Com o lema “Um olfato, nossos olhos”, o Canil Central da Polícia Civil de Minas Gerais apoia, desde 1992, operações policiais para a localização de entorpecentes. Atualmente, o canil atende solicitações de todas as unidades da Polícia Civil e não somente da Divisão de Tóxicos e Entorpecentes, como acontecia antes.
A primeira equipe foi formada por investigadores que se prontificaram a trabalhar com cães, entre eles o atual coordenador do canil, Alexandre Andrade, que doou os primeiros animais, dois filhotes de Pastor Belga Malinois, para treinamento.
Desde o início, a equipe manteve uma relação próxima com agentes do Canil da Polícia Federal em Belo Horizonte, que foram enviados à Inglaterra para aprender a trabalhar com cães de faro e haviam trazido alguns desses animais treinados.
Os investigadores também buscaram conhecimento em cursos, seminários e leitura de livros específicos sobre treinamento de cães de trabalho policial. O atual coordenador do Canil da Polícia Civil obteve, em 1998, Certificado de Estágio de Formação de Cães Farejadores, realizado pelo Canil Central da Polícia Federal, e hoje treina os policiais que entram para a equipe.
Cães farejadores
Atualmente, o Canil Central da Polícia Civil conta com sete policiais e 15 cães, dos quais seis estão aptos para o trabalho, dois são mantidos como matriz e os outros estão em treinamento. Todos os cães foram adquiridos por meio de doação de policiais ou de terceiros. Não há preferência entre machos ou fêmeas para o treinamento.
De acordo com o investigador e adestrador de cães, Charlie Arthury, um policial pode ter mais de um cão, mas um cão pode ter apenas um dono. “O vínculo entre o cão e o policial é muito importante, pois em uma operação a interação entre ambos garante a concentração e o bom desempenho do animal”, explica.
A raça predominante é o Pastor Belga Malinois, raça original da Europa e usada pela polícia e exército de vários países. O canil conta também com pastores alemães e labradores. Essas raças são escolhidas por serem cães de faro apurado que possuem habilidade técnica e instinto de caça, além do porte físico grande e atlético, ideal para as operações policiais.
Animais em forma
O treinamento começa quando o filhote completa 60 dias e consiste em brincadeiras comuns a cães, com brinquedos como bolinhas e cordas. Daí inicia-se a interação entre o policial e o animal, a exercitação física diária e, posteriormente, os comandos de obediência.
No treinamento de obediência, o cão aprende os comandos como aguardar, sentar e deitar. É também um treinamento de concentração, para que o cão não fique disperso em um ambiente diferente com muitas pessoas durante uma ação policial. “Não exigimos do cão mais do que os comandos simples necessários para um bom desempenho no local do trabalho. Prezamos que ele tenha mais liberdade”, comenta o investigador integrante do canil, Alexandre Soares.
Alguns meses após o início do treinamento, os policiais começam o exercício para localizar drogas. Um novo brinquedo, um tubo de PVC lacrado com entorpecentes no interior, é inserido no cotidiano do cão. O animal não tem contato direto com a droga, apenas sente o odor. Quando o brinquedo é escondido, o cão o encontra pelo cheiro da droga.
De acordo com o policial da equipe do canil, Frederico Esteves, “quando o cão procura drogas, ele está, na verdade, procurando seu brinquedo.” Ao encontrar o entorpecente, o animal faz um sinal arranhando e mordendo o local. O investigador responsável pelo cão deve recompensá-lo com um brinquedo e afastá-lo do lugar para que outros policiais recolham a droga encontrada.
Após o início do treinamento, o cão é avaliado por um período de seis meses a um ano. No entanto, nem todos os cães apresentam o perfil necessário para prosseguir com o treino.
Os cães se exercitam todos os dias e, além do treinamento habitual, é comum os policiais levarem os cães para nadar e caminhar, o que contribui para manter um bom condicionamento físico e mental do animal.
O canil conta com um veterinário à disposição e tratamento quando necessário. Nenhum animal recebe medicamentos ou vitaminas para o desempenho das atividades. Além de uma ração balanceada e vacinas em dia, cada cão possui uma coleira de proteção contra a leishmaniose.
Em ação
Os cães são treinados para encontrarem drogas como maconha, cocaína, crack e derivados são solicitados em operações onde existe maior dificuldade para os policiais encontrarem os entorpecentes.
