Hospital de Cataguases se prepara para atender vítimas da Covid-19


Hospital de Cataguases se prepara para atender vítimas da Covid-19

A direção do Hospital de Cataguases atendeu a um pedido do Site do Marcelo Lopes neste domingo, 22 de março, e reuniu seus principais colaboradores para falar sobre suas condições, necessidades, responsabilidades, entre outros temas, em função do advento da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Entre todas as informações repassadas é preciso destacar que aquela Santa Casa está se preparando para atender os pacientes que vão surgir, o que é neste momento, inevitável. A pergunta que ainda não tem resposta é se terá condições de atender a todos. O recado é simples: a doença ainda não chegou, mas o melhor que podemos fazer é nos prevenir contra ela.

No caso do Hospital de Cataguases, a pandemia vai encontrá-lo num momento econômico de quase equilíbrio, conforme contou o seu administrador Máximo Barbosa da Silva. “A gente passou por três enchentes e ainda não nos recuperamos dela e já estamos enfrentando essa guerra que a gente não sabe quem é o adversário, quando começa e nem quando termina. E isto nos pegou numa fase de estabilidade administrativa e financeira, onde estamos colocando as dívidas em dia sem dinheiro novo, mas vamos entrar de novo numa crise sem precedentes, porque já fomos obrigados a cancelar as cirurgias eletivas, que são uma de nossas principais fontes de receita e fechamos o ambulatório já pensando numa demanda maior para atendimento aos pacientes do novo coronavírus”, disse.

Sobre a capacidade da instituição de atender todas as vítimas da Covid-19, Raquel Cunha, enfermeira coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, dá a seguinte explicação: “Os primeiros casos, (temos condição) sim. Para epidemia, com o surgimento de muitos casos, nem o hospital de Cataguases e nenhum da região está. Nem do Brasil!, afirmou. Ela revelou que a equipe já montou o Plano de Contingência que esquematizou o atendimento a estes casos e todos os profissionais estão treinados neste sentido.” E completou: “a gente participou de reunião com o Promotor em Juiz de Fora na última segunda-feira e pudemos constatar que nossa situação aqui é idêntica a dos demais hospitais da região.”

Por isso a necessidade de evitar o contágio ficando em isolamento social, em casa, reforça Raquel. Eloy de Oliveira Rodrigues, responsável técnico e Gerente de Enfermagem do HC, acrescenta outra informação relevante: “Mesmo que a gente reserve um andar inteiro do hospital para estes casos e o transforme em UTI vamos precisar de equipamentos e aparelhos imediatamente. O Estado até agora não enviou nada neste sentido para a gente e, comprar, mesmo que o hospital tivesse condição, a entrega não seria imediata. Além disso é preciso treinar mão-de-obra específica para isso, que também não temos”, disse. A nossa UTI atual tem todos os equipamentos necessários, completou.

Outra dificuldade enfrentada é quanto aos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – necessários aos profissionais de saúde no trato diário com os pacientes. Não há máscaras cirúrgicas disponíveis no mercado, conforme já noticiou este Site, e é reiterado agora por Daniela Rodrigues Ferreira, responsável pelo Almoxarifado do Hospital de Cataguases. Segundo ela, produtos como máscaras, luvas, óculos, entre outros, está “muito difícil de encontrar no mercado, porque quando a gente encontra os preços estão exorbitantes. Um exemplo: a gente comprava uma caixa de máscara em torno de R$ 4 a R$ 5. Hoje estamos encontrando por R$ 98, a mesma máscara, com apenas 50 unidades na caixa sendo que anteriormente vinham cem”, explicou. Por enquanto, tranquiliza ela, há EPIs para todos, mas as entregas estão atrasadas bem como faltam produtos no mercado o que pode comprometer nosso atendimento no futuro próximo, disse.

O provedor do Hospital José Roberto Furtado lembra outra dificuldade. “Temos funcionários que estão sendo colocados em casa por estarem no grupo de risco. Este é outro fator que vai comprometer nosso atendimento”, avisou. Sobre os casos suspeitos de Covid-19, Eloy Rodrigues informou que os dois pacientes que estavam internados naquela Santa Casa suspeitos de estarem com a doença receberam alta. Os demais, devem estar em casa, recebendo acompanhamento. Sobre os resultados dos exames, ele também informou que chegam diretamente à Secretaria de Saúde do município que faz a divulgação posteriormente.