A repentina e inesperada cobrança da taxa de esgoto pela Copasa em Cataguases provocou revolta na população, especialmente na parcela que viu sua conta mensal de consumo de água dobrar de valor. Desde então o assunto tornou-se o preferido nas redes sociais o que acabou motivando lideranças populares a organizarem uma manifestação ocorrida na noite desta quinta-feira, 11 de fevereiro, na Praça Santa Rita. Logo depois, no Educandário Dom Silvério, aconteceu um encontro com o deputado estadual Cleitinho Azevedo, convidado a contribuir na busca de uma solução para o problema vivido em Cataguases.
Os ex-vereadores Maria Ângela Girardi e Hercyl Neto, que levaram a cabo uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) sobre o trabalho da Copasa em Cataguases, cujo resultado é um retrato sem retoque do serviço prestado, participaram da reunião quando Hercyl sugeriu ao deputado Cleitinho abrir uma investigação na Assembleia Legislativa – nos moldes da realizada pelo Legislativo de Cataguases – sobre o trabalho da Copasa no município. Aquele deputado, porém, não se manifestou a respeito, disse o ex-vereador. Ainda durante a reunião, Cleitinho ligou para o diretor-geral da ARSAE – Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais – Antônio Claret de Oliveira Júnior, para solicitar uma inspeção na Copasa em Cataguases.
Participaram do encontro representantes de diversas entidades civis, sindicatos da cidade e região, e de associações de moradores, além dos vereadores Marcos Costa, Rafael Moreira, Ricardo Dias e Beto do Leonardo. A reunião foi uma iniciativa da UAMC – União das Associações de Moradores de Cataguases – que hoje é presidida por Cláudio Amâncio, que, em janeiro, enviou ofício à Copasa solicitando uma visita em todo o sistema de captação e tratamento de água e esgoto de Cataguases, mas até hoje aquela empresa não se manifestou a respeito.
Os problemas com a Copasa começaram em 2011 quando foi assinado o contrato para assumir o tratamento do esgoto da cidade. Desde então, a população vem sofrendo com buracos nas ruas, entupimentos nas tubulações, serviços que precisam ser executados mais de uma vez, além da dificuldade em ter seu problema solucionado. O serviço contratado estava previsto para entrar em operação em 2016, mas até hoje isso não aconteceu. Apesar disso, a empresa afirma ter iniciado o tratamento do esgoto de parte da cidade – o que é contestado por muitos – e passou a cobrar por isso, dobrando o valor da conta para o consumidor.
De acordo com o Panorama da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Município de Cataguases divulgados pela ARSAE-MG, o serviço de esgotamento sanitário do município foi fiscalizado em 1º de abril de 2016. Já o relatório enviado pela Copasa àquela agência reguladora em setembro de 2020, a empresa revela estar “indisponível” informações sobre a população com coleta de esgoto, número de ligações ativas e a estimativa do número de imóveis não conectados e com rede de esgoto à disposição. Na próxima semana, o prefeito de Cataguases, José Henriques, vai receber em seu gabinete o presidente da Copasa, Carlos Eduardo Tavares de Castro, em busca de uma solução para o impasse que já dura dez anos.
Fotos gentilmente cedidas pelos organizadores | Arte Copasa: ARSAE-MG