Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A América Latina está entrando em uma nova etapa, em que as capacidades dos países de crescer a taxas elevadas encontram restrições e as limitações de eficiência microeconômica começam a pesar mais, avalia o economista-chefe do Banco Mundial (Bird) para a América Latina, Augusto de la Torre
O economista comparou o atual momento com o que chamou de década “memorável”, na qual o crescimento, o progresso social e a estabilidade macroeconômica produziram resultados além do esperado na região. Ele participou hoje (10) do seminário Para Onde Vai a Economia da América Latina?, promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), no Rio de Janeiro
“O mundo se complicou. Os ganhos obtidos pelos diferentes países latinos nos últimos dez anos foram aproveitados pelas boas políticas, mas vieram facilmente, sem muito sacrifício, porque havia muitos ventos a favor”, disse o economista
Segundo ele, agora os países da região talvez venham a enfrentar ventos contrários e um mundo mais volátil. O cenário é de desafio para o crescimento e o progresso social, onde se deve priorizar a necessidade de reformas. “Um tipo de reformas, cujos efeitos são de longo prazo. São reformas que não são tão apetecíveis para os nossos políticos, que querem fazer coisas que têm resultados rápidos”
A principal reforma, na visão do economista, é a da educação. “Precisamos ir mudando a estrutura de oportunidades na região”. Ele observou que a América Latina continua sendo uma região em que a família influencia no futuro da pessoa, o que pesa na mobilidade social entre gerações
Para o economista, a única maneira de romper esse entrave é fazendo com que as economias da região ofereçam igualdade de oportunidades, independentemente de classes sociais ou de origem. “Isso requer mudar os sistemas educativos, desde a pequena infância até a universidade, para que a população jovem tenha opções”
O economista disse que os países devem perseguir também o aumento da produtividade que não seja baseado somente em commodities, uma característica dos países latino-americanos
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Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma manifestação pacífica na Praia de Copacabana relembrou um ano da morte da juíza Patricia Acioli, assassinada a tiros na noite do dia 11 de agosto do ano passado. A organização não governamental (ONG) Rio de Paz colocou 21 fotos de balas de revólver com manchas de sangue, com aproximadamente 50 cm de altura, na areia da praia, simbolizando os projéteis disparados contra o carro onde estava a juíza
Quem passava pela orla da praia podia ler ainda uma faixa com a seguinte frase: “21 tiros na Justiça: um ano da morte da juíza Patricia Acioli”. A faixa foi colocada em frente às fotos das balas de revólver
Para o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o assassinato de Patricia Acioli foi um atentado à sociedade brasileira. “Se queremos que os valores democráticos e as virtudes que dão coesão e beleza à vida em sociedade façam parte da alma do povo brasileiro, a data da morte de Patricia Acioli não pode ser esquecida”, disse
Costa destacou também o empenho de Acioli em combater o crime organizado na cidade de São Gonçalo, onde era juíza da 4ª Vara Criminal. “Ela lutou com coragem e autonomia pelo direito à vida, combatendo grupos de extermínio. Os 21 tiros desferidos contra sua vida representam a tentativa de silenciar a Justiça"
O primo da juíza assassinada, Carlos Schramm, que esteve no ato, acredita que é necessário investigar o motivo pelo qual a magistrada estava sem escolta policial desde 2007. Segundo ele, a justificativa dada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) não coincide com documentos apresentados pelo advogado da família. “Patricia foi morta sozinha e alegaram que ela não queria escolta, mas foi provado por documentação”, alegou
As investigações do caso revelaram o envolvimento de 11 policiais militares na morte de Patricia Acioli, 47 anos, dentro de seu carro na porta de casa, em Niterói. Entre eles, o ex-comandante do Batalhão de Polícia Militar de São Gonçalo, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva, e o tenente Daniel Santos Benitez Lopes, apontados como mentores do crime. Todos os acusados responderão pelo crime de homicídio triplamente qualificado pela morte da juíza
Os atos para lembrar a morte de Patricia Acioli prosseguem amanhã (11), data que marca um ano do atentado. Uma missa será realizada às 11 horas na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, a pedido TJRJ. Em Niterói, na região metropolitana do estado e cidade onde Acioli morava, a Rio de Paz vai fazer outra manifestação. O ato está marcado para as 18 horas na Praia de Icaraí.
