No dia 17 de março último, a direção do Hospital de Cataguases recebeu a notificação da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, atendendo a seu pedido, de que estava deixando de ser Nível 2 e retornando à categoria “Nível 3”. Em 2014, durante a visita do então governador Antônio Anastasia a Cataguases foi assinado um protocolo de intenções entre o governo de Minas e o Hospital que elevou sua categoria para “Nível 2” e, em contrapartida, seriam liberados recursos para obras de infraestrutura que lhe garantiriam o funcionamento na nova modalidade.
Nada disso saiu do papel, exceto a exigência das autoridades em saúde de que o Hospital funcionasse com as novas obrigações que lhe exigiam manter cinco médicos plantonistas diariamente no atendimento à população, além do recebimento de R$ 100 mil mensais pelo governo do estado para manter o novo serviço. O valor deste recurso continuou sendo o mesmo desde aquela data. “Em pouco tempo começamos a ter problemas na contratação de médicos plantonistas e esta situação foi se agravando aos poucos”, conta Máximo Barbosa Silva, administrador hospitalar daquela Santa Casa. “E como a gente não conseguia cumprir nossa obrigação o repasse que recebemos também sofria descontos”, acrescentou.
“Desde que o hospital começou a ter problemas em formar as equipes dos plantões vimos que não teríamos condições de cumprir este compromisso e começamos a buscar uma solução em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, Gerência Regional de Saúde e até Ministério Público, entre outras entidades”, revela Eliermes Teixeira, Assessor Administrativo do HC. “Depois de muitas reuniões, finalmente conseguimos chegar a um acordo que possibilitou nosso retorno ao nível três, porque o atendimento ao público não será prejudicado”, afirmou. Rafael Vilela Andrade, advogado do HC, disse ainda que, na prática, o Hospital já funcionava com as atribuições do nível três exatamente por causa destas deficiências.
A afirmação foi corroborada pelo médico Nivaldo Santos Gribel, diretor técnico do Hospital. Ele também disse que não há “culpados pelo retorno ao nível três porque o que aconteceu foi que nós tentamos fazer a nossa parte e não conseguimos por falta de profissionais técnicos exigidos pelo nível dois. Agora, temos certeza que vamos dar o atendimento necessário a todos como ocorre hoje. Além disso estamos negociando com o munícipio a melhor forma disso acontecer já que é ele que contrata os serviços do hospital”, esclareceu.