(Reuters) - O presidente dos EUA, Barack Obama, vai realizar uma reunião nesta sexta-feira com os quatro principais líderes do Congresso, informou a Casa Branca, enquanto o presidente e parlamentares correm contra o tempo para evitar a entrada em vigor do chamado abismo fiscal no início de 2013.
Obama vai se reunir com o líder da maioria do Senador, Harry Reid, o líder da minoria do Senado, Mitch McConnel, o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, e a líder da minoria da Câmara, Nancy Pelosi, informou a porta-voz da Casa Branca Amy Brundage.
Obama voltou a Washington na quinta-feira, após breves férias no Havaí, para tentar encerrar o impasse nas negociações que visam evitar os aumentos de impostos e cortes de gastos que economistas dizem que podem levar a economia a uma recessão.
O Senado também se reuniu na quinta-feira e a Câmara dos Deputados deve ter sessão no domingo.
Agência Brasil
São Paulo – Adolescente agitado, Lucas** fica tímido ao mostrar suas mãos. Em uma delas, há uma marca de infância. Mas não é uma marca que nasceu com ele. Ela surgiu quando uma pessoa da família utilizou um garfo quente para repreendê-lo e o queimou. “Até hoje eu tenho [a marca]. Nas costas também, mas lá acho que não tenho mais as marcas”, contou ele à Agência Brasil.
Lucas tem 13 anos. É filho adotivo e começou a apanhar “de cinta e de fio” da mãe e do cunhado depois que o pai morreu. Em vários desses momentos, fugiu para a casa de um amigo para se livrar das agressões. “Tinha vezes em que eu dormia lá”, falou. “Se eu não lavasse a louça, eles [a mãe e um cunhado] me batiam. Se eu não acordasse na hora certa, eles me batiam. Aí eu fugi de casa e esse foi um dos motivos que me levaram ao abrigo”, disse o adolescente, um entre milhares de exemplos de vítimas de violência doméstica em todo o país.
Dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República mostraram que 77% das denúncias registradas por meio do Disque 100, entre janeiro e novembro deste ano, são relativas à violência contra crianças e adolescentes, o que corresponde a 120.344 casos relatados. Isso significa que, por mês, ocorreram 10.940 agressões, o que dá uma média de 364 denúncias por dia.
Já o Disque Denúncia 181, serviço criado em 2000 pelo Instituto São Paulo contra a Violência e pelo governo paulista, por meio da Secretaria de Segurança Pública, registrou 6.603 denúncias de maus-tratos contra crianças entre janeiro e outubro deste ano em todo o estado, o que dá uma média diária de 22 denúncias. O número é superior ao do mesmo período do ano passado, quando foram registradas 6.028 denúncias.
Para Ariel de Castro Alves, presidente da Fundação Criança e vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é difícil deduzir, por esses números, se os casos de violência envolvendo crianças e adolescentes têm crescido ou se as pessoas estão denunciando mais. “É difícil medir se os casos estão aumentando. Na verdade, a sociedade está muito mais alerta e mais atuante diante de casos de abusos e de violência contra crianças e adolescentes. Isso é um fator muito positivo no país nos últimos anos. As pessoas estão denunciando mais, sendo menos coniventes e omissas”.
Nenhum dos dois serviços de denúncia contabiliza quantos desses casos registrados referem-se especificamente à violência doméstica. Mas sabe-se que o número é grande. “Hoje, temos muitas vítimas de violência doméstica. De maus-tratos e de espancamento”, disse Maria Aparecida Azevedo, que coordena as três casas de acolhimento da Fundação Criança, uma organização municipal focada na defesa e na garantia de direitos de crianças e adolescentes, que funciona em São Bernardo do Campo (SP).
“Os casos que chegam para nós são de abuso sexual, de criança negligenciada e abandonada e de criança queimada e espancada. Essa é a violência doméstica que está vindo para as casas de acolhimento”, explicou Maria Aparecida.
A violência doméstica pode gerar traumas para as crianças e os adolescentes, disse Alves. “Muitas vezes, elas [crianças e adolescentes] são vítimas daquelas pessoas em quem confiam, que entendem ser as pessoas que cuidam delas. Por isso, há dificuldade para assimilarem uma situação desse tipo. Esse é o trauma maior. A pessoa que tinha que proteger é a que acaba violando o direito dessas crianças e adolescentes. Isso gera um trauma, uma desconfiança permanente com relação aos adultos e dificuldade depois de convivência com outras pessoas. Isso pode, muitas vezes, gerar também prejuízo no desenvolvimento educacional”, disse, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Helen Vivili Santana Carmona, diretora técnica adjunta da Fundação Criança, grande parte dessa violência contra crianças e adolescentes tem como motivação principal o uso de álcool ou de drogas pelos pais. “Temos um índice grande de pais com problemas psiquiátricos e que fazem uso abusivo de álcool, que são geradores de violência”, explicou.
