O tempo é de escassez, como já deu para perceber. Não há carros novos no mercado, o preço da gasolina está pela hora da morte, assim como o da energia elétrica. Para completar, o consumidor atento já deve ter percebido que a variedade de embalagens de cerveja nas gôndolas dos supermercados diminuiu. O motivo? A alta produção da indústria está fazendo faltar vidro no mercado, informa a Associação Brasileira da Indústria de Cerveja (Cervbrasil).
O leitor deve estar se questionando: então vai faltar cerveja logo agora que está chegando o Natal? Na prática, conforme o Neogrid, indicador que mede a falta de produtos nos supermercados brasileiros, não necessariamente faltará cerveja nas gôndolas, mas não serão encontradas algumas linhas e marcas, reduzindo especialmente alguns tipos de embalagens.
De acordo com Robson Munhoz, diretor de operações da Neogrid, “ainda há ‘soluço’ de matéria-prima para a indústria e ela está revendo seu portfólio. Algumas fábricas não estão recebendo a embalagem de 310 ml, por exemplo, e tomam a decisão de não envasar determinadas marcas”, explica. E completa: “Com a inflação, que diminui a renda disponível da população, a falta de embalagens menores prejudica o consumo”, afirma.
Ou seja: com o dinheiro valendo menos, o consumidor tende a buscar embalagens menores da bebida. Se determinada marca não tem essa disponibilidade, ele troca por outra ou acaba por abandonar a compra desse item. A redução do tamanho da embalagem é um subterfúgio a que diversas indústrias, como a de alimentos e a de cosméticos, recorrem em tempos de dificuldades de emprego e renda, como o atual. Conclusão: cerveja para o Natal terá, resta saber a que preço.
Fonte: Tribuna de Minas | Foto: Manfred Richter por Pixabay
