Se nenhum fato novo surgir no cenário da pandemia provocada pelo novo coronavírus em Cataguases, o comércio deverá continuar fechado por, pelo menos, mais quinze dias. O motivo é que os cinco novos leitos provisórios de UTI que estão sendo montados no oitavo andar do Hospital de Cataguases só devem estar prontos para uso após este prazo. Esta é a realidade do município que precisa garantir o atendimento à saúde da população antes de efetuar a reabertura do comércio local. A medida é uma das condições do Ministério Público de Minas Gerais que tem por obrigação legal zelar pelos direitos do cidadão.
Em entrevista publicada por este site (leia aqui) dia 29 de abril, o promotor de justiça responsável pela Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Sudeste, a que Cataguases faz parte, Rodrigo Ferreira de Barros, condiciona a oferta de no mínimo cinco novos leitos de UTI para uma retomada gradual do comércio no município. Em sua argumentação ainda disse que isso deve ocorrer obedecendo ao Programa Minas Consciente do governo mineiro, “que permite acompanhar em tempo real o andamento da doença, o que vai ajudar aos gestores a decidirem se avançam ou recuam a respeito do isolamento.”
Nesta tarde de quinta-feira, 30, a reportagem visitou as obras de montagem dos cinco leitos provisórios no oitavo andar do Hospital. A realidade ainda é de início dos trabalhos como mostra a montagem de fotos no alto desta página, e, segundo sua diretoria, se nenhuma entrega atrasar, o prazo para sua conclusão é de quinze dias. “Estamos enfrentando problemas com fornecedores e preços acima do mercado”, contou Máximo Silva Barbosa, administrador daquela Santa Casa. Eliermes Teixeira, que é assessor administrativo, também aponta outra dificuldade com a contratação de profissionais especializados.
– Vamos precisar de quatro enfermeiros com curso superior, treze técnicos de enfermagem, um auxiliar de serviços gerais, além de médicos para trabalharem em regime de plantão de 24 horas. Esta será uma contratação temporária, por noventa dias, mas ainda não encontramos estes profissionais no mercado”, avisa. Isto pode significar um atraso ainda maior para a retomada da economia do município caso as exigências do Ministério Público se mantenham até lá, completa. Daniella Rodrigues, responsável pelo setor de compras do Hospital, reitera a dificuldade para encontrar os materiais. “Não há opções no mercado e quando o fornecedor tem o produto o preço está muito caro e o prazo de entrega bem maior do que o da média”, explica.
No final do dia, o prefeito Willian Lobo de Almeida, disse ao Site do Marcelo Lopes, que aguardava um posicionamento do Ministério Público para decidir sobre a reabertura gradual do comércio. É que nesta tarde, representantes de todos os municípios integrantes da Macrorregião Sudeste se reuniram em videoconferência para tratar do assunto. Nesta manhã de sexta-feira, 1º de Maio, o site entrou em contato com ele para saber sua decisão, mas até o fechamento desta matéria, Willian Lobo não havia retornado as ligações.