Três meses é o tempo médio que a maioria (57%) dos empreendedores de micro e pequenas empresas de Minas Gerais acredita que conseguirá manter os negócios funcionando em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Para enfrentar os desafios impostos pelo isolamento social e o fechamento de grande parte dos estabelecimentos, praticamente a metade dos empreendedores (48%) está buscando alguma orientação gerencial, principalmente nas áreas de finanças, marketing digital, estratégia e gestão. É o que aponta a pesquisa Covid-19 e os impactos econômicos nos pequenos negócios de Minas Gerais, realizada pela Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.
Segundo o estudo, a instabilidade econômica gerada pela Covid-19 afetou negativamente 89% dos pequenos negócios mineiros. Os efeitos imediatos da crise são a redução do faturamento e dos lucros, além do aumento do endividamento, das despesas e dos custos. As medidas mais adotadas pelos empreendedores diante do atual cenário são a suspensão ou o atraso no pagamento de impostos, antecipação de férias ou feriados para os funcionários.
“O levantamento também mostra que, apesar de quase a metade dos entrevistados afirmar estar preparada para a transição dos negócios em ambiente remoto, 19% ainda enfrentam dificuldades para operar desta forma, principalmente por falta de estrutura logística de entrega”, destaca Afonso Rocha, superintendente do Sebrae Minas.
Os empreendedores também apontam dificuldades para obter insumos ou itens para vendas, aumento dos preços para a aquisição de mercadorias e perdas causadas por vencimento de produtos em estoque.
A pesquisa ouviu 534 empreendedores de micro e pequenas empresas do estado, dos segmentos do comércio, serviços e da indústria. As entrevistas foram realizadas entre os dias 27 de março e 1º de abril. A margem de erro da pesquisa é de 4,1% e o nível de confiança é de 95%.
Outros números da pesquisa
– Sete em cada 10 empreendimentos de micro e pequeno portes de Minas Gerais estão se mantendo em atividade, mesmo que de forma parcial.
– Entre os empreendimentos que estão parados, 72% estão com as atividades temporariamente suspensas em função de decreto governamental.
– 65% dos entrevistados acreditam que a recuperação econômica brasileira deve demorar, em média, nove meses.
– 44% dos empreendedores afirmaram estar aptos a realizar suas atividades de forma remota, mesmo que parcialmente.
– 18% dos entrevistados alegou não contar com sistema tecnológico adequado para atender os clientes remotamente.
Baixe aqui a Pesquisa Sebrae.