Outro fator que contribui para a violência doméstica contra crianças e adolescentes, disse Helen, é a ineficiência do Estado. “A violência doméstica é gerada por uma ineficiência do Estado. A falta dessa rede de atendimento e de serviços, que contemple a necessidade da família, faz com que essa violência esteja aí, latente, nas famílias mais vulneráveis”, acrescentou. Pela ineficiência do Estado, esclareceu Helen, entende-se a falta de uma política habitacional adequada, falta de políticas envolvendo a empregabilidade e também questões nas áreas de saúde, educação e até atendimento psicológico precário ou inexistente. “Essas famílias têm essa dificuldade financeira e isso acaba gerando outros tipos de violência. A questão financeira é geradora das demais violências. Já tivemos relatos de mães que tiveram seus filhos acolhidos por conta da questão financeira e que acabaram agredindo o filho porque ele pediu comida”, contou. “O Estado precisa olhar para essas questões”.
Alves citou outro motivador da violência doméstica. “O que estimula a violência é também a impunidade”, disse. Para ele, todos os órgãos que trabalham com a questão envolvendo a defesa dos direitos da criança e do adolescente, “desde a denúncia no Disque 100 [federal] ou no 181 [estadual], passando pelo Conselho Tutelar, pelas delegacias, pelas promotorias ou varas especializadas” precisam funcionar e atuar de forma integrada para combater a impunidade. Também é necessário, destacou, criar, ampliar ou melhorar as redes de proteção social de atendimento familiar para prevenir os casos de violência. A ideia seria, na sua opinião, educar os pais para que possam educar seus filhos de maneira adequada.
Lucas vive há cerca de um ano em um dos abrigos em São Bernardo do Campo. Lá, ele e a família passam por acompanhamento médico, psicológico, educacional e social. Alguns dos fins de semana Lucas passa com a família. “Agora eu não apanho mais”, contou. A ideia do programa desenvolvido na Fundação Criança é que Lucas volte a viver com a família, agora mais preparada para educá-lo. “A nossa proposta é a de reintegração familiar. Acolhimento não é lugar de criança. Ela deve estar no seio familiar, senão biológico, da família extensiva ou até comunitária”, acrescentou Helen.
Criado há oito anos, o Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS-MG (Pro-Hosp) tem como objetivo oferecer um reforço financeiro a um conjunto de hospitais públicos, que sejam considerados socialmente necessários ao Estado. Com isso, pretende-se melhorar a qualidade dos serviços e promover a regionalização da saúde e oferecer assistência hospitalar em locais onde a população não possui todo o aparato da capital mineira.
Uma das estratégias do programa é garantir incentivos financeiros extras, fortalecendo a rede hospitalar de Minas. Porém, para que os hospitais consigam esse incentivo é necessário que os resultados nas áreas materno-infantil e de urgência e emergência alcancem os patamares exigidos pelo Governo de Minas.
Implantado pela Superintendência de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Pro-Hosp fortalece a política estadual de regionalização da saúde, investindo nas 75 microrregiões e 13 macrorregiões sanitárias do Estado, aumentando a oferta e a qualidade dos serviços hospitalares e somando benefícios para toda a população.
Entre os anos de 2003 e 2012, foram repassados cerca de R$ 820 milhões a 132 hospitais da Rede Pro-Hosp. Esse recurso busca assegurar atendimento hospitalar de qualidade aos usuários do SUS o mais próximo possível de onde moram. O dinheiro é usado para a melhoria da infraestrutura de hospitais, implantação de novos serviços, compra de equipamentos de alta tecnologia e melhoria da gestão.
Neste ano, foi entregue o Hospital Regional de Uberlândia, obra com investimentos de cerca de R$ 20 milhões do tesouro estadual. O coordenador do Pro-Hosp, Tiago Lucas, explica que a expansão da rede de estabelecimentos se deu por meio da inclusão de hospitais que exercem papel regional e inter-regional relevante para o Sistema Único de Saúde (SUS), “por sua participação imprescindível na resolubilidade de clínicas de especialidades estratégicas, tais como cirurgia neurológica, cirurgia e tratamento em oncologia, cirurgia ortopédica e cirurgia cardiovascular”, explicou.
Perspectivas para 2013
Em coletiva realizada neste mês, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques, anunciou que em 2013 será feito um investimento de mais de R$ 485 milhões na política hospitalar e nas obras dos hospitais macrorregionais de Juiz de Fora, Divinópolis, Sete Lagoas e Uberaba, e terá início a implantação de seis novos hospitais em Além Paraíba, Nanuque, Novo Cruzeiro, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Belo Horizonte.
