O basquete em Cataguases, praticado na cidade por atletas apaixonados pela modalidade, vem revelando verdadeiros talentos para o país. É o caso, por exemplo, da jovem cataguasense Lorena da Silva, de 25 anos, que acaba de ser contratada como a mais nova pivô da equipe paulista Ituano Basquete, que vem investindo prioritariamente no esporte na categoria feminina.
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Filha de Maria Aparecida Silva e de Antônio Marcos Rosa da Silva, o Marquinhos Capoeira, Lorena tem um irmão, Ygor, que é o maior incentivador de sua carreira, e ex-atleta de basquete. Hoje, além de atuar nas quadras, Lorena é graduada em Gestão de Recursos Humanos e está cursando Administração porque, como ela mesma diz, “basquete não é pra sempre”.
Lorena chega ao Ituano como reforço para a temporada. Do alto de seus de 1,90m, a atleta cataguasense vai levar para o novo clube uma bagagem de experiência e talento que promete fortalecer a equipe. Ela ganhou destaque na última edição da Liga de Basquete Feminino (LBF), defendendo as cores do Unimed Campinas. Entretanto, sua trajetória no basquete vai além, com passagens por renomadas equipes como Uninassau Recife, Pró-Esporte/Sorocaba e Sodiê Mesquita, entre outras.
O Site do Marcelo Lopes conversou com Lorena pelo aplicativo WhatsApp e o resultado desse bate papo é a entrevista a seguir.
Site do Marcelo Lopes – Quando você começou a jogar basquete?
Lorena da Silva – Comecei a jogar basquete com 13 anos e me profissionalizei em 2016, na equipe Uninassau Recife.
Site – Porque escolheu o basquete e quem te deu apoiou nesta decisão?
Lorena – Eu sempre digo que foi o basquete que me escolheu, porque eu não conhecia e não tinha interesse na modalidade. Se não fosse por muita insistência do meu professor e técnico Jálber, com toda certeza eu não estaria jogando hoje. Minha mãe sempre me apoiou desde o começo, e minha melhor amiga, Amanda, que foi aprender basquete comigo, mesmo não gostando da modalidade, só pra me acompanhar. Ela (Amanda) me incentiva até hoje.
Site – Quais equipes você já atuou?
Lorena – Nas equipes de base eu joguei no Bradesco e Barretos. Já nas equipes Adulto foram Unissau Recife, São Bernardo, Pindamonhangaba, Pró-Esporte Sorocaba, Sodie Mesquita e Unimed Campinas.
Site – Você acaba de ser contratada pelo Ituano. Qual a sua expectativa?
Lorena – É um clube que possui uma ótima estrutura e investe 100% nas atletas, o que atualmente está se tornando raro por não ter um apoio das prefeituras e patrocinadores, o que é muito triste. Quero treinar muito, aprender muito com as atletas mais experientes e evoluir bastante. E no campo pessoal pretendo me formar em Administração, e ser cada dia melhor profissionalmente e como pessoa também.
Site – O que você diria para quem quer começar a jogar basquete hoje?
Lorena – Nunca desistir, principalmente as atletas de Cataguases que estão começando agora. Com incentivo tudo fica mais fácil, mas com vontade e persistência nada é impossível.
Desde que comecei a jogar, ainda em Cataguases, via meu treinador Jálber, indo atrás de patrocinadores, na prefeitura de Cataguases para exigir o mínimo para nós atletas. Infelizmente muitas meninas com muito potencial ficaram no caminho por não ter tido esse apoio. E falta de luta e insistência não foi. Em Cataguases ainda tem pessoas como o Paulão, que correm atrás de apoio, mas infelizmente até o momento sem sucesso.
O basquete transforma pessoas, fortalece o caráter, dá disciplina, tira crianças e adolescentes das ruas… Se hoje jogo profissionalmente é graças a esse incentivo e essa luta que o Jálber teve por anos. Aproveito para solicitar à Secretaria de Esportes de Cataguases que ajude o basquete da cidade que, infelizmente, está quase acabando por falta de investimento. Mesmo longe sempre acompanho a luta do basquete para manter as escolinhas e o campeonato masculino. Muitas vezes o pessoal faz “vaquinha” para participar de campeonatos.
Site – Você sofreu ou sofre algum tipo de preconceito pelo fato de ser mulher e negra?
Lorena – Graças a Deus nunca sofri mas, infelizmente, ainda existe muito preconceito, não só nas quadras mas fora dela também. Esta semana mesmo vi uma postagem de um jogadora de vôlei que sofreu preconceito da torcida adversária. Isso dói muito, porque já não é fácil ser atleta em nosso país, sendo mulher é mais difícil ainda.
Site – Você demonstra que acompanha de perto o Basquete em Cataguases. Algum projeto neste sentido?
Lorena – No que eu puder e conseguir, vou ajudar para que não acabe o basquete em Cataguases. Assim como (este esporte) me ajudou muito, tanto profissionalmente quanto como pessoa, pode ajudar outras crianças e adolescentes como eu que saí de Cataguases há onze anos para jogar com apenas 14 anos de idade.
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Fotos: Acervo Lorena da Silva