Adeus Chico Monteiro, o médium que encarnava o Doutor Fritz


Adeus Chico Monteiro, o médium que encarnava o Doutor Fritz

Na manhã deste sábado, 15 de maio, chegou a notícia da morte de Chico Monteiro, o comunicador, radialista e espiritualista que mantinha uma ligação permanente com as divindades, independente de qualquer religião. José Francisco Monteiro (na foto acima com a cantora Alcione), nascido em Além Paraíba, em 15 de outubro de 1949, foi um cidadão do mundo e um homem que sabia cativar os amigos. Uma pessoa que gostava de fazer o bem, ajudar o outro, pensar fora da caixinha, para usar um termo que está na moda. Deixa uma filha, e seu sepultamento será em Rio Novo.

Conheci Chico Monteiro em fevereiro de 1987, um dia depois de começar a trabalhar na Rádio Cataguases onde ele fazia um programa matinal na emissora AM. A partir daquele dia começamos uma amizade onde o riso e as histórias que ele contava marcariam a minha vida. Nossos papos animados aconteciam na Redação que era muito frequentada pelos radialistas que lá iam buscar as notícias para seus programas e ficavam jogando conversa fora. Chico, então, com jeito matreiro, dizia que a gente se reunia ali para fazer uma “conspiração”.

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Lembro de várias histórias contadas por Chico Monteiro. Falava sobre elas com a mesma seriedade de quando dava uma notícia urgente. E me divertia muito com todas elas. Uma que me marcou profundamente é esta: Num fim de semana qualquer, ele estava em seu sítio próximo de Itamarati de Minas, à noite, meditando ao ar livre, olhando para o céu, quando uma nave extraterrestre apareceu e um de seus tripulantes foi ao seu encontro. Depois de uns minutos de conversa o levaram para dentro dela e lá colocaram em um de seus braços um chip de monitoramento. Detalhe: ele mostrava até uma pequena cicatriz por onde o chip teria sido introduzido.

Depois de sair da Rádio Cataguases, Chico abraçou de vez sua mediunidade. Começou a fazer cirurgias espirituais através do médico alemão conhecido como Doutor Fritz. Uma multidão recorria à ele, semanalmente. Primeiro aqui em Cataguases, depois em outras cidades, sendo que atualmente atuava em Rio Novo, onde funcionava a Organização Paracientífica Adolfo Fritz, mantida por ele e seus colaboradores. Amigo pessoal do teólogo Leonardo Boff, a quem trouxe a Cataguases certa vez, me ligou perguntando se eu não queria entrevistar o ilustre visitante. Quinze minutos depois estava ao lado deles, numa manhã de céu azul, no Beville Hotel.

De Chico Monteiro vou guardar as histórias, sua vontade de ajudar o próximo, a generosidade e a conexão com o divino. Ele viveu para o outro. E também revelou talentos, como é o caso do Grupo Aero, a quem apresentou para nomes importantes da música brasileira. Chico tinha certeza do talento do grupo musical cataguasense e, por isso, produziu o segundo e o terceiro CD da banda mais famosa da cidade. Nesta manhã, aos 72 anos de idade, Chico Monteiro partiu, após um período de internação em Juiz de Fora, onde tratava um problema de saúde decorrente da diabete. Sai de cena o homem com uma aura iluminada, que passou a vida fazendo o bem e acreditava que manter uma ligação permanente com um ser supremo faz o mundo melhor.

Com Emanoel Messias e o cantor Luiz Preto

Texto: Marcelo Lopes | Fotos: Emanoel Messias e Dé Antunes