A Energisa anunciou na última semana a troca de parte da iluminação pública em Cataguases que passará a utilizar lâmpadas de LED, mais econômicas e que proporcionam melhor luminosidade. Nesta segunda-feira, 28 de outubro, o presidente daquela empresa, Eduardo Mantovani, recebeu o jornalista Marcelo Lopes, editor deste Site, para uma entrevista exclusiva em que detalha os projetos inovadores que a Energisa Minas Gerais está começando a concretizar. A conversa também abordou o Codec – Conselho de Desenvolvimento de Cataguases e a estrada da Empa.
Iluminação em LED
Faz parte do Programa de Eficiência Energética e, neste sentido, lançamos há algum tempo, um edital para poder incluir a melhoria da iluminação pública de parte de Cataguases. Será na área central, praticamente, porque é uma região onde todos usam e não há recursos para atender toda a cidade. Neste primeiro momento faremos um investimento de R$ 700 mil para substituir 351 lâmpadas nesta região central da cidade. A vantagem neste projeto também é que a prefeitura tem algum recurso e vai aplicar um pouco com a gente.
Já adquirimos os materiais para fazer esta substituição que vão chegar no início de novembro e estamos fazendo um esforço muito grande para que este seja o presente de natal para a população. A gente acredita que todo o trabalho será concluído até o final do mês de dezembro. É, na prática, um dos projetos de outro maior chamado Smart City.
Projeto Smart City
É onde a gente aplica algumas tecnologias e inovações dentro do município com o objetivo de trazer para o cidadão mais conforto, mobilidade e mais facilidade. Dentro desse projeto a gente tem outro, específico, interno da empresa, que é a substituição de alguns religadores que podemos chamar de autorecuperáveis porque eles se religam sozinhos. Vão atender a toda área urbana de Cataguases.
É um projeto piloto, muito recente, inclusive no mundo ainda é muito pouco utilizado, mas que Cataguases será privilegiada quanto a isso. Vai consumir algo em torno de R$ 50 mil fora o preço dos religadores, perto de R$ 300 mil. Na prática vai otimizar o restabelecimento da energia para o consumidor e reduzir o número de pessoas afetadas pela falta de energia em virtude, por exemplo, de uma queda de árvore sobre a fiação elétrica.
Medidores Inteligentes
Vamos substituir – inicialmente – os medidores de energia tradicionais por inteligentes em todo o Condomínio São Marcos. Eles fazem a medição de forma remota, sem a presença do leiturista, bem como efetuam a religação da energia na unidade desejada da mesma forma. Além disso, ele dá uma série de parâmetros sobre a qualidade da energia fornecida. Lá serão investidos R$ 430 mil.
Smart Energy Building
Será aplicado na melhoria da eficiência de alguns prédios do município. A gente pegou o máximo de edificações de uso coletivo, privilegiando as escolas porque tem um fluxo muito grande de pessoas, além de ser uma forma de minimizar o custo para o poder público. Fizemos uma triagem em cima de alguns projetos e não foi uma escolha pura da Energisa, porque alguns desses colégios, por meio de seus diretores, tomaram a iniciativa de pedir empresas para desenvolverem o projeto e nos apresentar. Aí uma equipe nossa, multidisciplinar, inclusive com consultoria, fez uma análise a respeito de quais deles se enquadram dentro da proposta.
O projeto vai dotar estes prédios de controle de energia de forma inteligente. As escolas que serão beneficiadas são a Antônio Amaro, Lisys Brandão da Rocha, Irmã Brígida, Santa Clara e Manoel Dutra Siqueira. Já estão sendo implantados e a gente deve terminar uma fase agora em dezembro, com investimento de R$ 460 mil.
Veículo elétrico
A gente já adquiriu um veículo elétrico e estamos fazendo força para ele chegar até o final do ano. Vamos montar também um eletroposto, para poder recarregá-lo. A previsão é que este eletroposto esteja pronto até janeiro. Talvez sejamos a primeira cidade na região a ter um veículo elétrico rodando com a logomarca da empresa, atendendo inicialmente a própria empresa. Mas existe um projeto grande, e este aí a gente depende de parceria, nesta linha de mobilidade e de motorização, de ônibus elétrico. Chegamos a conversar com empresário do setor na cidade que gostou da proposta e está disposto a participar conosco.
