Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A morte de pelo menos 34 mineiros durante confronto com policiais levou hoje (17) a comissária nacional da Polícia da África do Sul, Riah Phiyega, a sair em defesa dos agentes. Segundo ela, os policiais agiram em legítima defesa. Pelo menos 78 trabalhadores ficaram feridos
Há uma semana, os trabalhadores da Mina de Lonim, no Noroeste da África do Sul, estão em greve. Eles reivindicam aumento de 12% dos salários e melhoria nas condições de trabalho
O ataque contra os mineiros nesta quinta-feira (16) foi o episódio mais violento no país desde o fim do regime de segregação racial, o apartheid extinto em 1994. As emissoras de televisão reproduzem imagens do tiroteio, dos mineiros armados com paus e ferros tentando reagir aos policiais armados de revólveres, fuzis e metralhadoras
O presidente Jacob Zuma orientou, segundo informações não confirmadas, as autoridades da região de Marikana, onde ocorreu a tragédia, a tomar medidas drásticas para pôr fim à violência.
De acordo com a comissária da Polícia, os policiais foram obrigados a usar armas, depois de terem utilizado barreiras de arame farpado e balas de borracha, além de canhões de água
Riah Phiyega disse que no total foram detidos 279 mineiros, antes e depois do tiroteio, por suspeitas de furto, agressão e até homicídio. Segundo ela, um dos presos estava com arma de fogo
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa {{banner-interno}}
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Comissão de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB) vai investigar a suspeita que o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), Anísio Teixeira, foi assassinado em março de 1971, por agentes do Estado, após ser sequestrado e levado para uma unidade da Aeronáutica, quando se dirigia à casa do filólogo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no Flamengo, no Rio de Janeiro. Segundo a nova versão, Anísio sofreu tortura e foi encontrado com vários ossos quebrados e traumatismo na cabeça e no ombro, devido a pancadas com objeto de forma cilíndrica, possivelmente feito de madeira
Essa versão é admitida pela família do ex-reitor e veio a público na semana passada em Brasília no momento de instalação da comissão. Durante a cerimônia, João Augusto de Lima Rocha, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e biógrafo de Anísio Teixeira, anunciou que tinha o conhecimento do assassinato conforme confidenciado a ele em relatos diferentes pelo ex-governador da Bahia Luís Viana Filho (1967-1971) e pelo professor e crítico literário Afrânio Coutinho
“Essa suspeita perdura até hoje entre os familiares. Nunca se soube uma situação que objetivamente que negasse isso. Muito pelo contrário, ficaram sempre situações não esclarecidas. Então, não nos surpreendeu [a revelação do professor João Augusto] porque, vez por outra, já tinham sido levantadas que se processaria alguma coisa no sentido de investigar isso”, confirmou à Agência Brasil, o médico psiquiatra Carlos Antônio Teixeira, terceiro filho de Anísio Teixeira
Segundo a versão oficial, o ex-reitor morreu após cair acidentalmente no poço do elevador de serviço do prédio onde morava Aurélio Buarque. Conforme Carlos Antônio, a família sempre desconfiou da versão, mas temia buscar investigação aprofundada. “Nós, na verdade, não víamos clima e nem maior mobilização para isso. Por isso, nos mantivemos distantes. Na época, tentamos clarear os fatos, mas as coisas tomaram o caminho de querer culpar o mordomo, aí desistimos de prosseguir”, disse, ao salientar que a família “sempre se dispôs” à qualquer iniciativa de investigação apesar de nunca ter tomado a frente. “A família tinha medo de sofrer retaliações”, complementa o professor João Augusto
A suspeita sobre as circunstâncias da morte de Anísio Teixeira será investigada pela Comissão de Memória e Verdade da UnB, que por coincidência tem o nome do ex-reitor, em uma homenagem a ele. A informação é do historiador da UnB José Otávio Nogueira Guimarães, coordenador de investigação da comissão. “Anísio Teixeira era alguém que incomodava. Ele foi cassado [depois do golpe militar de 1964], mas não tinha posições de esquerda explícita. Tinha, porém, projetos e uma forma de pensar que certamente não agradava o regime”, avalia o historiador
Conforme o professor João Augusto, quem primeiro confidenciou a versão de assassinato foi Luís Viana Filho, que a época (dezembro de 1988) escrevia o livro Anísio Teixeira: a Polêmica da Educação (Editora Unesp). Viana, que apoiou o golpe e era próximo do marechal Castello Branco (primeiro presidente militar), “teve informação de que Anísio não tinha morrido, estava detido em instalações da Aeronáutica no Rio"
O segundo depoimento foi de Afrânio Coutinho (março de 1989) na casa e na presença de James Amado (irmão de Jorge Amado) e da sua esposa Luiza Ramos (filha de Graciliano Ramos). “Ele me disse que presenciou a necrópsia de Anísio Teixeira. Pelos ossos que estavam quebrados de Anísio, ele não admitia que tenha sido queda. Quase todos os ossos estavam quebrados. A versão era de que ele foi sequestrado no caminho [à casa de Aurélio Buarque] e submetido à tortura”. Conforme o relato de Afrânio, “Anísio também disse a ele que estava recebendo telefonemas com ameaças"
