O subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, foi categórico ao afirmar que o oxi é uma droga ainda mais destruidora que o crack. Sua fala foi chancelada por outros gestores públicos, especialistas e representantes de comunidades terapêuticas e Ongs, na audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que aconteceu nesta quinta-feira (27/9/12), com o objetivo de debater o tema.
Segundo Benevides, a consolidação da substância na sociedade, além de revolucionar as estratégias de venda e consumo pelos traficantes de drogas, esvazia a discussão docrack como droga barata. Em sua fala, ele destacou que o oxi é de fácil produção e baixo custo, por ser um subproduto docrack. “Precisamos discutir as drogas de uma maneira ampla, que contemple a as famílias, a educação e as estratégias de proteção das fronteiras, que hoje são totalmente vulneráveis. O fato é que o oxi é ainda pior que o crack”, alertou.
O representante da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas Evangélicas, Wellington Antônio Vieira, reforçou as palavras do subsecretário, mas chamou a atenção para o fato de que o oxi não é uma nova droga, sendo apenas uma variação do crack e proveniente da pasta-base da cocaína. Ele explicou que o efeito nos usuários é devastador, no entanto pediu que não se desvie o foco do combate ao crack. “Afirmo que 99% dos internados nas comunidades terapêuticas são usuários de crack, portanto temos que continuar a desenvolver políticas públicas de amparo e apoio aos dependentes e seus familiares”, disse.
O assessor especial de Políticas Sobre Drogas da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Cleiton Dutra, afirmou que o oxi é quase fulminante, uma vez que mata em pouco tempo de uso. Para ele, é preciso um olhar diferenciado sobre o tema, tendo em vista que o sofrimento social é grande.
Motivação para o uso mudou após o oxi
O superintendente do Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas da Seds, Amaury Costa Inácio da Silva, destacou que o desafio do tratamento é grande, uma vez que os paradigmas de atuação mudam com o surgimento de novas substâncias ou a variação das já existentes. Ele explicou que, a motivação, que antes passava pela fuga da realidade, agora está ligada à motivação e a busca pelo o efeito do entusiasmo. “Primeiro, é preciso tratar da desintoxicação química. Depois, temos que trabalhar o lado psicológico da motivação”, salientou.
Família – A superintendente de Prevenção e Tratamento de Reinserção Social da Seds, Rosângela Simão Paulino, alertou para o fato de que não se deve focar em uma droga especificamente. Ela defendeu a equidade no tratamento e apontou que o envolvimento da família é fundamental na recuperação dos dependentes químicos. “O aumento do consumo do oxi e do crack é grave, mas o objetivo do Estado é proporcionar melhorias nas comunidades terapêuticas para que os usuário de todas as drogas sejam atendidos. A diretora do SOS Drogas, que pertence à mesma secretaria, Érica Barenzani, fez coro às palavras da colega, e disse que a adesão da família é essencial no tratamento.
O ex-usuário de drogas Franklin dos Reis Coelho deu um depoimento pessoal sobre as consequências do uso de substâncias ilícitas e reforçou a afirmação de que o oxi tem um efeito ainda mais devastador que o crack. De acordo com ele, a droga é fruto dos experimentos feitos pelos traficantes com substâncias já existentes. “A química do oxi é pesada. Vicia e mata rápido. Ele é usado misturado com o fumo do cigarro, o que proporciona um prazer diferente e perigoso”, alertou. Franklin cobrou mais participação do poder público no combate às drogas, que, para ele, “é o grande flagelo da sociedade”.
Deputado defende investimentos em comunidades terapêuticas
O deputado João Leite (PSDB), afirmou que, tendo como base as ações feitas pela ALMG e as visitas da comissão a diversas cidades do interior do Estado, o fundamental, neste momento, é que o poder público se dedique ao tratamento dos usuários. Esse trabalho, ainda de acordo com o parlamentar, passa pelas melhorias nas comunidades terapêuticas. “A capilaridade destas instituições e sua especialização devem ser aproveitadas para que o trabalho seja oferecido com qualidade nos quatro cantos de Minas Gerais. Temos já o compromisso da Seds de que os investimentos e as melhorias vão ocorrer em curto prazo”, anunciou.
O autor do requerimento que motivou o debate, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), não pôde comparecer à audiência, e pronunciou-se por meio de mensagem enviada à comissão. Em sua fala, ele lembrou que a droga, que tem um efeito devastador e é de baixo custo, é um problema de segurança e de saúde pública, por isso deve ser seriamente combatido.
