A Prefeitura de Cataguases realizou na noite desta segunda-feira, 09 de dezembro, na sede da Secretaria dos Conselhos, na Rua Major Vieira, Centro, a terceira audiência pública para debater o estudo técnico que antecede a abertura do processo licitatório do Transporte Coletivo no município. Cerca de quarenta pessoas compareceram, como proprietários de empresas de ônibus que prestam o serviço, representantes da Prefeitura, da Catrans, os vereadores Betão do Remo e Rafael Moreira, e interessados no assunto. O tema foi apresentado pelo engenheiro Ricardo Mendanha, da Consultoria Cidade Viva, responsável pelo estudo em discussão.
O encontro serviu para sinalizar o novo valor da passagem de ônibus urbano que poderá ser R$ 3,40 a partir do próximo ano. Ao término da audiência, em entrevista exclusiva ao Site, Ricardo disse que a tarifa “pode” chegar até aquele preço. Também revelou alguns temores entre os que acompanham este processo diretamente, como os vereadores. O de Rafael (na foto acima ao lado do colega Betão do Remo) é que se concretize o que – segundo ele – já estaria amplamente divulgado na cidade, de que a licitação será vencida por um grupo chamado CSC, que seria de Juiz de Fora. Os vereadores pleitearam e conseguiram nesta manhã de terça-feira, 10, outras dez audiências, sendo uma em cada distrito (cinco), uma em cada região da cidade (norte, sul, leste e oeste) e outra no Centro.
O proprietário da Viação Bonança, uma das permissionárias do serviço na zona urbana de Cataguases, Oder Ferreira Filho (foto acima), foi um dos mais ativos na audiência. Entre diversas colocações, ele chegou a dizer acreditar ter “noventa e nove por cento de chance de perder a licitação”, lembrando ainda um eventual desemprego que a troca de empresas no setor pode trazer ao município. Oder também alertou que o transporte coletivo em Cataguases vem perdendo usuários a cada ano citando como motivo a utilização de outros meios de locomoção e o fechamento de empresas que nos últimos anos tirou um grande número de usuários do sistema.
Ricardo Mendanha (foto ao lado), em entrevista ao site, analisou as três audiências até agora realizadas. Sincero, ele afirmou que “noventa e cinco por cento das pessoas que vêm aqui, não querem discutir o sistema de transporte, ou estão preocupados com o sistema. Estão preocupadas com as empresas. Se elas vão continuar ou não, que elas são muito boas, que prestam serviço… Então eu acho que isto é um problema, porque a audiência é exatamente para ouvir sugestões sobre o sistema, ouvir ideias novas, para que possam ser incorporadas. Só veio, vamos dizer assim, tentativas de desqualificação do serviço, como se isso fosse impedir a licitação (sic)”, afirmou.
– De positivo, ainda conforme sua avaliação, foram sugestões para melhorar o tempo de transbordo, algumas questões levantadas sobre valores de tarifas previstas que podem ser impactantes, como tentar diminuir o custo do sistema para ver se é possível baixar um pouco esse valor previsto para a tarifa. Mas, infelizmente, a maioria das sugestões é de preservação da empresa, e a proposta é cumprir a legislação que determina a realização da licitação onde todos vão competir da mesma forma”, frisou Ricardo.
Sobre o preço da tarifa que pode ser R$ 3,40 a partir do próximo ano, Ricardo reafirmou que “este é o custo hoje, medido com valores para quando for começar a operar no início do ano que vem. Mas, a expectativa nossa é que como a licitação é para dar um desconto na tarifa, ela vai ficar aí bem menor do que este valor, em torno de dez por cento de desconto”, previu. Outro ponto abordado por ele foi o número de ônibus que circula na cidade, denominado como sendo uma “característica pelo estilo da cidade que possui corredores compridos obrigando uma frota maior em operação”, definiu.
Por fim, a respeito da bilhetagem eletrônica, outro assunto muito comentado na audiência, Ricardo disse acreditar ser este “o principal ganho porque vai acabar a discussão sobre a quantidade de pessoas que utilizam o sistema visto que este número estará lá registrado. E do ponto de vista do usuário é fantástico porque vai te dar oportunidade de se integrar (descer de um ônibus e entrar em outro em um determinado espaço de tempo). A segunda grande vantagem da bilhetagem é a informação para o usuário saber via seu celular, por meio do sistema de rastreamento, exatamente a hora em que o ônibus vai passar”, completou.
