Campanha em Muriaé combate ação dos "flanelinhas"
17/08/2018Teve início em Muriaé a campanha "Não Dê Dinheiro para os Flanelinhas". A ação de abertura aconteceu no Mercado do Produtor Rural, no centro da cidade, e mobilizou equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social, do Demuttran e também com apoio da Polícia Militar. A iniciativa vai promover o encaminhamento dos chamados "flanelinhas" (pessoas que fazem de maneira irregular o controle de vagas para veículos em locais de grande movimentação) para os dispositivos de assistência social existentes na cidade, além combater a cobrança indevida de estacionamento nessas áreas.
A coordenadora do Serviço de Abordagem Social da Prefeitura, Arianne Lima, conta que a ideia de promover a campanha surgiu após o recebimento de denúncias feitas pelos frequentadores da feira. "Constatamos que grande parte das pessoas que estavam atuando no controle de vagas no Mercado do Produtor Rural vivem em situação de rua", afirma. "Então, a nossa ação as orientou a procurar os diversos serviços que temos à disposição. São dispositivos com diferentes finalidades, que vão desde a realização de atividades de convívio social até o oferecimento de uma melhor qualidade de vida para dependentes químicos", completa. {{banner-interno}}
O trabalho informal como flanelinha não é regulamentado por lei na cidade, sendo, portanto, considerado como contravenção penal. Apenas administração municipal está autorizada, por conta própria, ou por meio de contratos firmados com terceiros, a realizar o controle de estacionamento em locais públicos, ficando os infratores sujeitos a multas e até prisão. "Enquanto não houver autorização para que as pessoas possam realizar este tipo de serviço, ele não pode acontecer em hipótese alguma", informa o chefe do Departamento de Análise e Gestão de Trânsito do Demuttran, Jackson Fernandes. Segundo ele, além da região da feira, a atuação irregular também se observa, em dias de eventos, nas proximidades do Estádio Soares de Azevedo e do Parque de Exposições.
Segundo o Demutratran, relatos de muriaeenses que frequentam a feira, mostram que a abordagem dos flanelinhas nem sempre é pacífica. "Já houve uma ocasião em que colocaram um cavalete na frente do meu carro e exigiram pagamento para me deixar sair da vaga", lembra a dona de casa C.F., de 52 anos. Já o empresário J.T., de 47 anos, afirma nunca ter tido problemas. "Jamais me senti pressionado ou obrigado a contribuir com dinheiro", diz. (Fotos: Ascom Prefeitura de Muriaé)
Entre os presentes estavam o prefeito Willian Lobo de Almeida, a coordenadora da Visa Cataguases, Elisângela Stephan, o promotor Rodrigo Ferreira de Barros, coordenador regional das promotorias de justiça de defesa da saúde da macrorregião sanitária sudeste, secretários municipais, vereadores, servidores e ex-servidores da VISA de Cataguases, representantes da sociedade civil e integrantes da Gerência Regional de Saúde. {{banner-interno}}
A segunda palestra foi realizada pelo promotor Rodrigo Ferreira de Barros (foto ao lado), com o tema "A Vigilância Sanitária e o Ministério Público na defesa da saúde e do consumidor". A coordenadora do Núcleo de Vigilância Sanitária da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina, Maria Luiza da Silva de Souza, finalizou o encontro ao abordar o assunto "Descentralização em Vigilância Sanitária". Durante sua fala, ela lembrou que Cataguases é 100% parte do Programa de Monitoramento das Ações de Vigilância em Saúde (PROMAVS), o que significa que o município atende às exigências estaduais de vigilância sanitária.
Uma das organizadoras do evento, Elisangela Stephan, fez um balanço final do encontro. "O objetivo do evento foi atendido, que era promover a interação entre a VISA Municipal, VISA Estadual, Ministério Público, autoridades e representantes da sociedade civil. Uma palestra complementou a outra e essa era a intenção. Aqui, tivemos a oportunidade de trocar muitos conhecimentos, desmistificar a questão da punição e mostrar que são muito amplas as atuações da Vigilância Sanitária. Parabéns a todos nós que fizemos parte desta equipe em algum momento", finalizou.
Ele salientou que a figura do catador deve ser entendida como a de um profissional que contribui com a sociedade e com o meio ambiente. "Infelizmente, a visão das pessoas é distorcida. O catador é visto como um mendigo, o ‘homem do saco’ ou a ‘bruxa’, mas sua atuação é de suma importância para a sustentabilidade do planeta, para a economia e para a cidadania", ressaltou. Sobre a receptividade que teve na cidade, ele se disse emocionado e confiante com a mentalidade das futuras gerações. "Estamos tornando nossos jovens e crianças mais conscientes sobre o trabalho do catador e a reciclagem do lixo", ponderou.
