Agência Brasil
Brasília – Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011) confirmam que a primeira década do século 21 no Brasil foi “inclusiva” do ponto de vista social, com robusta diminuição da desigualdade e redução da pobreza, na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O período guarda os melhores resultados desde quando o país produz estatísticas sobre distribuição de renda. “O Brasil está hoje no menor nível de desigualdade da história documentada”, disse o economista Marcelo Neri, recém-empossado presidente do Ipea. Segundo ele, o índice de Gini (indicador que mede a desigualdade) foi 0,527 em 2011 - o menor desde 1960 (0,535) - quanto mais próximo de zero menor é a desigualdade.
Segundo Neri, a redução tem a ver com o crescimento da renda per capita nos diferentes estratos sociais. Entre 2001 e 2011, o crescimento real da renda dos 10% mais pobres foi 91,2%. Enquanto os 10% mais ricos, o crescimento foi 16,6%. Na opinião de Neri, a melhoria da renda na base da pirâmide relativiza o tímido desempenho das contas nacionais (medido pelo Produto Interno Bruto – PIB).
Desde 2003, a Pnad aponta que a economia brasileira cresceu 40,7% (acumulado), enquanto a taxa do PIB foi 27,7% (acumulado). O primeiro dado mede a situação dos domicílios, o segundo indicador faz o somatório da riqueza produzida no país. “O que é mais importante?”, pergunta Neri ao avaliar que apesar dos “colegas macroeconomistas não estarem muito satisfeitos, mas quando a gente olha para o bolso das pessoas nota-se um crescimento chinês na base”, comparou.
A frase de Neri repete o raciocínio da presidenta Dilma Rousseff, que após a divulgação de projeção do Banco Central (em julho) de baixo crescimento do PIB este ano, disse que não é com esse indicador que se deve medir uma nação. “Porque uma grande nação, ela deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes, ” disse a presidenta na ocasião.
Na opinião de Neri, os programas sociais estão bem focados e beneficiando os mais “pobres dos pobres”. Nas contas do Ipea, as transferências do Programa Bolsa Família são responsáveis por 13% da redução da desigualdade. De acordo com ele, o efeito é que a renda cresce mais entre os menos escolarizados, os pretos e pardos, as crianças de até 4 anos, a população do Nordeste e os residentes em áreas rurais – historicamente os setores mais pobres da sociedade brasileira.
Apesar dos bons resultados, a análise do Ipea sobre a Pnad (2011) mostra que a renda está crescendo nos setores econômicos que contratam mão de obra de forma precária e agregam pouco valor à economia, como a agricultura (86%) e as atividades domésticas (62,4%). Outro dado preocupante é que cerca de 35% da diminuição da desigualdade se devem aos repasses feitos pelo governo (além do Bolsa Família, aposentadorias, pensões e benefícios de prestação continuada). Essas transferências estão sujeitas à política fiscal (que pode ser restritiva para que as contas públicas tenham superávit).
Para Marcelo Neri, as transferências são necessárias. “Não dá para o Brasil crescer deixando 70% do país para trás”. Ele pondera que, apesar da dependência das políticas sociais, 58% da queda da desigualdade são causadas pela renda do trabalho, em especial do emprego formal (que dobrou desde 2004) - o que permite sustentabilidade para a queda da desigualdade. “O trunfo é o trabalho. Tem colchão e o mercado está aquecido”, disse, ao lembrar que as pessoas formalmente empregadas têm direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seguro-desemprego e aviso prévio.
Por Mark Felsenthal e Amena Bakr
NAÇÕES UNIDAS, 25 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira aos líderes mundiais que acabem com a intolerância e a violência que levaram recentemente à morte do embaixador norte-americano na Líbia, e também alertou o Irã de que fará o que for necessário para impedir que o país desenvolva armas nucleares.
Em 30 minutos de discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Obama novamente defendeu o fim do regime de Bashar al-Assad na Síria, após 18 meses de guerra civil, mas sem dizer como isso poderia acontecer. Tampouco ofereceu novas ideias para solucionar o conflito entre israelenses e palestinos.
O presidente, que disputa um novo mandato dentro de seis semanas, começou e encerrou seu discurso evocando o embaixador Christopher Stevens, morto com três outros funcionários neste mês durante um ataque ao consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, realizado por uma multidão indignada com um filme anti-islâmico feito nos Estados Unidos.
"Hoje, devemos afirmar que nosso futuro será determinado por gente como Chris Stevens, e não por seus assassinos", disse Obama. "Hoje, devemos declarar que essa violência e essa intolerância não têm lugar entre as nossas Nações Unidas".
