MATÉRIA ATUALIZADA – Uma doença ainda desconhecida já atinge pelo menos sete pacientes em Minas Gerais e preocupa as autoridades de Saúde. Um deles, de 55 anos, teve a morte confirmada por familiares na noite desta terça-feira, 07. Ele estava internado em hospital particular de Juiz de Fora, e residia em Ubá. Até esta terça-feira, 07 de janeiro, outros seis homens, com idades entre 23 e 76 anos, estavam em unidades médicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, sendo cinco residentes na capital mineira e outro em Nova Lima, na Grande BH.
Os primeiros sintomas são gastrointestinais, como náuseas, vômitos e/ou dores abdominais, associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (até 72 horas), seguida de uma ou mais alterações neurológicas. Exames laboratoriais estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias (Funed), entretanto, ainda não há resultados conclusivos. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que já desencadeou uma investigação conjunta entre os Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Minas e BH, com o objetivo de esclarecer diagnósticos e buscar novos casos.
“Em 30 de dezembro de 2019, o Cievs Minas foi notificado da ocorrência de um caso de insuficiência renal aguda com alterações neurológicas de um paciente internado em hospital privado de Belo Horizonte. Em 31 de dezembro, foi notificado um segundo caso, com os mesmos sintomas, de um paciente internado em hospital de Juiz de Fora. Até 6 de janeiro de 2020, foram notificados sete casos suspeitos, com início de sintomas mais precoce datado de 19 de dezembro de 2019”, informou a pasta.
Paciente internado é de Ubá
Já a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o homem que esteve internado em Juiz de Fora é morador de Ubá, mas não informou em qual unidade hospitalar ele esteve. “O Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) da Prefeitura foi notificado do caso de um paciente internado em hospital particular da cidade, com etiologia a esclarecer. Como procedimento padrão, o setor responsável encaminhou uma amostra de líquor (líquido que banha o sistema nervoso e se encontra dentro das meninges) do paciente para a Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte. Conforme nota técnica enviada pela Secretaria Estadual de Saúde, o laboratório realizará pesquisa de arboviroses (causadas por vírus como da dengue, zika e chikungunya), febres hemorrágicas, infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas, doenças neuroinvasivas, intoxicações exógenas, dentre outras.”
Conforme a SES, a média de dias entre o início dos primeiros sintomas e a internação foi de 2,5. Todos os pacientes são do sexo masculino e apresentaram insuficiência renal aguda de rápida evolução, assim como alterações neurológicas centrais e periféricas. A Secretaria de Saúde alerta: “Devem ser imediatamente notificados (em até 24 horas) ao Cievs BH (casos de Belo Horizonte) e Cievs Minas (casos do restante do estado), pelo telefone e por e-mail, os casos ocorridos a partir de primeiro de dezembro de 2019 que iniciaram com sintomas gastrointestinais (náusea e/ou vômito e/ ou dor abdominal) associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida (até 72 horas), seguida de uma ou mais alterações neurológicas: paralisia facial, borramento visual, amaurose (perda parcial ou total da visão), alteração de sensório e paralisia descendente.”
Fonte: Tribuna de Minas | Texto: Sandra Zanella | Foto: Silas Camargo Salão por Pixabay