Os alunos da Escola Municipal Manoel Pais Thiago, em Vista Alegre, distrito de Cataguases, foram retirados das salas de aula na tarde desta terça-feira, 09 de abril, por seus pais ou responsáveis. Em áudio divulgado pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, uma voz de homem ameaçava invadir o local e atirar em todas as crianças. A escola tem 123 alunos do Ensino Fundamental e as aulas acontecem no período da tarde, confirmou o secretário municipal de Educação, José Fernando Milani.
Na segunda-feira, 08, o clima na escola era de tranquilidade e as aulas transcorreram normalmente. O áudio, porém, teria chegado até à comunidade naquela noite, mas as pessoas ouvidas pela reportagem disseram não possuirem a mensagem de áudio, afirmando apenas terem tomado conhecimento por meio de outra pessoa. O conteúdo dela identifica um homem que seria morador do distrito vizinho – Aracati – como sendo a pessoa que iria invadir a escola e efetuar disparos de arma de fogo contra os estudantes.
A Polícia Militar foi acionada e fez um boletim de ocorrência na tarde de terça-feira, 09, logo depois das crianças deixarem o estabelecimento. Além disso, nada de anormal aconteceu no distrito até o fechamento desta matéria. Nesta manhã de quarta-feira, 10, a escola está funcionando normalmente e as aulas estão mantidas no período da tarde. Não há, no entanto, como prever se os alunos irão comparecer, acrescentou o Secretário de Educação.
José Fernando disse que medidas de segurança foram adotadas nas escolas do município desde o caso recente da chacina em Suzano/SP. “Nós adotamos medidas mais rígidas de controle de entrada na escola, que agora não permite mais o ingresso de qualquer pessoa em seu interior”, revelou. “Estamos exigindo crachá para quem não é aluno e outros meios de identificação”, salientou. Ele também disse que está mantendo contato permanente com a Polícia Militar para acompanhar este caso específico que já está sendo investigado pela Polícia Civil.
Apesar do transtorno, este episódio pode ser mais um caso de propagação de “fake news” por meio daquela rede social. A Polícia Militar, através de seu comandante, major Willian Machado, analisou o episódio para o Site. “Recebemos a denúncia e fizemos o Boletim de Ocorrência, contudo, não foi identificado quem poderia esclarecer se as supostas ameaças foram proferidas ou postadas pelo autor.” Ele alerta para a questão das informações não terem sequer dados básicos como quando, onde e como o fato ocorre. “Isso implica em uma análise mais meticulosa para que os parcos recursos sejam empregados com responsabilidade, diz complementando: “Quem recebe tais denúncias deve ter o cuidado de buscar a veracidade da informação e se possível, entrar em contato com a PM. Existem muitos casos de denúncias falsas ou deturpadas e isso afeta o serviço prestado pela Polícia Militar chegando ao ponto de propagar o pânico e aumentar a sensação de insegurança, afetando o bem estar dos moradores locais, na rotina e na economia da região. Exemplo disso, foi o fato de aproximadamente cem crianças ficarem sem aulas, por causa de uma suposta mensagem que ninguém – até agora – mostrou como tal ameaça foi proferida”, finalizou aquele comandante.