Três cientistas brasileiros estão em evidência no mundo da Ciência. Todos de Cataguases, oriundos de escola pública e com familiares morando na cidade. São eles, Daniel Mello, Lippy Marques e Marcela Campista. E, para orgulho da terrinha, não são os únicos. Há vários cataguasenses se destacando em outras áreas de atuação. Eles têm feito a diferença no meio científico e acadêmico com suas pesquisas e trabalho, levando a ciência a tornar-se cada vez mais próxima da população em geral.
O astrônomo Daniel Mello (foto acima), é, talvez, o único profissional que fotografou o Cometa NEOWISE no céu de Cataguases. O objeto astronômico foi descoberto em março deste ano e ficou visível no Brasil em meados de julho. Por ser “novo”, a curiosidade a seu respeito é imensa. Daniel, que hoje é professor do Observatório do Valongo, da UFRJ, nasceu em Cataguases e estudou a vida inteira em escola pública. Sua família mora no Bairro Primavera.
Ele fez a foto (acima) do NEOWISE, no dia 8 de agosto último quando definiu o cometa como o “mais brilhante do novo século”, em postagem no seu Instagram. Também informou, naquela ocasião, que a foto foi tirada quando o objeto astronômico transitava pelas constelações do Pastor e da Virgem, e “ainda revela sua coma (parte mais brilhante de coloração esverdeada) e sua cauda, resultado da interação da radiação solar com o material expelido do cometa.” E completou: o NEOWISE é “um imenso pedaço de gelo de 5 quilômetros de extensão, deverá visitar o Sistema Solar interior novamente daqui a 7 mil anos.”
O professor Lippy Marques (à direita na foto abaixo), do Instituto de Química da UERJ, foi premiado com uma bolsa de pesquisa de Jovem Cientista do Rio de Janeiro. Ele coordenou um projeto em que pesquisadores da UERJ criaram compostos químicos que podem ajudar a solucionar crimes no futuro. Ele foi morador do Bairro Granjaria, e atualmente é professor do Instituto de Química daquela Universidade.
Ano passado foi premiado com uma bolsa de pesquisa de Jovem Cientista do Rio de Janeiro. Motivo: coordena um projeto relevante para aplicação de marcadores luminescentes de resíduos de tiros em arma de fogo. Na lista dos dez artigos mais baixados da revista Inorganica Chimica Acta – um dos maiores veículos de comunicação científicos mundiais – a pesquisa explora a identificação de resíduos de armas de fogo por intermédio de síntese de compostos que operam como marcadores luminescentes. O objetivo é que no futuro, as autoridades possam elucidar crimes utilizando esta descoberta.
Uma mulher completa o trio de cientistas de sucesso. Marcela Campista, morou na Granjaria, estudou em escola pública. Tem irmão músico e famoso na cidade, Matheus, da Banda Stone Age. Bacharel em Física pela UFRJ, fez doutorado em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Atualmente cursa o seu quinto pós-doutorado e trabalha no Observatório Nacional como pesquisadora em estágio pós-doutoral.
Marcela trabalha na área de Cosmologia, ciência que estuda o universo como um todo, desde o seu nascimento, conteúdo energético e evolução. Nos últimos anos, dedica-se a pesquisas em Teorias da Gravidade Modificada, que alteram a relação entre matéria e curvatura do espaço proposta por Albert Einstein em sua Teoria da Relatividade. “O objetivo da minha pesquisa é explicar porque a expansão do Universo é acelerada, de acordo com as últimas observações do espaço”, disse.
Fonte complementar e foto de Lippy Marques: EBC | Foto do cometa e de Daniel Mello, acervo pessoal | Foto de Marcela Campista: acervo pessoal.