Os cães já encontraram substância entorpecente enterrada dentro de paredes, televisão e forro de porta, além de localizarem drogas escondidas dentro de um saco com café, que usaram para tentar camuflar o odor. Já encontraram também armas e dinheiro escondidos, por terem sido manuseados por alguém que lidava com drogas.
Em uma operação realizada na zona rural de Nova Serrana, Centro-Oeste de Minas, quatro cães foram levados para vistoriar uma área de três quilômetros quadrados. Após exaustivas buscas, um dos cães desenterrou um vasilhame plástico que continha grande quantidade de cocaína, munições e arma de fogo.
Aposentadoria
Os cães são aposentados ao atingirem os sete anos de idade ou quando sofrem algum trauma que o impossibilite de prosseguir com os trabalhos. Os aposentados, assim como os que não possuem perfil para prosseguir com o treinamento, são mantidos pelo Estado e isentos de qualquer prestação de serviço ou atividade até o fim de sua vida.
Os animais também podem ser doados, priorizando o policial responsável pelo cão durante seu tempo no canil. Entre a equipe, o pensamento é unânime: “depois de passar sete anos com o cão, não conseguimos entregá-lo a outra pessoa”.
Fonte e foto: Agência Minas
Agência Brasil
Brasília – Representantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão da Verdade da Universidade de Brasília (UnB) assinaram hoje (6) termo de cooperação para ampliar e potencializar as investigações sobre as circunstâncias da morte do educador Anísio Teixeira, ocorrida em 1971 no Rio de Janeiro. O corpo de Anísio foi encontrado no fosso do elevador do prédio onde morava seu amigo Aurélio Buarque de Holanda. A versão oficial aponta morte acidental, mas há suspeitas de assassinato.
Segundo o conselheiro Paulo Sérgio Pinheiro, da CNV, o objetivo do acordo firmado hoje é dar à comissão da UnB acesso a documentos e depoimentos coletados pela comissão nacional. "Com a cooperação, a comissão da UnB poderá se valer dos poderes que temos, tanto no que diz respeito ao acesso a documentos, à convocação de pessoas [para prestar depoimento] e à atuação em todo o território nacional", disse Pinheiro
Ao participar da audiência temática em que foi firmado o acordo, na sede da UnB, Pinheiro evitou comentar o conteúdo do dossiê entregue pela família de Anísio Teixeira à CNV, que ainda será analisado por seus membros, mas admitiu serem "estranhas" as circunstâncias da morte do educador. "Ainda não podemos dizer nada. Estamos recebendo o documento hoje, mas sempre chamou a atenção a forma como ele morreu, tendo sido encontrado no fosso do elevador. É muito estranho."
De acordo com Pinheiro, o relatório da comissão, que deverá ser concluído em maio de 2014, trará a descrição das circunstâncias dos casos investigados e poderá indicar responsabilidades. Ele ressaltou, porém, que a Comissão Nacional da Verdade não tem poder para atuar como tribunal, proferindo julgamento, ou como promotoria, fazendo acusações. No entanto, o documento e suas conclusões "terão consequências", e poderão ser encaminhados aos órgãos competentes, como o Ministério Público, afirmou.
O secretário executivo da Comissão da Verdade da UnB, Cristiano Paixão, ressaltou a importância da cooperação entre as duas comissões e lembrou que cada uma atuará de acordo com suas competências. "O papel da comissão nacional é mais amplo, diz respeitos a violações, aos direitos humanos, como um todo."
Ele explicou que a comissão da UnB, por sua vez, investigará os acontecimentos no âmbito na história e do projeto da universidade. "Temos o mesmo caso e a mesma figura emblemática, mas com desdobramentos diferentes" , disse Paixão. Ele informou que o relatório da comissão da universidade será entregue à CNV no início de 2014, antes da conclusão dos trabalhos do organismo nacional.
Ao comentar as suspeitas de assassinato, Paixão disse que, se a hipótese for confirmada, "terá sido não só um grande crime contra uma pessoa, mas contra um projeto de educação". "Ele [Anísio Teixeira] representava a ideia da educação inclusiva e democrática, contrariando tudo o que pensava o regime da época."
Considerado um dos maiores educadores brasileiros, Anísio Teixeira nasceu em Caetité, no sertão da Bahia. Na década de 1960, junto com Darcy Ribeiro, foi um dos mentores da UnB, fundada em 1961, e tornou-se seu reitor em 1963. Em 1964, teve o mandato cassado durante o golpe militar, mudou-se para os Estados Unidos, onde deu aulas, e retornou ao Brasil anos depois, para cumprir mandato no Conselho Federal de Educação, tendo morrido em 1971.
