A sessão desta terça-feira, 13 de agosto, da Câmara Municipal de Cataguases manteve dois vetos do prefeito e derrubou um, além de ter aprovado alguns Requerimentos dos vereadores. A expectativa, porém, estava voltada para os inscritos a usarem a Tribuna Livre, expediente do Legislativo Municipal que permite à população se manifestar sobre o tema que desejar durante dez minutos. Como a cidade ainda respira os últimos ares do episódio do julgamento do prefeito Willian Lobo de Almeida, três pronunciamentos repercutiram aquele evento, como o de Beto Pavão, na foto principal acima.
Outro fato relevante na reunião foi a presença da comandante da Guarda Municipal de Juiz de Fora, Emilce de Castro, que esteve acompanhada do sub-comandante, Ricardo Rodrigues Loures e do Supervisor de Trânsito, Cosme Rogério Vasques. Eles foram convidados pelo vereador Sargento Jorge Roberto a contarem a experiência daquela instituição com o objetivo de trazer subsídios aos vereadores cataguasenses para incentivar a implantação daquele serviço em Cataguases. A Guarda Municipal atua como adjuvante em atividades de apoio ao cidadão como no trânsito, e na preservação do patrimônio municipal, entre outras ações.
Na votação dos vetos impostos pelo prefeito, dois foram mantidos e apenas um derrubado, por 13 votos a 2. Trata-se do projeto de lei do vereador Rafael Moreira, que torna obrigatório atendimento prioritário a doador de sangue no município de Cataguases. Segundo o vereador, esta lei mantém a prioridade nos hospitais estabelecido pelo Protocolo de Manchester. Já o vereador Betão do Remo, pediu esclarecimentos sobre o aterro sanitário de Cataguases. Ele solicitou informações sobre o contrato entre a Prefeitura de Cataguases e a de Leopoldina que atualmente deposita seu lixo no aterro municipal e quer cópia do último licenciamento ambiental daquele recinto, entre outras medidas.
Na Tribuna Livre, o pronunciamento de Gilberto Feliciano Silva, o Beto Pavão, foi o mais aguardado. Ele é um dos autores da denúncia contra o prefeito Willian Lobo que quase o levou a perder o mandato. Como foi citado pelo advogado de defesa do prefeito durante a sessão de julgamento ocorrida na última sexta-feira, defendeu-se atacando. Ele chamou a defesa do prefeito de “uma falácia”. E continuou: “A meu ver, o intuito era ludibriar, enganar e destruir toda e qualquer situação que não favorecesse o acusado. E pelo jeito conseguiu! Ou não? O tempo dirá”, afirmou. Para ele, o advogado de defesa do prefeito cometeu o mesmo erro que afirmou terem cometido os acusadores de Willian: “ele se vestiu de mentira para se passar por verdade”, completou.
Outro que também falou sobre o julgamento foi o presidente da Casa, vereador Ricardo Dias. Ele, que também foi citado pelo advogado de defesa do prefeito, refutou as acusações à ele atribuídas afirmando: “O advogado Roosevelt, servidor municipal comissionado e que compareceu a quase todos os atos do processo de cassação em horário de seu serviço público para defender interesses pessoais do prefeito, utilizou de sua prerrogativa de ser o último a se manifestar, para dizer, como se fosse verdade, um apanhado de mentiras, e relatou fatos injuriosos a meu respeito. (…) Desconsiderou que eu, como qualquer cidadão, tenho o direito de denunciar as irregularidades cometidas por atos de um prefeito que foi considerado, juntamente com o Roosevelt, componentes de uma organização criminosa, nas palavras do promotor ao denunciá-lo por crime contra o erário”, assegurou.
O terceiro pronunciamento da noite sobre o mesmo tema foi do cidadão José Fernando de Brito (foto acima), que elogiou o processo democrático pelo qual a Câmara julgou o prefeito, revelou estar acompanhando “mais de perto a política municipal” e que a cidade lidou bem com aquele processo inédito. Os servidores da Câmara, Juliana Batista de Paula e Daniel de Araújo Sena (foto abaixo) apresentaram um resumo do curso que fizeram, cujo tema foi “Sindicância e do Procedimento Administrativo Disciplinar”, no IBRAP em São Paulo.