A Polícia Civil de Minas Gerais realizou uma coletiva de imprensa na tarde de terça-feira, 22 de junho, quando deu detalhes sobre a prisão do segundo sargento da Polícia Militar, lotado no 47º Batalhão da PM em Muriaé, cuja identidade e idade não foram reveladas.
Ele é o principal suspeito de atirar quatro vezes em sua prima, Nayara Andrade Rocha, de 34 anos, que estava dentro do Salão de Beleza onde trabalhava, no bairro Barra. O crime aconteceu dia 01 de junho. Quatro dias depois, já internada no Hospital São Paulo, ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
Durante a coletiva, os delegados Alessandro da Matta, Gleydson Ferreira e Tayrony Espindola detalharam a investigação que levou até o nome do policial militar apontado como principal suspeito. De acordo com eles, os trabalhos começaram ainda no local do crime. Tudo indica que o suspeito matou a prima para receber uma apólice de seguro feita no nome dela pelo próprio PM. Segundo as investigações, o militar receberia cerca de R$ 22 milhões com a morte da vítima. A seguradora confirmou que o seguro foi feito pelo suspeito.
Andamento das investigações
Os investigadores localizaram a motocicleta utilizada no crime em Viçosa e, a partir daí, confirmaram que a locação do veículo foi feita em nome do militar. No dia 30 de maio, um dia antes do crime, a moto usada pelo policial estava em Viçosa. O veículo foi apreendido no dia 08 de junho. Segundo os delegados, imagens próxima à residência dele foram analisadas e constatado que no dia do crime, o suspeito saiu com a mesma roupa utilizada pelo autor dos disparos.
Tentativa de sabotagem nas investigações
Os delegados também afirmaram que por algumas vezes, o militar tentou sabotar as investigações. No dia do crime, por volta das 7h30min, ele chegou a passar uma informação falsa para um de seus superiores, dizendo que um foragido de alta periculosidade estaria em Capetinga. A intenção era distrair os militares até a comunidade para facilitar sua fuga.
A prisão
Após todos os desdobramentos investigativos, o PM foi localizado e preso pela Polícia Civil na região central de Muriaé. Ele não reagiu a prisão e colaborou com os procedimentos. Dentro da mochila que ele usava, havia outra mochila com as mesmas características usadas no dia do crime.
Em seguida, a PC realizou uma busca em sua residência e apreendeu dezenas de materiais que poderão servir como provas no crime. Ele foi levado para a 4ª Delegacia de Polícia Civil no bairro Safira e a todo o momento usou o seu direito de permanecer calado. Na mesma noite, o sargento foi transferido para o Presídio Militar, localizado em Ubá.
Repúdio da Polícia Militar de MG
Participou da coletiva de imprensa o major Wesley, comandante da PM de Carangola, substituindo o tenente Cel Márcio Roberto e Major Sandro que estão em viagem. Ele repudiou a atitude do militar e disse que o sargento foi imediatamente afastado para o andamento das investigações.
A princípio ele permanecerá preso por 30 dias, podendo ser estendida, caso a justiça entenda que seja necessário o suspeito permanecer por mais tempo detido. “Não estamos satisfeitos de ver um companheiro de segurança pública na trama deste homicídio, mas devemos colocar nosso comprometimento e profissionalismo com a sociedade”, destacou o delegado Tayrony Espindola.
A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que continuará investigando o caso e não descarta a participação de outras pessoas.
Fonte e fotos: Rádio Muriaé