A Comissão Nacional da Verdade, criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em maio deste ano, tem prazo de dois anos para apurar graves violações de direitos humanos praticadas por agentes públicos de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988.
Agência Brasil
Rio de Janeiro – Mesmo morando a milhares de quilômetros de suas seções eleitorais, vários eleitores norte-americanos que vivem no Brasil vão ajudar na escolha do próximo presidente dos Estados Unidos. A eleição ocorre hoje (6), mas os eleitores, mesmo no exterior, já enviaram seus votos por correio ou e-mail, opções disponibilizadas pelos Estados Unidos.
Em uma corrida presidencial apertada como a deste ano, que poderá ser decidida por poucos votos, eleitores que moram no exterior podem fazer a diferença. É no que acredita a escritora e jornalista Julia Michaels, que vive no Brasil há 31 anos e não votava nas eleições americanas há alguns anos. Desta vez, ela considera que seu voto pode ser decisivo na escolha do próximo presidente.
“Confesso que, há quatro anos eu não votei, porque eu sou de Massachusetts e, em 2008, todo mundo me dizia que o Obama [Barack Obama, atual presidente] ia ganhar de qualquer jeito por lá. Foi uma eleição histórica e eu queria ter participado. Foi uma preguiça da minha parte. Mas, nesta, eu acho importante votar, porque a eleição está apertada”, disse.
Julia diz que vai acompanhar a apuração na noite de hoje junto com amigos americanos. “Como a eleição vai ser muito apertada, devemos ficar acompanhando até tarde da noite”, disse. Segundo ela, muitos de seus compatriotas devem assistir à apuração em um bar da zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
A jornalista disse que pediu sua cédula eletrônica por e-mail para a comissão eleitoral de seu condado, no estado de Massachusetts, há cerca de três semanas, e devolveu a cédula por e-mail mesmo. Além de presidente, Julia está ajudando a eleger servidores locais e a responder a perguntas de interesse de sua cidade. “Sinto uma certa responsabilidade [em participar dessas escolhas], porque apesar de morar no Brasil há tantos anos, ainda pago Imposto de Renda lá”, disse.
Moradora do Morro da Babilônia, na zona sul da cidade do Rio, a pesquisadora da Universidade de Yale Catherine Osborn vive no país já apenas dois meses e meio. Há cerca de um mês, solicitou sua cédula de votação para a comissão eleitoral do condado de Travis, no estado do Texas.
Apesar de ter recebido a cédula por e-mail, as autoridades eleitorais locais exigem que ela seja impressa e enviada de volta por correio. “Estou no Brasil há pouco tempo, então não sabia como funcionavam os Correios aqui. A primeira vez que usei os Correios foi para enviar a cédula. Mandei para a minha mãe, nos Estados Unidos, e ela encaminhou o voto [para a comissão eleitoral] para mim”, disse.
Catherine conta que ela sempre se envolveu na política partidária americana e acredita que é muito importante votar. “Eu sou muito patriota, então a ideia de não votar era horrível, inimaginável. É muito importante votar. É seu dever como cidadão. Cada voto conta”, disse. Em sua cidade, além de presidente, os eleitores vão decidir sobre questões referentes ao orçamento local, além de escolher autoridades do município e deputados federais.
Em entrevista à Agência Brasil em outubro, a vice-cônsul dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Ana Adler, disse que a mobilização da comunidade norte-americana no estado para as eleições deste ano foi a maior dos últimos 20 anos.
Realizado no sábado, 27 de outubro, o último módulo do Curso de Capacitação de Educadores de Jovens e Adultos (EJA) de Ubá. O curso teve início em maio de 2011 e contou com a participação de profissionais das redes municipal e estadual de ensino.
Foram 13 módulos (96 horas presenciais) e mais de 100 horas não presenciais, com experimentação, aplicação, vivências e apresentação de resultados. O objetivo foi capacitar educadores e especialistas, tendo como base a proposta pedagógica de Paulo Freire.
Maria Alice Abranches, da coordenação, diz: “todos os módulos foram significativos e produtivos, pois os educadores aprenderam a aprender”. Segundo ela, o curso também trabalhou métodos de avaliação específicos para jovens e adultos.
Para Maria do Carmo Mello Coelho, Secretária de Educação, a avaliação geral do curso é muito positiva, pois “os integrantes conseguiram aliar teoria e prática, com troca de experiências e, acima de tudo, crescimento pessoal”, finaliza a Secretária.
Este curso aconteceu através de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Superintendência Regional de Ensino.