A Secretária Municipal de Saúde de Cataguases, Daniela Rezende Coelho, assinou, juntamente com o médico Joseph Freire, a denúncia junto ao Ministério Público de Minas Gerais que levou à interdição do setor Covid do Hospital de Cataguases. A revelação foi feita na manhã desta terça-feira, 18 de agosto, pelo advogado do Hospital, Rafael Vilela Andrade, e pelo assessor daquela Santa Casa, Eliermes Teixeira, em entrevista ao Programa Gomes Comunicação, que vai ao ar pela emissora Multisom Sertaneja.
Questionada pela reportagem do Site, por meio de mensagem de aplicativo, Daniela ainda não se manifestou a respeito. A notícia causou indignação especialmente porque a Secretaria Municipal de Saúde contratou o Hospital de Cataguases para realizar o atendimento dos pacientes vítimas de Covid-19 em Cataguases. Com a denúncia, as pessoas internadas no Hospital foram transferidas para a Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina, onde permanecerão até que todas as irregularidades sejam corrigidas.
A medida causou um enorme transtorno no Hospital que desde sexta-feira, 14, vem movimentando toda sua equipe para cumprir as novas exigências da Vigilância Sanitária, a mesma que em junho, autorizou o funcionamento dos leitos para Covid-19. Além disso, e apesar da transferência dos pacientes para outro hospital, continua mantendo em atividade todos os profissionais contratados para atuarem no Setor Covid, o que significa despesa desnecessária de recurso público, uma vez que apenas poucos pacientes (somente da UTI) permanecem internados no Hospital de Cataguases.
Considerada uma medida radical, o que se ouve entre as pessoas que estão acompanhando diretamente o desenrolar dos fatos – conforme apurou a reportagem do Site -, é que a denúncia poderia ter sido utilizada como último recurso, caso o Hospital não efetuasse as correções das irregularidades supostamente encontradas. Como a Secretaria de Saúde pode, simplesmente, não contratar mais os serviços daquele hospital, ela também tem a prerrogativa de negociar prazos com a instituição sobre a solução de eventuais pendências.
A Saúde do município até agora se defendeu apresentando a ata da reunião do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19, de 21 de julho, para mostrar que os problemas haviam sido tratados e, ao mesmo tempo, insinuando que o Hospital não os corrigiu. Ela destaca as frases “que a Secretaria de Saúde deverá ter acesso ao protocolo de atendimento do Hospital; que o Hospital deve apresentar um panorama para os atendimentos” para justificar a denúncia junto à Vigilância Sanitária. Até o fechamento desta matéria, o setor Covid do Hospital de Cataguases permanecia interditado.
NOTA DA REDAÇÃO: Após a publicação da matéria, o Procurador Geral do Município, advogado Yegros Martins Malta, enviou a mensagem transcrita abaixo, na íntegra, com a explicação do Município sobre o episódio objeto da notícia divulgada. Apesar dele não ter solicitado que estas informações fossem colocadas na matéria, o Site do Marcelo Lopes, cumprindo o seu dever de informar com imparcialidade decidiu publicar o texto, que segue.
“A denúncia foi feita pelo Joseph, após não se resolver as pendências apontadas (ele mesmo noticiou esses fatos na quinta). O MP, através da Dra. Amanda, solicitou a ratificação da denúncia pela Secretaria de Saúde, o que foi feito. Todos os vereadores estão cientes dos fatos apontados pela Secretaria, conforme oficiado ontem.”
“A interdição foi feita pela Vigilância Estadual, após pedido do MP da coordenação da Saúde e MP da saúde de Cataguases e visita no local. Desta forma, o HC está buscando, perante os órgãos que interditaram, a liberação (todos torcemos para que sejam sanadas as irregularidades o mais breve possível). O Município, como contratante do serviço, verificou fatos, tentou soluções, que não ocorreram, tendo repassado aos órgãos competentes. Como envolve instituição respeitável (HC) e pessoas, o MP decretou sigilo do procedimento. A investigação está com estes órgãos.”