Estratégias
O Pro-Hosp foi concebido para atuar por meio de quatro estratégias principais: econômica, de equidade, gerencial e educacional. A estratégia econômica materializa-se na transferência de recursos per capita aos hospitais macro e microrregionais, e no apoio financeiro aos hospitais de pequeno porte, que passarão a ser remunerados por orçamento global. A estratégia gerencial altera a relação convenial entre Estado e hospitais públicos sem fins lucrativos que atendem pelo SUS, para uma relação contratual, na qual mediante um contrato de gestão, os hospitais se comprometem a atingir um conjunto de metas quantitativas e qualitativas.
Já a estratégia da equidade implica na distribuição dos recursos financeiros em um valor per capita que se calcula na razão direta das necessidades de saúde das regiões. Enquanto que a educacional consiste na obrigatoriedade de dirigentes e técnicos dos hospitais frequentarem cursos de especialização em gestão hospitalar ofertados pelaEscola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP).
O Programa subdivide-se em três módulos. O Macrorregional foi o primeiro a ser implantado, contando com a participação de 35 hospitais públicos, filantrópicos, com mais de 100 leitos hospitalares, em 18 municípios polos macrorregionais, considerados de referência na região. O segundo módulo é o Microrregional, subdividido em duas fases. A primeira abrange as microrregiões Norte, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce, e na segunda etapa estão inseridas as outras 55 micro do Estado. Por fim, o terceiro módulo contempla os hospitais de pequeno porte, com até 30 leitos.
Fonte: Agencia Minas
Por: Paulo Victor Patrício
A Secretaria Municipal de Assistência Social em Cataguases convocou, através de telegramas, os cidadãos favorecidos pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, para uma reunião no Cine Edgard às 17h desta quinta-feira, 27 de dezembro de 2012. Nesse encontro, o secretário daquela Pasta, José Fernando Antunes Milani informou que 80% das obras de construção dos prédios já foram concluídas e destacou que “quem recebeu o telegrama para comparecer a esta reunião ganhou, na verdade, um presente de natal”, pois, das 2612 inscrições os primeiros a receberem os apartamentos serão os que foram avisados através dos Correios.
O programa “Minha Casa Minha Vida” atenderá a famílias com renda de até três salários mínimos. Para isso, estão sendo construídos 29 prédios, totalizando 464 apartamentos, no loteamento São Marcos, próximo aos bairros São Cristóvão e Taquara Preta.
José Fernando esclareceu que cerca de 60 telegramas não foram entregues devido à ausência dos moradores no ato do recebimento e pediu para que as pessoas cadastradas no programa procurassem as agências dos Correios a fim de que possam saber se foram contempladas. Ele informou ainda que “a Caixa Econômica Federal marcará com a próxima gestão municipal um encontro para a assinatura dos contratos”.
O Secretário ainda destacou que se a empreiteira não entregar a obra até os próximos 180 dias, a Assistência Social terá que fazer uma nova visita aos selecionados, mas, segundo ele, isso não quer dizer que as pessoas perderão o benefício e, frisando, acrescentou que esta exigência “não é determinação da Prefeitura”. Por fim, pediu para que as pessoas se mantenham informadas sobre as etapas seguintes do programa, através do jornal “Cataguases” (órgão oficial da Prefeitura) e de outros meios de comunicação local.
Em seguida, o prefeito William Lobo falou sobre a importância do projeto para a cidade de Cataguases e ressaltou que 464 famílias estão sendo beneficiadas hoje, mas já está prevista a construção de mais 850 residências nos próximos anos e o local terá o nome de José Davi, em homenagem ao seu avô materno.
Fotos: José Fernando Milani
De férias no Nordeste, “vadiava” eu pelas ladeiras e praias baianas quando, no dia de Natal, soube da morte de Dona Canô, a matriarca dos Veloso.
Assim foi que ontem, dia 26, partimos cedo eu e Patrícia para as últimas homenagens à mãe de Caetano e Maria Bethânia, na pequena Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, a 70 km de Salvador.
Com toda a pompa e circunstância, uma missa de corpo presente na Matriz de Nossa Senhora da Purificação, como ela pedira, quando num ato falho o pároco disse que “Dona Canô nos deixa aos 150 anos”, aumentando apenas um pouquinho os seus já imensos 105 anos. Em seguida, o féretro acompanhado pela multidão, a percorrer as ruas de Santo Amaro sob aplausos para sua figura mais querida, por todos amada.
No cemitério da Purificação (tudo em Santo Amaro é “da Purificação”) e sob o forte sol do Recôncavo, as lágrimas pareciam se esconder mescladas ao intenso suor da população santamarense, que compareceu em peso.
A pequena Dona Canô era maior, muito maior que o fato, já por si não tão simples, de mãe amantíssima dos filhos famosos. Em todos os semblantes via-se tristeza. Mais do que nunca, ali “a tristeza é senhora”, como disse um dia Caetano em sua canção.
A seguir, alguns registros fotográficos feitos por mim e Patrícia Barbosa.
Ronaldo Werneck, de Salvador