O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realizou na manhã desta quarta-feira, 31 de agosto, a 4ª fase da Operação “Catarse” em Muriaé, Divino, Eugenópolis e Ubá. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, além de bloqueio de imóveis e veículos. A investigação ocorre desde o ano passado com o objetivo de apurar crimes diversos contra o patrimônio público na Zona da Mata.
De acordo com o MPMG, já são 16 pessoas denunciadas e 696 crimes apurados. Dois dos alvos desta quarta-feira exerceram a presidência da Câmara Municipal de Muriaé, sendo um deles o vereador afastado Carlos Delfim (PDT) e um outro ex-vereador e policial militar da reserva. O nome do último não foi informado.
Em nota, o Legislativo informou que desde o início da Operação Catarse “vem colaborando e continuará colaborando com as investigações e pautando pela transparência dos fatos comunica que hoje, na fase IV desta operação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão de um computador no Setor Administrativo”.
Até a última atualização desta matéria, a reportagem não conseguiu localizar a defesa de Carlos Delfim (PDT).
Veja abaixo o balanço da 4ª fase da operação:
▪︎ um sítio situado no município de Muriaé;
▪︎ uma casa de luxo situada no município de Muriaé;
▪︎ 2 caminhões;
▪︎ R$ 310.550,96 em cheques apreendidos;
▪︎ R$ 77.228,30 em dinheiro apreendido;
▪︎ R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente;
▪︎ 2 caminhonetes;
▪︎ 4 carretas reboque;
▪︎ 8 carros;
▪︎ uma moto
O que é investigado?
Conforme o MPMG, é investigado a existência de um esquema criminoso composto por vereadores e empresários, que consiste na emissão de notas fiscais “frias” emitidas para “legitimar” o pagamento ilícito de verbas.
Também são apuradas condutas de agentes políticos da Câmara de Muriaé. Segundo o órgão, “servidores eram obrigados a repassarem partes dos salários a eles”.
“Das vítimas, alguns declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas perpetradas pelos investigados”, afirmou o MPMG.
Um esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro também é esclarecido. O prejuízo é de mais de R$ 10 milhões. Confira abaixo um levantamento do Gaeco sobre os danos causados:
▪︎ R$ 310.550,96 em cheques apreendidos;
▪︎ R$ 77.228,30 em dinheiro apreendido;
▪︎ R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente;
▪︎ 13 veículos entre caminhão, caminhonete, carros e moto;
▪︎ 2 carretas.
Outras fases da operação
A 1ª fase ocorreu no dia 12 de novembro de 2021. Na ocasião, foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão em Muriaé, Cataguases, Viçosa, Visconde do Rio Branco e Divino e 1 de prisão preventiva em Muriaé. Já a 2ª fase aconteceu no dia 25 do mesmo mês.
Na 3ª fase, realizada no dia 23 de julho de 2022, um diretor contábil e financeiro da Câmara de Muriaé foi alvo.
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Fonte e fotos: MPMG | Texto: g1 Zona da Mata