Agência Brasil
Brasília - O aquecimento do mercado de trabalho, com queda nas taxas de desemprego, também está provocando mudanças no tipo de ocupação das brasileiras. Com mais ofertas de emprego em atividades variadas e melhores níveis de qualificação, elas vão assumindo, aos poucos, novas funções e, pela primeira vez, o trabalho doméstico deixou de ser a primeira opção para garantir o sustento próprio e da família entre as mulheres no país.
Um levantamento realizado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, revela que o contingente de faxineiras, babás, cozinheiras e responsáveis por serviços gerais nos domicílios perdeu espaço para outras ocupações.
A pesquisa foi apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada e demonstrou que as comerciárias assumiram a liderança do ranking das atividades desempenhadas pelas mulheres, empregando 7 milhões de brasileiras (17,6%). Em segundo lugar estão as trabalhadoras em educação, saúde e serviço social.
As empregadas domésticas, que sempre vinham no topo da lista como categoria que mais emprega mulheres no Brasil, apareceram em terceiro lugar. Essa categoria caiu de 6,7 milhões, há três anos, para 6,2 milhões no ano passado, correspondendo a 15,7% do total das trabalhadoras. Em 2009, o percentual de domésticas entre as trabalhadoras era 17%.
A coordenadora dos programas de educação e cultura da SPM, Hildete Pereira, explicou que esse movimento já poderia ter ocorrido na Pnad 2009, principalmente em função da maior qualificação das mulheres e da diversificação do mercado de trabalho. Porém, com a crise financeira internacional em 2008, o comércio se viu obrigado a enxugar as contratações. Ela acredita que a migração para outras atividades representa um ganho importante em termos de condições de trabalho para essas mulheres.
“A sociedade não vê o trabalho doméstico como vê o de uma comerciária, por exemplo. Embora a categoria tenha registrado conquistas importantes, muitas trabalhadoras domésticas ainda sofrem jornadas de trabalho extremamente altas e não têm carteira assinada”, avaliou.
Agência Brasil
Brasília – Uma semana depois de participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff será uma das protagonistas da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru, no dia 2. Dilma deve viajar amanhã (1º) à noite para a cúpula, a primeira entre os líderes das duas regiões após o início da chamada Primavera Árabe – quando manifestações populares apelaram por democracia e liberdade em vários países.
Ao fim da cúpula, no dia 2, será divulgada uma declaração conjunta, na qual os 32 representantes do grupo – dois estão suspensos: Paraguai e Síria – se manifestam sobre os principais temas em discussão no momento. Dilma será a segunda a discursar na abertura do evento, depois apenas do secretário-geral da Liga Árabe (que reúne 22 países), Nabil Elarabi.
No documento final deverá constar a reação coletiva à onda de violência na Síria que ultrapassou 18 meses, matando mais de 25 mil pessoas. Além disso, devem ser incluídas as manifestações contra os ataques a representações diplomáticas norte-americanas e de aliados em vários países de maioria muçulmana como reação a um filme anti-Islã, produzido nos Estados Unidos, e a defesa ao direito dos palestinos de terem um Estado autônomo e independente.
O Brasil é destaque na Aspa não só por ter sido o idealizador do grupo, em 2003, mas por servir de exemplo a países árabes e sul-americanos com os esforços para o combate à pobreza e ações de inclusão social, por meio dos programas de transferência de renda e das ações de preservação e garantias das minorias, inclusive em favor da igualdade de gênero.
Na declaração conjunta devem ser destacados os avanços políticos obtidos no Egito com as eleições presidenciais livres, depois de mais de 30 anos do governo do ex-presidente Hosni Mubarak, e as parlamentares ocorridas na Líbia, após o fim da gestão do ex-líder Muammar Khadafi.
Nos dias que antecedem a cúpula, negociadores dos 34 países articulam uma série de textos relativos às parcerias econômicas e financeiras, de desenvolvimento sustentável, envolvendo medidas relativas à desertificação e mudanças climáticas, além de acordos culturais e de ciência, tecnologia e inovação.
