Em busca de novos conhecimentos e vivências, idosos ingressam no quadro de estagiários do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e contribuem para o andamento da rotina das comarcas, especialmente a de Cataguases. A experiência de vida, aliada aos aprendizados em sala de aula, é um diferencial para estagiários que já passaram dos 60 anos.
Aos 67 anos, a pedagoga Maria Antônia Magalhães de Oliveira, integrante da lista dos estagiários idosos do TJMG, nem sonha em se aposentar. Ao contrário de uma vida pacata, curtindo o lar, viagens, filhos e netos, ela prefere se envolver de corpo e alma no Cejusc da Comarca de Cataguases.
Maria Antônia se formou em pedagogia na década de 1980 e se aperfeiçoou profissionalmente com uma pós-graduação em psicopedagogia. Mas sempre sonhou em ser advogada. Após uma vida profissional estabilizada, atuando em várias áreas da educação, seguiu em busca do sonho e, em 2020, matriculou-se em um curso de Direito, com o incentivo dos dois filhos e dos netos.
A larga experiência no segmento educacional se encaixou nos projetos do diretor do foro de Cataguases, juiz João Duarte Neto, idealizador do “Projeto Paz nas Escolas”, que tem o objetivo de conscientizar adultos e crianças sobre a importância do Poder Judiciário, por meio de palestras ministradas no fórum da comarca. “O juiz depositou confiança em mim e, atualmente, eu o ajudo a viabilizar o projeto na cidade”, celebrou Maria Antônia.
Além do Projeto Paz nas Escolas, a estagiária também atua no Cejusc, onde se apaixonou pela conciliação e mediação. “Quero me tornar advogada, mas, sobretudo, aprender mais e mais. A conciliação e a mediação têm um lugar especial nesta minha vontade de buscar novos conhecimentos”, afirmou.
A coordenadora do Cejusc de Cataguases, Rúbia Mara Receputi, é uma das maiores admiradoras e incentivadoras de Maria Antônia. “Ela chegou na hora certa para nos ajudar com o Projeto Paz nas Escolas. Eu sempre brinco que, quando crescer, quero ser igual a ela”, disse.
Força e disposição
O diretor do foro de Cataguases, juiz João Duarte Neto, disse que Maria Antônia tem atuação imprescindível no Cejusc. “Ela trouxe uma melhoria no índice de acordos relacionados com a mediação e conciliação. Além das técnicas, a pessoa deve ter sensibilidade social para sentar a uma mesa de conciliação”, ressaltou.
“Maria Antônia tem muita força, disposição e consegue motivar a todos, além de ter uma jornada tripla, pois também é mãe, avó, dona de casa e estudante de Direito. E conciliar tudo isso não é nada fácil”, acrescentou o magistrado.
O juiz João Duarte Neto aponta também o apoio de Maria Antônia aos projetos sociais da comarca, emprestando seus conhecimentos ligados à área da educação. “Todos os projetos sociais da comarca, principalmente os que envolvem crianças e adolescentes, ela abraçou e conseguiu contaminar, no bom sentido, todo o restante da equipe”, afirmou.
LEIA TAMBÉM
TJMG inaugura uma unidade do Cejusc no Forum de Cataguases
TJMG realiza mutirão para renegociação de dívidas de impostos em Leopoldina
Fonte: TJMG com fotos do acervo pessoal de Maria Antônia