O mês que mais choveu em Cataguases entre os anos de 2010 e dezembro de 2019 foi o inesquecível janeiro de 2012, com inacreditáveis 594 milímetros de chuva. A cidade vivia a terceira pior enchente de sua história, superada apenas, segundo os técnicos, pelas cheias de 1979 e de 2008, respectivamente. Depois deste registro histórico, o mês mais chuvoso da década marcou 582 milímetros, em dezembro de 2013. Este mês de janeiro, até as primeiras horas desta segunda-feira, 06, choveu 124 milímetros, bem distante também dos 48 milímetros marcados em 2017, o menor índice para este mês na década.
Os dados são da empresa Bauminas Mineração, que o Site do Marcelo Lopes teve acesso com exclusividade. Aquela mineradora mantém monitoramento permanente da chuva em suas unidades, inclusive a de Cataguases. A informação foi detalhada pelo geólogo Alfredo Mucci Daniel, consultor de Mineração da Bauminas, que vê a situação dos índices pluviométricos em Cataguases sem alteração. “A natureza é muito sábia e mesmo que fique um longo tempo sem chuva e a gente comece a achar que a situação vai mudar, de repente, ela nos compensa com longos períodos chuvosos”, comenta com base nos números divulgados.
Para quem acredita que o final de 2019 e início deste ano está chovendo mais do que o normal, os números revelam outra realidade. A média pluviométrica nestes dez anos em Cataguases é de 1.249,5 milímetros. Em 2018 choveu bem mais do que em 2019, segundo as medições feitas pela Bauminas. Naquele ano o volume de precipitação foi de 2.053 milímetros (o maior da década) com chuva distribuída de maneira mais uniforme ao longo do período. Já em 2019, ainda de acordo com os dados pluviométricos daquela empresa, foi registrada uma seca mais longa sendo compensada com precipitações mais intensas nos meses de novembro e dezembro.
Os anos com os menores índices de chuva são 2014, com apenas 1.130 milímetros (ano de escassez de água no país que ficou conhecido como crise hídrica), e 2017, quando choveu somente 1.137 milímetros. A média mensal de chuva nestes dois anos foi de 94,17 e 94,75 milímetros respectivamente. Apenas como efeito de comparação, a média de precipitação/mês ao longo destes dez anos de estudo é de 104,12 milímetros. O ano que registrou a média pluviométrica mensal mais alta da década foi 2018, com 171,08 milímetros. Em segundo lugar ficou 2010, com 157,58 milímetros e em terceiro, 2013, com 147,08 milímetros.
A conclusão que se chega ao analisar os números destas aferições feitas diariamente pela equipe da Bauminas, é de que o volume de chuva sobre a região de Cataguases mantém uma média ao longo dos anos. Isso tem um significado relevante porque permite empresas e governantes tomarem decisões mais acertadas e com segurança sobre o que podem fazer, inclusive, definindo prioridades com base no calendário. O município, conforme estes dados, pode planejar ações preventivas de manutenção das ruas e zonas de risco preparando a cidade para o período de chuvas, e na outra ponta, promover medidas para minimizar os efeitos da seca, priorizando, por exemplo, iniciativas que incentivem o armazenamento de água.