No total, a união entre os países sul-americanos e árabes representa um Produto Interno Bruto (PIB) agregado de aproximadamente US$ 5,4 trilhões e envolve uma população estimada em 750 milhões de habitantes. De 2005 a 2011, o intercâmbio comercial entre as duas regiões aumentou 101,7%, passando de US$ 13,6 bilhões para US$ 27,4 bilhões. Só o comércio total entre o Brasil e os países árabes cresceu 138,9% - passando de US$ 10,5 bilhões para US$ 25,1 bilhões.
Na última sexta-feira, 28, o Anfiteatro Ivan Müller Botelho recebeu mais um show do Projeto Usina Cultural, promovido pela Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho com patrocínio da Energisa através da Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Produzido por Fausto Menta, a apresentação da banda Rain Machine, do Brooklin, de Nova Iorque, liderada por Kyp Malone, foi inesquecível. O público de Cataguases teve a oportunidade de assistir a vanguarda da música norteamericana. Aliás, o Usina Cultural está (digamos assim) se especializando em trazer para nossos palcos, shows únicos e muitas vezes antológicos, como este.
Muitas vezes o calor do momento nos embaça a visão sobre a importância dos fatos à nossa volta. E o show de Rain Machine foi, sem dúvida, histórico. Além do fato de ser a primeira vez que se apresentou em uma cidade do interior de Minas Gerais, alguns ingredientes do show revelam que havia algo diferente, inusitado, marcante naquela apresentação. A informalidade dos músicos (todos, é preciso registrar, de elevadíssimo nível técnico) que conversavam entre as canções e sem que a plateia pudesse ouvir, como se estivessem comentando (e aprovando) a música que acabaram de tocar. Assim ficavam alguns bons minutos para retomarem, em seguida, o repertório.
A música que Rain Machine faz não é algo consumível facilmente como, aliás, tudo aquilo que é vanguarda. E também por isso o show é antológico. Neste quesito ele fez um som onde estão presentes o soul, jazz, blues, o rock and roll e, sem querer puxar a brasa para a nossa sardinha, pequenas doses de samba, tudo isso misturado resultando em um a música única. A privilegiada voz de Malone faz a diferença e se encaixa perfeitamente nos acordes dissonantes da guitarra que marca todo o show.
Foi também um show antológico porque a back vocal e também tecladista da banda, esteve o tempo todo, visivelmente emocionada. A plateia, que não conseguiu entender o que se passava com a moça, apenas viu por diversas vezes ela não conseguir conter as lágrimas, e ser confortada pelos músicos durante a apresentação. Dona de uma voz singular onde os agudos são quase perfeitos ela foi a segunda maior atração de uma noite que ganhou um lugar de destaque na história do projeto Usina Cultural.
As fotos são de Juliana Junqueira
Assume a Diocese de Leopoldina neste domingo, 30, em solenidade que acontece ás 16 horas, na Cúria Doicesana, o novo Bispo, Dom José Eudes. A Diocese, sede da Igreja Católica na região, coordena 62 padres espalhados em paróquias de 34 municípios, compreendendo aí cidades como Além Paraíba, Miraí São Geraldo, Muriaé, Cataguases, Leopoldina e outras. Na Cúria Diocesana, prédio administrativo, trabalha o Monsenhor Antônio José Chamel, ordenado padre há 55 anos e que trabalha diretamente com os bispos, já tendo atuado com sete deles, o primeiro Dom Delfim que ficou no cargo entre 1956 e 1960; Dom Reis, que comandou a Igreja por 24 anos; Dom Roque, por 3 anos e meio; Dom Ricardo, 6 e meio anos e Dom Dario, também durante 6 anos e meio.
A posse do novo Bispo da Diocese de Leopoldina, dom José Eudes, de apenas 46 anos de idade, que tornou-se Bispo muito mais jovem do que a média entre os escolhidos pelo Papa, vai movimentar os católicos de todas as paróquias vinculadas à Cúria de Leopoldina neste domingo. A primeira missa a ser celebrada como Bispo da Diocese, faz parte da programação de sua posse. Dom José Eudes Campos do Nascimento foi sagrado Bispo na manhã de 15 de setembro, na Praça dos Andradas, centro de Barbacena, em frente o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Na cerimônia estiveram presentes representantes de todas as Dioceses do Brasil. Atuaram como Bispos Ordenantes, Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de Mariana, Dom Gil Antônio Moreira Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora e Dom Francisco Barroso Filho Bispo Emérito de Oliveira. Cerca de 5 mil pessoas assistiram à cerimônica de sua sagração.
Com informações do Site Silvan Alves