Carlos Antônio Teixeira acrescenta que no momento do suposto sequestro, Anísio tinha em sua pasta um texto do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão (que estava na clandestinidade, mas era contra a guerrilha). O texto, que desapareceu, foi dado ao ex-reitor pelo próprio filho – ele, sim, militante do PCB. “Era um documento crítico. Falava da ditadura, não falava das pessoas, mas das perspectivas próximas e imediatas”, descreveu Carlos Antônio à Agência Brasil. De acordo com ele, o pai “achou o texto lúcido e por causa da clandestinidade do Partidão não se afastava fisicamente do documento.” A pasta e outros documentos de Anísio Teixeira foram devolvidos à família
Além de Afrânio Coutinho, a necropsia de Anísio Teixeira foi testemunhada pelos médicos e amigos do ex-reitor: Diolindo Couto (neurologista), Domingos de Paola (professor titular de anatomia patológica) e Francisco Duarte Guimarães (anatomopatologista do do Hospital dos Servidores). Todos os três médicos, assim como Afrânio Coutinho e Luís Viana Filho, já estão mortos
A Comissão de Memória e Verdade da UnB deverá fazer a primeira reunião de trabalho na próxima semana e terá acesso ao acervo do Arquivo Nacional, entre outros, além de ser apoiada pela Comissão da Verdade do governo federal, a quem deverá encaminhar o relatório final
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Defesa informou que não irá se manifestar sobre o assunto e que o caso deve ser tratado no âmbito da Comissão da Verdade
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Texto de Ronaldo Werneck
A partir de um argumento do cineasta Humberto Mauro, que faz também uma participação especial, o filme A Noiva da Cidade, dirigido por Alex Viany – com canções de Chico Buarque e grande elencoencabeçado por Elke Maravilha e Grande Otelo, com participação especial do próprio Humberto Mauro –, será exibido em sessão gratuita na nova Sala de Cinema do Museu Energisa, no dia 25 de agosto, às 19 horas
Como a Sala de Cinema do Museu Energisa possui somente 25 lugares, serão distribuídas senhas a partir do dia 20 de agosto na Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho. Contato com Patrícia, no telefone (32) 3429-6424. Se houver necessidade, haverá uma segunda sessão no mesmo dia 25 de agosto, a partir de 21 horas
Filmado na década de 1970, A Noiva da Cidade foi lançado em 1978 e passou uma única vez em Cataguases. Há muitos anos o filme não é exibido, pois dele só existia uma cópia (em precárias condições) no Rio de Janeiro, no CTAv, o Centro Técnico do Audiovisual. “A Noiva da Cidade” foi agora recuperado graças ao apoio do próprio CTAv, da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do MHCN-Museu de História e Ciências Naturais de Além Paraíba/MG e da Família do Cineasta Alex Viany. No momento, existem somente três cópias em DVD do filme: uma no CTAv, outra no MAM/Rio e outra com o MHCN. É esta a cópia que será exibida em Cataguases, graças à iniciativa do diretor daquela instituição, André Martins Borges
Realizado em meados dos anos 1970, com locações na Zona da Mata Mineira – principalmente Volta Grande, Além Paraíba e Cataguases – o filme “A Noiva da Cidade” é uma grande e derradeira homenagem a Humberto Mauro feita por amigos do cineasta, como Alex Viany (direção), David Neves (direção de fotografia) e Miguel Borges (roteiro adaptado, junto com Alex Viany e o próprio Mauro). Além de numeroso elenco estrelado por Elke Maravilha e Grande Otelo, a produção conta com canções (que logo se tornariam famosas) especialmente compostas por Chico Buarque – como “Passaredo”, “Não tem nada não”, e a canção-tema “A Noiva da Cidade” –, todas elas na voz do compositor
Sinopse & elenco
Uma famosa atriz de cinema (papel de Elke Maravilha) volta a Catavento, sua cidade natal, para reencontrar antigos hábitos interioranos. Os políticos locais, porém, procuram capitalizar sua influência para as causas que defendem. Sem sossego, a atriz se refugia no sítio de um compositor popular que, como ela, busca tranqüilidade. O rapaz acaba preso, acusado de tê-la sequestrado, mas as mulheres da cidade acreditam em sua inocência. Resolvida a situação, a atriz parte sem avisar a ninguém
A Noiva da Cidade era um antigo projeto de Humberto Mauro, autor do argumento, finalmente transformado num longa-metragem graças à produção de Alex Viany e Célio Gonçalves e à coprodução de David Neves. O filme foi viabilizado à época pela Catavento Produções Cinematográficas Ltda, com apoio da Embrafilme-Empresa Brasileira de Filmes, tendo como coprodutoras associadas a Gravações Tecnisom Ltda e a Mariana Filmes Ltda
O elenco estelar conta com grandes nomes ligados ao cinema brasileiro. Atores e atrizes fizeram questão de participar da produção, de se verem associados para sempre a essa bela homenagem ao cineasta e mestre Humberto Mauro – que na época beirava os 80 anos –, a exemplo do grande e saudoso crítico de cinema Ronald F. Monteiro, Todos eles atuando ao lado de Mauro, que faz uma comovente participação especial: Elke Maravilha, Grande Otelo, Betina Viany, Paulo Porto, Léa Garcia, Carlos Imperial, Suzana Faini, Zé Rodrix, Tamara Taxman, Wilson Grey, Gracinda Freire, Hugo Bidet, Fernando Reski, Vera Setta, Nelson Dantas, Isolda Cresta, Rafael de Carvalho, Irving São Paulo e muitos outros. Além, naturalmente, do povo da Zona da Mata, especialmente a população de Volta Grande, encabeçada por Alcir Damata – figura popular e amigo pessoal de Humberto Mauro, que se revelou com destaque entre os figurantes
Clique na foto abaixo para ampliar o cartaz do filme.
