A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da FIC recebeu na última semana, encerrando o período letivo, a visita on-line da arquiteta e ativista urbana carioca, Gaby Rocha. Ela participou das bancas finais das turmas dos sétimo e oitavo períodos no qual os alunos apresentaram propostas de projetos voltadas à habitação de interesse social em zonas de vulnerabilidade em Cataguases. Eles também questionam, repensam e dão novas possibilidades de ocupação nas Zonas de Especial Interesse Social, as chamadas ZEIS, da cidade, delimitadas pelo Plano Diretor Participativo de 2006, mas que não foram aplicadas por falta de instrumentos municipais.
As turmas foram divididas em seis grupos que focaram nas ZEIS localizadas entre os bairros Leonardo e Ana Carrara, Thomé e Haidée, São Cristóvão e Taquara Preta, Centenário e Vila Minalda, e no atual bairro Imigrantes. O objetivo foi pensar no direito à moradia e à cidade para além da casa, levando em conta aspectos da reintegração social, promovendo a acessibilidade econômica, de saúde e lazer. As propostas de loteamento e habitação voltaram os olhares para regiões, atuais vazios urbanos, com alto potencial de ocupação e que são fundamentais para uma reintegração correta do tecido urbano de Cataguases.
Gaby Rocha esteve na condução de algumas temáticas nas bancas finais. Ela tem uma ação consistente de atuação em territórios de vulnerabilidade social no Rio de Janeiro, recebeu menção honrosa na premiação Arquiteto do Amanhã, pelo Pavilhão Tornado em 2017, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro, e venceu editais do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do estado Rio de Janeiro com a minissérie “Dia-a-Dia”, onde debate o cotidiano urbano de mulheres em contextos sociais distintos, e o edital Active Citizens, promovido pelo Consulado Britânico, que possibilitou a ação “Mapa Muro”, projeto que trabalha a visibilidade através da arquitetura e urbanismo ao território de Rio das Pedras, comunidade na qual a arquiteta reside.
Segundo Guilherme Ragone, arquiteto e coordenador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da FIC, “pensar nessas áreas (ZEIS), nesses vazios urbanos enquanto locais de grande potencialidade para a regeneração social e do tecido urbano, é fundamental para irmos rumo à uma cidade mais justa, equitativa, economicamente vibrante e que entenda e contemple as suas diferenças. Promover exercícios que estimulem o pensamento crítico nos alunos e alunas, futuros profissionais na cidade, é atuar à longo prazo pela transformação em vias do direito à cidade pleno, e esse é o nosso objetivo”, conclui o professor.
Fonte e fotos: FIC