Foto: Agência Brasil{{banner-interno}}
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) anunciou que o início da fiscalização das novas regras para motofretistas e mototaxistas, que começaria no último sábado (4), foi adiado para fevereiro de 2013. Os profissionais terão, portanto, até o próximo ano para realizarem o curso de capacitação, conforme previsto na Resolução 350/2010. Esta foi a terceira mudança de data desde 2010
O motivo da prorrogação, segundo o Contran, seria que a maioria dos condutores ainda não teria conseguido se adequar às novas regras. Algumas empresas na cidade até já tinham se adequado à norma, equipando as motocicletas e investindo nos profissionais para a participação no curso
De acordo com a gerente administrativa da Associação Comercial e Industrial de Muriaé (ACIM) - instituição que está oferecendo a capacitação na cidade por intermédio do Sest/Senat de Juiz de Fora, sob o controle do Departamento de Trânsito (Detran)-, Regina Areal.Regina Areal, a medida de alteração da fiscalização do curso fez a demanda diminuir. “Se não tivesse alterado a data, a procura teria sido enorme, provavelmente não teríamos data para encaixar tantas pessoas”, contou
Porém, segundo ela, a decisão não altera o prosseguimento do curso em Muriaé. “A vaga está assegurada para até a sétima turma. Não posso garantir outras turmas devido à demanda de outros municípios que ficaram parados até o momento em requerer um instrutor do SEST/ SENAT. Apesar disso, já temos a procura por mais vagas”, explicou. “Pela demanda da capacitação, é possível perceber que os muriaeenses entenderam a necessidade da realização do curso”, completou
Regina ressaltou ainda que apenas a fiscalização do curso foi adiada, mas a que aborda a questão das motocicletas continua. “Se deixar para fazer o curso na última hora, vamos ter o mesmo problema que estamos tendo: muitas pessoas correndo contra o tempo”, disse. Em Muriaé, mais de 200 profissionais já fizeram ou estão fazendo o curso. A quinta turma começou nesta quinta-feira (9)
Outra preocupação é a de que muitos empresários e profissionais estão pensando que o curso é destinado apenas para autônomos. As informações contidas nos boatos que se espalharam pela cidade a esse respeito foram desmentidos por Regina. “O curso é destinado para os profissionais que fazem transporte de mercadoria, remunerada ou não, independente se ele é autônomo ou tem carteira assinada”, afirmou. “O curso não é apenas uma questão de legislação, mas de segurança para os motofretistas e para os pedestres”, concluiu
Fonte e foto: Jornal A Notícia{{banner-interno}}
Detentos que cumprem pena em unidades prisionais de Minas Gerais contam, a partir desta sexta-feira (10), com novas oportunidades de ressocialização. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), assinou um Termo de Cooperação com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho – para oferecer cursos profissionalizantes para os presos mineiros. Na primeira etapa do convênio serão 640 vagas, mas a meta é que se chegue a 11 mil
Os cursos serão ofertados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em duas modalidades: cursos técnicos, com carga horária variando entre 800 e 1200 horas, e os cursos de formação inicial e continuada (FIC), de 200 a 360 horas. Os cursos técnicos são em Edificações, Informática e Meio Ambiente. Já os cursos FIC serão de 14 tipos, entre eles desenhista da construção civil, promotor de vendas, administrador de banco de dados e cozinheiro industrial
Para o secretário adjunto de Defesa Social, Denilson Feitoza, o convênio se articula a outras iniciativas do sistema prisional mineiro, onde há aproximadamente 12 mil presos trabalhando e 6 mil estudando, e contribui para a democratização do acesso a oportunidades. “O Pronatec não é desenvolvido especificamente para detentos. A ideia é que o cidadão preso tenha a mesma educação de qualidade do não preso”, afirmou
Os cursos serão ministrados dentro das unidades prisionais, por instrutores fornecidos pelo Instituto Federal. Inicialmente, 22 estabelecimentos de diferentes regiões do Estado receberão as capacitações. As primeiras turmas, formadas por 10 alunos em cada, começam já em setembro
Podem participar dos cursos presos dos regimes fechado, semiaberto e aberto, indicados pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) das unidades prisionais. Os que atenderem aos requisitos de aprovação receberão certificados.
