Fonte e foto: Rádio Muriaé - IF Sudeste
2012 foi um ano de grandes shows em Cataguases. E teve apresentação de todos os gêneros, para todos os gostos. Claro, que alguns se sobressaíram em relação a outros. Abaixo elaborei uma pequena lista dos que mais se destacaram no ano passado levando em conta meu gosto pessoal e, é claro, o comentário geral do público.
Marcê porena, Max Castro e Danilo Caymmi – Um dos grandes shows realizados em nossa cidade. Acompanhados por 2 Violoncelos somente, a voz de Marcê Porena e o baixo de Max de Castro, levaram o belo e o lírico a um patamar maior, com suas canções cheias de belos arranjos. E a segunda parte do show ainda contou com o talento e a simpatia de Danilo Caymmi.
Raiz do Apocalipse – Seguindo firme na proposta de fazer o bom e velho rock n´roll com repertório calcado em duas de suas maiores bandas, o Deep Purple e o Black Sabbath, o Raiz do Apocalipse agradou a todos com sua apresentação energética e com direito a fogo na guitarra no fim da apresentação. O que pode ser mais rock que isso?
Kashymir – Um tributo a uma banda como o Led Zeppelin nunca é fácil, mas os músicos do Kashymir se deram sempre muito bem nesta empreitada (ou seria desafio?). Com uma boa base de fãs na cidade, o grupo realizou um show antológico em 2012, também no Anfiteatro Ivan Müller Botelho. Destaque total para o baterista Marcelo “Barbinha”, que soube entrar no espírito de John Bonham como poucos.
Carlos Navas – Nossa MPB está precisando de intérpretes como Calos Navas. Acompanhado somente de violão e bateria, o cantor fez uma interpretação linda e emocional de diversas canções e estilos de nossa MPB. Com repertório muito bem elaborado, o cantor fez o que pode ser considerado o melhor show do estilo já apresentado em nossa cidade.
Roberta Lima – Acompanhada por uma banda muito competente, em que se destaca seu marido, o tecladista, pianista e arranjador Dudu Vianna, Roberta fez uma grande show, passando a limpo a MPB de norte a sul do país sem soar óbvia. Uma apresentação pra ficar na memória!
Fernando Moura e Ary Dias – Ari, renomado percussionista, que já gravou com quase toda MPB, uniu-se ao grande pianista Fernando Moura e, juntos, fizeram uma dos mais emblemáticos shows em 2012. Teclado e percussão interagiram de forma quase telepática, garantido uma apresentação irrepreensível.
3 Temores – A praça Rui Barbosa ficou completamente tomada pela multidão que foi assistir ao show de rap de um trio famoso formado por Emicida, Rashid e Projota e que recebeu o nome de “Os 3 Temores”. O rap está em alta no país e estes três rapazes são, sem dúvida, responsáveis por esta ascensão e nova imagem deste estilo musical no país. Eles se apresentaram dentro do Projeto Usina Cultural que tem como produtor, Fausto Menta, apoio da Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho e patrocínio da Energisa através da Lei de Incentivo à Cultura.
Marcelo Jeneci – Um dos sucessos de público desta temporada. O cantor e compositor fez um show em linha direta com a plateia. Literalmente, foi para as arquibancadas e envolveu (se) a todos com um show na medida certa. Não só agradou, como também deixou sua marca e uma saudade imediata, tão logo acabou de se apresentar. Através dele, percebemos que a MPB continua viva e vai muito bem, obrigado. Que bom!
Finalizando, é preciso destacar os shows de Tulipa Ruiz e de Tiê. A primeira, dona de uma voz especialíssima e, a segunda, uma voz colocada a serviço da ternura e da meiguice, em letras sob medida. Dois excelentes shows que mereciam estar nesta lista, por isso o comentário a título de ressalva.
(Reuters) - Admiradores de um dos mais liberais jornais da China fizeram uma manifestação diante da sua sede, nesta segunda-feira, num raro protesto contra a censura no país, em apoio a uma greve de jornalistas por causa das interferências feitas pelo chefe local de propaganda.
O protesto em Cantão, capital da província de Guangdong, é parte de uma crescente mobilização popular pela liberdade de imprensa, e também um teste a respeito do compromisso do novo dirigente comunista Xi Jinping com as reformas na China.
Os protestos começaram no final da semana passada, quando repórteres do influente Semanário do Sul acusaram censores de alterarem uma mensagem de Ano Novo aos leitores, em que a defesa de um governo constitucional foi substituída por palavras de louvor ao Partido Comunista.
A polícia autorizou a manifestação em frente à sede do Grupo Nanfang, que edita o jornal, num sinal de que o governo provincial, comandado pelo recém-nomeado Hu Chunhua, estrela em ascensão na política chinesa, deseja agir de forma cautelosa diante da indignação popular contra a censura.