O filme semiamador, que mostrava o profeta Maomé como mulherengo, tolo e abusador de crianças, provocou protestos contra o Ocidente em dezenas de países islâmicos. Obama voltou a criticar o vídeo, que chamou de "rude e repugnante", mas defendeu o direito à livre expressão.
"A arma mais forte contra o discurso odioso não é a repressão, é mais discurso --as vozes da tolerância que se mobilizam contra a intolerância e a blasfêmia", disse Obama, que citou a necessidade de "tratar honestamente das tensões entre o Ocidente e o mundo árabe" em seu processo de democratização.
Ele disse que não espera a concordância de todos, mas que é "obrigação de todos os líderes em todos os países se manifestar incisivamente contra a violência e o extremismo. Não há discurso que justifique a violência insensata."
"Como presidente do nosso país, e como comandante-em-chefe das nossas forças militares, aceito que as pessoas me chamem de coisas horríveis todos os dias, e sempre defenderei seu direito de que o façam", acrescentou Obama, sendo respondido com aplausos e alguns risos.
A posição de Obama, no entanto, não foi unânime. Susilo Bambang Yudhoyono, presidente da Indonésia --mais populoso país islâmico do mundo--, pediu um tratado internacional, de cumprimento obrigatório, para "impedir a incitação à hostilidade ou à violência baseada em crenças religiosas".
Sobre o Irã --país acusado pelos EUA de tentar desenvolver armas atômicas--, Obama foi duro.
"Deixem-me ser claro: a América deseja resolver essa questão por meio da diplomacia, e acreditamos que ainda haja tempo e espaço para isso. Mas o tempo não é ilimitado", disse Obama.
"Os Estados Unidos farão o que precisam fazer para impedir o Irã de obter uma arma nuclear", disse ele, sem entrar em detalhes.
(Reportagem adicional de Matt Spetalnick, Brian Winter, David Brunnstrom, Louis Charbonneau e Michelle Nichols)
O governador Antonio Anastasia homenageou, nesta terça-feira (25), no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, os atletas mineiros que participaram dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Sete atletas e um treinador representaram os 15 mineiros que integraram a delegação brasileira. Cada homenageado recebeu uma medalha.
“Essa é uma iniciativa muito singela, muito modesta, muito aquém do merecimento desses atletas paralímpicos que superam diversas adversidades para apresentar uma performance espetacular. Eles receberam muito mais até do que as medalhas olímpicas e o reconhecimento formal dos governos. Receberam o carinho de todos os brasileiros”, disse o governador.
Foram homenageados os atletas Izabela Campos (arremesso de peso e de disco), Carlos José Silva (atletismo), Cássio Henrique Damião (atleta-guia), Deanne Almeida (judô), Rafael Medeiros (tênis sobre rodas), Daniel Rodrigues (tênis sobre rodas) e Carlo Di Franco (tênis de mesa), além de Leonardo Flávio de Oliveira (técnico de Daniel Alves e Rafael Medeiros).
O mesa-tenista Carlo Di Franco Michell falou em nome dos atletas e disse estar realizado como esportista. Foi a sua terceira participação em Paralímpiadas e ele quer está presente nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016.
“Foi emocionante sentir o clima, ver a festa em Londres e como o povo abraçou o esporte paralímpico. Para os Jogos de 2016, a preparação começa agora, com todos, setor público e privado, investindo bastante para alcançarmos resultados ainda melhores”, afirmou o mesa-tenista.
Com 43 medalhas – 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze – a delegação brasileira (182 atletas, sendo 115 homens e 67 mulheres) garantiu o recorde de medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos e o sétimo lugar no quadro geral. A meta estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) foi atingida.
“Nos Jogos Paralímpicos de Londres conseguimos muitas medalhas, colocando o Brasil em lugar de destaque. Nós mineiros nos orgulhamos muito e temos feito grande esforço a favor da questão olímpica no Estado. Inauguramos há pouco o novo centro olímpico de atletismo, que também atende aos atletas paralímpicos”, ressaltou Anastasia, lembrando que, em junho, foi inaugurada a pista de atletismo do Centro de Treinamento Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fruto de parceria entre o Governo do Estado e a UFMG.
Três atletas que participaram das Paralimpíadas de Londres são beneficiários dos programas Bolsa Atleta e Oficina de Esportes, do Governo de Minas. Izabela Campos (Belo Horizonte) é beneficiária dos programas Oficina de Esportes e do Bolsa Atleta. Rodrigo Rosa de Carvalho Marques (Uberlândia) e Deanne Silva de Alexandre (Belo Horizonte) são do Oficina de Esportes.