De acordo com o diretor do Instituto Federal do Sul de Minas – Campus Muzambinho, Luiz Carlos Machado Rodrigues, está sendo avaliada a ampliação da parceria com o sistema prisional, com o oferecimento de cursos de educação à distância dentro das unidades. “Nosso objetivo é fazer com que todas as pessoas que queiram ter acesso à escola o tenham, que todas que queiram ter acesso à profissionalização também o tenham”, disse.
Teatro
A assinatura do convênio aconteceu no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes e também contou com a presença do subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, do superintendente de Atendimento ao Preso, Helil Bruzadelli, e da diretora de Ensino e Profissionalização da Suapi, Sandra Madureira
Após a solenidade, houve apresentação do grupo de teatro Vida Nova, formado por 15 detentos da Penitenciária José Maria Alkimin, de Riberão das Neves. O grupo existe há três anos e já se apresentou para cerca de 30 mil pessoas em escolas, faculdades, presídios e praças públicas
Fonte e Foto: Agência Minas{{banner-interno}}
Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa admitiu hoje (10), durante a sustentação oral em defesa do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que o parlamentar recebeu dinheiro do PT para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002. O deputado responde pelos crimes formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Ao defender seu cliente do crime de corrupção passiva, Bessa afirmou que Costa Neto recebeu recursos na condição de presidente do partido (então PL) e não teria usado seu cargo público, de deputado, no esquema. Durante quase 15 minutos, o advogado discutiu a caracterização dos crimes de corrupção ativa e passiva e citou o julgamento do ex-presidente Fernando Collor de Mello no STF, que foi inocentado da acusação de corrupção passiva
Marcelo de Bessa rebateu a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de que o dinheiro era destinado a apoiar votações importantes do governo, lembrando que o partido já integrava a base aliada do governo federal. "O PL fazia parte do governo. O vice-presidente José Alencar fazia parte dos quadros do PL"
Bessa destacou que houve um "acordo eleitoral" para garantir a aliança entre o PT e o PL nas eleições presidenciais de 2012, o que desencadeou o acordo financeiro. “Existia um temor com relação ao PT, que seria inimigo dos empresários, que entraria para estatizar a economia e se tornava necessário colocar um empresário que acalmasse [os ânimos do eleitorado] e desse aparência à chapa, de que não se teria um governo ‘esquerdizante’. [...] Houve ‘partilhamento’ do caixa de campanha, exclusivamente com recursos para a campanha eleitoral. Se fez uma proporção então: três quartos daquele caixa ficariam com o PT e um quarto, com o PL. Não se faz campanha sem dinheiro. E isso não é errado”, detalhou o advogado
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma, na denúncia, que Valdemar Costa Neto recebeu, nos anos de 2003 e 2004, a quantia de R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias de interesse do governo federal
O defensor de Costa Neto explicou que o pagamento do acordo para campanha de 2002 não foi feito, e o PT, por meio do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, sugeriu que o PL pegasse um empréstimo a ser pago depois pelo Partido dos Trabalhadores. Segundo Bessa, em agosto e setembro de 2002, o PL tomou empréstimo no valor de R$ 5 milhões com Lúcio Funaro, da empresa Guaranhuns. “O acordo e os pagamentos aconteceriam fosse Valdemar Costa Neto deputado federal ou não. E ele não recebeu esse dinheiro pelo cargo de deputado federal e, sim, como presidente de partido”
O advogado encerrou a defesa defendendo que Valdemar Costa Neto não pode ser acusado por lavagem de dinheiro porque os recursos recebidos por ele "transitaram pelo sistema bancário nacional"
Atualmente, Valdemar Costa Neto é secretário-geral do PR. Em 2005, para evitar a cassação, o parlamentar renunciou ao mandato de deputado federal, ao admitir que recebeu recursos do publicitário Marcos Valério. Ele voltou à Câmara dos Deputados, com a reeleição em 2006 e 2010
Fonte: Agência Brasil
Foto: Revista Veja{{banner-interno}}