reputação do Hospital e todo o trabalho ali desenvolvido. Para evitar que isso se repita, disse que a solução está na comunicação entre as partes envolvidas para que possam entrar em acordo. Logo depois o presidente do Corpo Clínico encerrou a reunião.
Comunicado do Hospital de Cataguases
Na na noite desta terça-feira, 18, a direção do Hospital de Cataguases divulgou um comunicado sobre a interdição imposta pela Vigilância Sanitária e que chegou a fim naquela tarde. O texto conta a sua versão dos fatos e como tudo aconteceu. Leia abaixo ou para faça o download do Comunicado Hospital.
COMUNICADO A POPULAÇÃO DE CATAGUASES
Nós, do Hospital de Cataguases, estamos lutando incansavelmente pela nossa população, especialmente, no combate à Covid-19.
Entretanto, com muito pesar, viemos externar um sentimento de extremo pesar pelos acontecimentos ocorridos nesta instituição, desde o dia 13 de agosto às 17h até a presente data, 18 de agosto, às 16h.
Como é sabido por todos, no dia 13 a Vigilância Sanitária Estadual, no exercício de sua função, realizou uma inspeção no Hospital de Cataguases para apurar pontuais irregularidades apontadas através de denúncia formalizada junto ao Ministério Público de Minas Gerais.
Segundo a denúncia, o Hospital de Cataguases não possuía médico coordenador e médico de rotina do setor de UTI Covid-19, bem como, o médico plantonista presencial na enfermaria Covid-19, além dos protocolos de atendimento ao paciente com Covid-19.
Na ocasião da inspeção, foi comprovada a existência do médico coordenador da UTI Covid-19 e o médico de rotina, sendo apresentados, ainda, os protocolos clínicos de manejos de doenças exigidos no atendimento dos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva.
No que diz respeito ao médico plantonista em enfermaria Covid-19, é de fundamental importância que não havia sido exigido do Hospital de Cataguases até o momento e a sua presença foi uma indicação do Comitê Covid-19 de Cataguases, justamente na data em que ocorreu a denúncia.
É importante frisar, também, que até a data da inspeção, não havia sido comunicada a decisão do Município em contratar esse profissional.
A Direção Técnica do Hospital de Cataguases, por sua vez, manteve o entendimento de impossibilidade de cobrança deste profissional na inspeção. Porém, como não houve concordância entre as partes neste sentido, o Hospital de Cataguases foi obrigado a iniciar uma busca ativa de médicos para os plantões presenciais de enfermaria Covid-19.
O prazo para regularização dessas exigências, que para o Hospital eram novas e passou a existir a partir do momento que foi dado ciência, era de 24h, conforme determinado pela Vigilância Sanitária.
Entretanto, foi impossível o Hospital de Cataguases cumprir o prazo para realizar a contratação de médicos plantonistas presenciais para a enfermaria Covid-19 e formatar os protocolos já existentes, que até então era aceitos desde a habilitação dos leitos de UTI Covid-19.
Com isso, o Hospital de Cataguases ficou impedido de internar pacientes com Covid-19 e os pacientes já internados tiveram que ser transferidos para a Casa de Caridade Leopoldinense, que é uma referência para os pacientes de Cataguases nos casos da Covid-19.
Com muito trabalho e comprometimento, no dia de hoje, 18 de agosto, a equipe do Hospital de Cataguases conseguiu sanar todas as exigências e, por volta de 14h, recebemos novamente a visita da Vigilância Sanitária, que certificou o atendimento integral das mesmas, liberando o retorno das internações nos setores de Covid-19 do Hospital de Cataguases, tanto da UTI quanto da enfermaria.
É com muita satisfação que o Hospital de Cataguases reafirma seu compromisso junto a população de toda nossa região e ratifica o comprometimento de prestar atendimento de qualidade e excelência.
Continuem contando conosco. Juntos, venceremos mais essa luta.
Toda equipe do Hospital de Cataguases