Investimentos
Em 2011, O Governo de Minas criou, na Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (Seej), a Diretoria de Desenvolvimento do Paradesporto, que concentrou todas as iniciativas, projetos e eventos com relação ao esporte para pessoas com deficiência. Desde então, várias ações foram realizadas, sempre tendo como base o fomento e a divulgação do esporte para pessoas com deficiência, a formação e capacitação de profissionais e o treinamento de atletas de rendimento.
Atualmente, as Oficinas de Esporte com oito núcleos específicos de Paradesporto atendem a 147 atletas nas modalidades de atletismo, natação, goalball, halterofilismo, bocha e tênis sobre rodas. Em 2011, eram três núcleos específicos e 72 atletas beneficiados.
O governador afirmou que Minas Gerais está empenhada no apoio e preparação de atletas, de forma a aumentar cada vez mais a participação de esportistas do Estado e a conquista de medalhas. Segundo ele, mais do que um dever, é uma obrigação o apoio ao esporte paralímpico.
Também participaram da solenidade o secretário de Estado de Esportes e da Juventude, Braulio Braz, o secretário-adjunto de Estado de Esportes e da Juventude, Rogério Romero, o secretário municipal de Esporte e Lazer de Belo Horizonte, Roberto Rocha Tross, e o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons.
Fonte e foto: Agência Minas
A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira, 25, Wellington Martins Carvalho, o “Cueca”. Ele foi reconhecido pelo detetive Lezoni Santos, durante a ocorrência do assassinato de Cláudio Oliveira, irmão do traficante Pula Pula. “Cueca”, vencido pela curiosidade, juntou-se a um grupo de pessoas que estava em frente à residência de Cláudio enquanto os policiais faziam a perícia no local e ouviam os familiares da vítima. Havia um mandado de prisão em aberto contra “Cueca” por furto, segundo informou a Polícia Civil.
Ainda na tarde desta terça-feira, o segundo participante do assalto ocorrido semana passada em uma loja agropecuária no Distrito de Sereno, apresentou-se na Delegacia em Cataguases acompanhado de seu advogado. Regiano da Rocha prestou depoimento e confessou ter participado do assalto e vai responder o inquérito em liberdade. O Delegado, no entanto, vai pedir sua prisão preventiva, antecipou ao Site do Marcelo Lopes, o investigador Lezoni Santos, coordenador de investigações.
No último dia 20, a Polícia Civil prendeu Paulo Henrique de Almeida Amorim, o “Guela”, que foi reconhecido pelos investigadores Lezoni Santos e Donizete Campos, quando andava pela rua em Cataguases. Ao ser abordado pelos policiais, trazia consigo uma faca junto à cintura. Os detetives revelaram a existência de um mandado de prisão contra ele por assalto. Após ser levado à Delegacia para os procedimentos de rotina, Paulo Henrique foi encaminhado para o presídio em Cataguases.
O governador Antonio Anastasia baixou decreto que dispõe sobre guarda, organização, registro, tombamento e catalogação de documentos produzidos pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CONEDH) sobre a atuação dos órgãos de segurança durante o regime militar e o período Vargas. O Decreto nº 46.052, publicado na edição desta terça-feira (25), do Minas Gerais – Diário Oficial dos Poderes do Estado estabelece que a documentação ficará sobre a guarda do Arquivo Público Mineiro.
O acervo, por lei considerado patrimônio histórico estadual, é composto por documentos, fotos, gravuras, relatos gravados e demais materiais relacionados à defesa e à preservação dos direitos humanos. O Arquivo Público fará a digitalização dos arquivos do Dops e da Polícia Vargas, para disponibilizar na internet. Com isso, será facilitado o trabalho de consulta por parte do CONEDH.
O decreto regulamenta o disposto na Lei Estadual Lei nº 13.448, de janeiro de 2000. Sancionada pelo governador Itamar Franco, a lei cria o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais, que se destina à guarda e exposição de material que se refira ou se vincule ao esforço de defesa e preservação dos direitos da pessoa humana.
“A preservação de documentos de qualquer período da história é importante para que as gerações futuras possam melhor compreender os atos praticados e as consequências dos mesmos. Ao determinar a guarda dessa documentação provisoriamente pelo Arquivo Público Mineiro estamos buscando garantir a preservação da memória de uma importante fase da vida de Minas e do Brasil”, afirmou o governador.
Entre estes documentos, se encontram os arquivos do extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e de outros órgão de segurança do Estado, relativas às atividades da polícia política, incluindo informações relacionadas a processos relativos a pedidos de indenização, analisados pelo CONEDH. Posteriormente, eles serão transferidos para o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais.
Fonte: Agência Minas