Caminhões carregados com lixo de Leopoldina estão despejando suas cargas no Aterro Sanitário do município de Cataguases. Segundo apurou a reportagem do Site do Marcelo Lopes, o primeiro comboio com estes veículos – muitos deles de caçamba aberta – chegou nesta manhã de terça-feira, 02 de julho, por volta das 7h15min. A mesma operação se repetiu ao longo de todo o dia.
De acordo com informações obtidas na Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, pela manhã, por um servidor que não quis se identificar, contrato neste sentido estaria sendo celebrado entre os dois municípios e teria duração de noventa dias. A reportagem procurou ao longo de toda esta terça-feira, o secretário titular daquela pasta, José Emilton Silva, para dar detalhes desta transação, mas seu telefone estava fora de área.
Em Leopoldina a reportagem do site O Vigilante Online, também entrou em contato com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Marcos Gorrado, que confirmou a informação. Segundo apurou o site parceiro junto a Gorrado, o município manteve um contrato com uma empresa de recicláveis até o dia 30 de junho último, pelo qual pagava pouco menos de cem mil reais por mês para receber e dar a destinação correta a todo o lixo produzido.
Ele disse ainda que no dia 11 de junho o município fez uma licitação para contratar nova empresa para realizar este serviço, porém, o certame foi impugnado e nova data foi marcada para o dia 15 de julho próximo. Até lá, disse o Secretário ao Site O Vigilante Online, a Prefeitura de Leopoldina e o município de Cataguases celebraram um convênio para que o lixo da cidade vizinha seja depositado no Aterro Municipal de Cataguases, cuja duração poderá ser de até noventa dias ou pelo prazo necessário para que a nova empresa vencedora da futura licitação comece a operar.
O que não se sabe ainda, e o secretário municipal de Meio Ambiente de Leopoldina não revelou foi o valor negociado com a prefeitura de Cataguases pelo serviço temporário nem a quantidade de lixo diário que será depositado no Aterro em Cataguases. Quanto ao secretário municipal de Meio Ambiente de Cataguases, que também pode fazer este esclarecimento, espera-se que explique ainda o impacto que este negócio vai provocar no aterro sanitário cuja vida útil fica reduzida e qual o motivo que levou Cataguases a aceitar receber lixo da cidade vizinha.
Chamou a atenção, também, a enorme quantidade de lixo amontoado no Aterro Sanitário, que mais está parecendo um lixão a céu aberto, conforme mostram as fotos desta matéria. Em um tanque que armazena chorume, por exemplo, vê-se um animal morto. Uma informação que precisa ser divulgada é se toda aquela área está com o solo impermeabilizado evitando desta forma a contaminação do lençol freático.
Há, ainda, lixo espalhado misturado à vegetação e outra parte que não foi devidamente coberta por terra conforme determina a legislação vigente. Somente Cataguases produz, por dia, cerca de 43 toneladas de lixo. Leopoldina, não muito menos do que isso, apesar da ausência destes números até o momento. Todo este lixo, pelo que se vê nas fotos, pode estar sendo despejado sem obedecer as normas legais e, com isso, contaminando animais, fauna e a flora da região. E animais como cães e urubus passeiam livremente pelo local.