Adoção de medidas na saúde aproximam a flexibilização do comércio


Adoção de medidas na saúde aproximam a flexibilização do comércio

Cataguases pode adotar a flexibilização do comércio, porém, é preciso que sejam tomadas algumas medidas que garantam a segurança da saúde da população. A afirmação é do Promotor de Justiça, Rodrigo Ferreira de Barros, responsável pela Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Sudeste, a que Cataguases faz parte. Em entrevista exclusiva por telefone ao Site, ele também afirmou que o caminho seguro para seguir este procedimento passa, obrigatoriamente, pelo cumprimento do Programa “Minas Consciente” divulgado na terça-feira, 28 de abril, pelo governo de Minas.

– Estamos trabalhando para um retorno seguro, para evitar que todo o esforço feito até aqui não seja em vão, como ocorreu em Florianópolis recentemente e, inclusive, em Milão, na Itália, entre outros lugares”, comentou o promotor que apoia a adoção do Minas Consciente pelos municípios. “É um programa que procura equalizar saúde e economia, propondo a reabertura do comércio por setores, começando por aqueles de menor impacto. A vantagem é que esse sistema permite o acompanhamento em tempo real da situação da doença. Caso o quadro se agrave, o município pode retornar para a fase anterior ou, se melhorar, ir para a etapa seguinte, abrindo novos setores”, explica Rodrigo Barros (foto).

A flexibilização, porém, deve vir precedida de algumas medidas de segurança na saúde, conforme explica aquele promotor. A condição para isso acontecer é ampliar o número de leitos de UTI no Hospital de Cataguases. Hoje, lembra Rodrigo Barros, são apenas dez leitos cuja ocupação está em torno de oitenta por cento, o que no caso de um aumento repentino do número de infectados pelo coronavírus, deixaria estes pacientes sem leitos. “Então, o próprio Hospital de Cataguases apresentou seu Plano de Contingência que o município se compromete a cumprir. Dentre outras ações, está a criação imediata de cinco novos leitos de UTI que funcionarão, provisoriamente, no oitavo andar, mas que podem chegar até dez novos leitos”, revelou.

Sobre a montagem dos cinco novos leitos de UTI no oitavo andar do Hospital de Cataguases, a secretária municipal de Saúde de Cataguases, Daniela Rezende Coelho, informou que o trabalho está em fase final e espera para esta quinta-feira, 30, a liberação da Vigilância Sanitária. “Em seguida, e com os leitos já disponíveis – acrescenta Daniela – iremos habilitá-los junto ao Ministério da Saúde para receber os recursos da esfera federal, o que não tem data para acontecer”, disse. E para que os leitos possam atender aos pacientes neste período antes da habilitação, a Prefeitura vai pagar pelo serviço, durante os três primeiros meses, a quantia de R$ 8 mil/dia referente aos cinco leitos (R$ 1.600 para cada), o que pode significar um desembolso por parte do município de até R$ 720 mil ao final de noventa dias. Esta etapa concluída, a flexibilização do comércio será feita com a segurança pretendida pelo Ministério Público.