A Prefeitura de Cataguases, através da Secretaria Municipal de Educação, expediu uma Resolução número 05/2020, definindo o reinício das atividades escolares no município – de forma não presencial – a partir do próximo dia 25 de maio. O texto nivela alunos de 2 anos de idade a jovens e até maiores de idade, que estudam na rede municipal de ensino num mesmo patamar, bem como os alunos com necessidades especiais que, em sala de aula, recebem apoio de outro profissional do setor, além do professor titular da turma.
Apesar desta realidade, a Secretaria de Educação de Cataguases informa na Resolução 05/2020 que o objetivo é cumprir a carga horária mínima de aulas do ano conforme preceitua a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDEBEN). E já definiu a reposição de aulas presenciais após o período de isolamento social. Enquanto isso, o calendário deverá ser cumprido por meio de “atividades não presenciais (mediadas ou não por tecnologias digitais de informação e comunicação) enquanto persistirem restrições sanitárias para presença de estudantes nos ambientes escolares, garantindo as demais horas letivas mínimas anuais/semestrais previstos no decurso”, explica o parágrafo 2º do Art. 2º da mesma Resolução.
Em seguida o mesmo texto esclarece o que são atividades não presenciais “toda e qualquer atividade pedagogicamente ordenada para propiciar a transmissão e apropriação de objetos de conhecimento/conteúdos curriculares, mediados pelos professores regentes e os profissionais de apoio, nos casos específicos da educação especial, de forma que atinja todos os alunos, por meio de: procedimentos digitais, prioritariamente: vídeo aulas, conteúdos organizados em plataformas virtuais de ensino e aprendizagem, aplicativos, redes sociais, podcasts, rádio ou TV, links, correio eletrônico, aplicativos e outros; procedimentos convencionais: atividades previstas nos livros didáticos ou paradidáticos adotados pela instituição educacional, apostilas, cadernos temáticos, revistas, portfólios e outros.”
Professores municipais ouvidos pelo Site estão apreensivos com esta Resolução. Apesar de reconhecerem os problemas que um longo período sem aulas pode ocasionar, inclusive aumento na evasão escolar, não escondem as dificuldades que vão enfrentar para ministrar aulas online. “Muita gente não domina o computador para gravar vídeos porque nunca o utilizou para isso. Até porque a maioria de nós sempre usa a internet para pesquisa de conteúdo e lazer”, disse uma professora ao Site sob a garantia de anonimato, bem como as demais ouvidas. “Na minha casa temos apenas um computador para toda a família e vai ser difícil me apoderar dele durante todo o dia para dar aula”, revela outra professora, lembrando que não tem condição de preparar aulas online por meio de seu smartphone.
A Reportagem entrou em contato com o Secretário Municipal de Educação, José Fernando Milani, mas até o fechamento desta matéria ele não havia retornado.