Centro de Operação Municipal
Sobre a ideia de mobilidade a gente tem intenção e queremos pelo menos tentar dar impulso aqui para criar o Centro de Operação Municipal. Como sabemos está sendo implantado agora na cidade o Projeto Olho Vivo, com câmeras nas entradas e saídas da cidade, com a participação nossa, e o objetivo é ampliar este projeto para o centro da cidade também. Teremos iluminação de Led, podemos ter wifi gratuito para a população, acompanhamento de segurança através do Olho Vivo. Então este Centro de Operação poderia fazer o controle de entrada e saída de veículos da cidade, proporcionando maior agilidade no atendimento em caso de acidentes, por exemplo. A segurança das residências também seriam monitoradas, e também teriam lá dentro a Polícia, o Corpo de Bombeiros e a administração municipal.
Smart Park – Estacionamento Inteligente
A gente quer tentar fazer o estacionamento inteligente, a popular faixa azul, que você paga para ficar estacionado. Este sistema organiza melhor o estacionamento na área central da cidade e você não precisa comprar ticket ou cartão para utilizar o serviço. O sistema funciona por meio de sensores que lêem a placa do veículo e já fatura a conta de forma automática e funciona muito bem. Esse projeto é mais difícil de ser implantado por causa do piso onde são instalados, que deve ser muito bem nivelado para receber os sensores. É um projeto mais demorado para ser executado.
Bike Sharing – Bicicletas Comunitárias
Projeto parecido com o que o Banco Itaú faz, são várias bicicletas que serão disponibilizadas à população, assim como ocorre nas grandes cidades. A gente não tá pensando em patinete por causa do risco, mas este modelo de bicicleta é uma possiblidade mais concreta.
Fatura Digital
A gente também quer incentivar a utilização da fatura digital por parte do consumidor. A Energisa Minas Gerais emite seis milhões de contas por ano e para isso são necessários o corte de 600 árvores. Dá pra reduzir isso e melhorar a qualidade do meio ambiente usando a fatura digital que acaba trazendo benefício para o consumidor porque esta redução de custo reflete na tarifa.
Rio Pomba Valley
O objetivo da Energisa é esse: trazer para o município inovação, aplicar os recursos que podem ser aplicados aqui para que a cidade ganhe em ação, em velocidade e que as pessoas aproveitem as parcerias que estamos propondo. Neste sentido temos também o projeto Rio Pomba Valley que tenta estimular a criação de pequenas e novas empresas. Muito provavelmente ano que vem ele começa. É uma oportunidade ímpar para Cataguases. A gente entende que a transformação digital veio para ficar e a gente quer aproveitar essa oportunidade tecnológica para, realmente, dar o melhor serviço ao nosso cliente.
Por fim todos estes projetos citados vão beneficiar diretamente a população, seja reduzindo a conta de energia, melhorando a iluminação pública, a qualidade do ensino, a qualidade de vida, reduzindo a poluição, melhorando a sustentabilidade, tentando trazer empresas para cá, fazendo com que empresas sejam contratadas para desenvolver sistemas, ou seja, são coisas pequenas mas que somadas veremos que estamos fazendo muita coisa para o município.
Codec
Eu participo da Comissão de Infraestrutura da Fiemg e a gente está sempre procurando incentivar empresas e startups a virem pra cá. Quando fomos montar o Codec aqui fui a Maringá e passei dois dias lá vendo como funcionava para trazer a ideia para cá. Mas tem que ter união de esforços, o Humberto (presidente) está sendo um gigante nessa toada, mas as pessoas tem que realmente entender que a idéia é positiva e ela tem perenidade, independe de momento político. Essas parcerias público-privadas tem que ser enxergadas como planejamento estratégico de longo prazo. Então tem o envolvimento da iniciativa privada e tem que ter o envolvimento do poder público.
Estrada da Empa
A gente gostaria que a união em torno de propósitos comum fosse maior. Acho que essa proposta nossa é realista. Por exemplo, temos essa questão do acesso aqui (estrada da Empa) que parece vai sair. Mas vamos esperar mais um pouco porque precisamos, vamos dizer assim, do carimbo do governo. Já temos muita coisa pronta, mas tem que ter o carimbo final do governador. Acho que não demora não, porque a pendência que tinha quanto a licença ambiental nós já conseguimos. Tenho mantido contato com o DEER-MG e eles estão tentando encaixar isso (a obra) numa linha de financiamento. Se isso der certo, nós teremos o início da obra no primeiro semestre do ano que vem. E vai resolver muitos problemas da cidade. Então vamos continuar nessa balada aí e ver se descobrimos novos projetos para o futuro e para a cidade.