A Viação Bonança encaminhou ao Site do Marcelo Lopes, na manhã desta segunda-feira, 21 de março, cópia de um documento enviado à Prefeitura de Cataguases e à Catrans, denominado “Pagamento de Salários”. O texto informa que aquela empresa está utilizando os recursos destinados ao pagamento de salário de seus funcionários para comprar óleo diesel. O motivo alegado por ela para adotar tal medida é o não reajuste do preço da tarifa que estaria defasada em função dos constantes aumentos do combustível.
Hoje a passagem de ônibus urbano em Cataguases é de R$ 3. A Viação Bonança apresentou uma planilha de custos à prefeitura indicando o preço ideal da tarifa de R$ 6,80, sem considerar o último aumento do preço dos combustíveis, conforme explicou Oder Ferreira Filho (foto abaixo), proprietário da empresa. Outra solução defendida por ele, que evitaria penalizar o usuário do transporte coletivo, seria o município subsidiar o serviço. Oder vem reivindicando a adoção desta solução desde o início da pandemia do novo coronavírus.
No documento (veja ao final desta matéria) entregue à Prefeitura e à Catrans, a Viação Bonança afirma: “estamos extremamente preocupados com a nossa folha de pagamento (…) porque já estamos retirando o provisionamento destinado aos salários para pagar o combustível que teve seu preço majorado só em um único dia em cerca de 25%.” Em seguida o texto solicita ao prefeito de Cataguases o reajuste no preço da tarifa “nos moldes da lei 2.194/93 ou se conceda subsídio por parte desta prefeitura.”
O mesmo documento ainda destaca sobre possíveis problemas que os funcionários daquela empresa poderão enfrentar com o eventual não pagamento de seus salários. “… se os salários dos funcionários não forem pagos com certeza criará um problema social, não só para a empresa, funcionários como a toda coletividade de Cataguases.” O texto também afirma que a prefeitura não se manifestou até hoje sobre outras correspondências à ela enviadas pela empresa e que aguarda uma resposta com “urgência”.
O Site entrou em contato com Fabrício Zulato, coordenador da Catrans, que disse até aquele momento não tinha conhecimento do documento enviado pela Viação Bonança. Ele justificou dizendo que desde o início da manhã está trabalhando na Vila Minalda e que somente depois do almoço terá acesso ao texto e se manifestaria oficialmente.
Informado pela reportagem sobre o teor do documento, ele descartou de imediato qualquer aumento no preço da passagem nos índices sugeridos e, também, afastou a possibilidade de o município subsidiar o preço da tarifa do transporte coletivo. Fabrício finalizou dizendo que outras alternativas estão sendo pensadas em conjunto com as empresas do setor em Cataguases “que serão divulgadas oportunamente”, finalizou.