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A Prefeitura Municipal de Itamarati de Minas realizou na noite desta quinta-feira, 16, a abertura oficial de sua XXVII Exposição Agropecuária. O evento reuniu milhares de pessoas no Parque de Exposições, além de autoridades como os deputados estaduais Dr. Wilson Batista e Agostinho Patrus Filho, atual Secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais, prefeitos da região, o comandante da 146ª Companhia Especial de Polícia Militar na Comarca, Capitão Levindo Roberto Pereira Filho, o Presidente da 6ª Subseção da Ordem dos Advogados de Cataguases, Márcio Fachini Garcia, produtores rurais, entre outros convidados
Para o prefeito de Itamarati, Herivelton Zanela a festa é um momento em que o município é visto por quem está ausente e mesmo assim mantém algum tipo de ligação, “e percebem que a cidade está melhorando”, destacou. Esta mesma percepção foi também revelada pelo deputado Dr. Wilson Batista e pelo Secretário de Turismo, Agostinho Patrus Filho. “Não visitava estava terra querida havia alguns meses, mas hoje quando aqui cheguei fiquei encantado com o cuidado com que ela vem sendo administrada”, revelou Dr. Wilson Batista. Na mesma linha, o Secretário de Turismo falou: “Itamarati vem crescendo de forma consciente e responsável. E digo isto porque, a cada vez que chego aqui, vejo melhorias importantes feitas ou em andamento”, completou
Herivelton também destacou o trabalho de toda a equipe que organizou a Exposição. “Foi uma tarefa realizada em equipe, revelando a união daqueles que querem o melhor para a nossa Itamarati de Minas”, destacou. O prefeito agradeceu a presença de todos e revelou sua expectativa para estes dias de festa: “É um momento de congraçamento e de alegria para o povo de Itamarati e tenho certeza que teremos uma festa regada a muita diversão, música de qualidade e num clima de confraternização”, completou. A XVII Exposição Agropecuária de Itamarati de Minas termina no próximo domingo
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O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), assinou nesta quinta-feira (16) contrato com o consórcio DB International GmbH, que será responsável pela realização de estudos de viabilidade econômica e o desenvolvimento de uma nova logística de infraestrutura ferroviária na região do grande Norte do Estado. O principal objetivo é ampliar o escoamento de produtos daquela região, incluindo minério de ferro e outras commodities produzidas em Minas Gerais
O projeto vai abranger as regiões Noroeste e Norte e dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. Além dos estudos da viabilidade socioeconômica para implantação de uma nova ferrovia, o levantamento poderá apontar, se for o caso, retificações de traçados para promover o uso mais intenso do transporte ferroviário
Financiamento do Banco Mundial
O estudo foi orçado em R$ 2,1 milhões, e está sendo financiado pelo Banco Mundial (Bird). O prazo previsto para a conclusão dos levantamentos é de dez meses, contados a partir da data assinatura do contrato. O consórcio contratado é formado pela empresa alemã DB International GmBh e as brasileiras Setepla Tecnometal Engenharia Ltda. e Geotec Consultoria Ambiental Ltda
De acordo com o Subsecretário de Investimentos Estratégicos da SEDE, Luiz Antônio Athayde, 37 grupos participaram da concorrência pública para a contratação dos estudos. “A concretização do projeto será de fundamental importância para o desenvolvimento, não somente daquela região, mas de todo o Estado”, afirmou o subsecretário
Ao citar alguns importantes aportes da iniciativa privada realizados na região desde 2003, o secretário de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, que esteve presente à assinatura do contrato, afirmou que, “com a melhoria da infraestrutura local, o Norte de Minas será um novo centro de investimentos de Minas e do Brasil”
Fonte e Foto: Agência Minas{{banner-interno}}