Os manifestantes, a maioria jovens, deixaram no local pequenos cartazes manuscritos dizendo que "liberdade de expressão não é crime", e que "os chineses querem liberdade". Muitos portavam crisântemos amarelos, simbolizando luto pela liberdade de imprensa.
"O Grupo de Mídia Nanfang está relativamente disposto a dizer a verdade na China, então precisamos nos posicionar a favor da sua coragem e apoiá-la agora", disse à Reuters Ao Jiayang, jovem funcionário de uma ONG, com o cabelo tingido de laranja. "Esperamos que por meio disso possamos lutar pela liberdade de imprensa na China. O comparecimento de hoje reflete o fato de que cada vez mais gente na China tem consciência cívica."
A atenção dada ao protesto internamente reflete também a posição única de Guangdong, a mais rica e liberal província da China, e berço do programa de "reforma e abertura" do país. Numa medida simbólica, Xi escolheu Cantão como destino da sua primeira viagem depois de ser sagrado dirigente máximo do PC chinês, em novembro.
Na noite de domingo, o Semanário do Sul negou em seu microblog oficial que a carta de Ano Novo tenha sido alterada por motivo de censura. "Os rumores pela internet eram falsos", disse a publicação.
Muitos jornalistas, no entanto, se desvincularam dessa declaração, e decidiram iniciar uma greve na segunda-feira.
Várias cartas abertas circulam na internet pedindo a demissão do chefe de propaganda da província, Tuo Zhen, acusado de amordaçar a imprensa.
Agência Brasil
São Paulo - Grandes obras de infraestrutura estão mudando o cenário urbano das 12 cidades brasileiras que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014. O modo como essas intervenções estão sendo feitas têm mobilizado movimentos populares, que apontam violações a direitos fundamentais das comunidades impactadas pelas obras. A Agência Brasil conversou com representantes dos comitês populares da Copa – coletivos que estão articulados nacionalmente para cobrar dos governos a adequação das obras ao que determina a legislação do país, a exemplo do Estatuto das Cidades.
Cada cidade, no entanto, revela especificidades no seu processo de organização, assim como as soluções resultantes das reivindicações. No Nordeste, a cidade de Fortaleza é exemplo da resistência das comunidades afetadas pelas obras. Organizações populares da região criticam a forma apressada como as negociações são feitas com as famílias em nome dos prazos a serem cumpridos para o evento.
No sul do país, o Comitê de Porto Alegre dedicou-se a identificar terrenos próximos às casas desapropriadas para evitar grandes deslocamentos das famílias. No Sudeste, os comitês de São Paulo e Rio de Janeiro elaboraram planos urbanísticos alternativos com a participação dos próprios moradores para evitar a remoção.
O professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Vainer, avalia que a flexibilização que vem sendo operada nas leis brasileiras para atender os compromissos firmados com os organizadores internacionais dos eventos podem provocar graves impactos no ordenamento jurídico e social do país.
"Vivemos hoje um estado de exceção [em decorrência da aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas]", disse o professor do Ippur, Carlos Vainer.
"A legislação brasileira não vige para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas. Mas, com a aproximação dos jogos, funciona como se tudo fosse legitimado", declarou o pesquisador. Ele cita, como exemplo de situações que caracterizam uma exceção no andamento das obras do país, o estabelecimento do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), novos regimes fiscais de isenção, suspensão de artigos do Estatuto do Torcedor, criação de termos jurídicos com novas penalidades, como o marketing de emboscada, e liberação do visto para entrada no país de torcedores que adquirirem o ingresso dos jogos.
"Com a Lei Geral da Copa, abriu-se uma exceção absurda. O governo brasileiro abdicou do seu direito de decidir quem entra no território nacional. Quem comprar entrada para assistir qualquer jogo da Copa tem automaticamente, sem custos, o visto de entrada no país. Na prática, o Brasil entregou a uma entidade privada o direito de emitir vistos de entrada no país", critica.
Vainer enumera três impactos que podem resultar dessas medidas que chamou de exceção. A primeira diz respeito ao endividamento dos estados e municípios. "Estamos assumindo, sem que tenhamos sido devidamente consultados, o compromisso de pagar nos próximos 20, 30, 40 anos montantes que restringem a capacidade de investimento nas nossas grandes metrópoles", explicou. Ele critica a falta de informação sobre os gastos reais. "Se tomarmos como exemplo os Jogos Panamericanos, vamos ter que multiplicar o orçamento previsto inicialmente por dez", declarou.
O segundo impacto destacado pelo professor é o aprofundamento das desigualdades sociais, resultante das remoções de comunidades para dar passagem às obras vinculadas aos eventos. "Não podemos dizer que a segregação urbana tem início com a Copa e com as Olimpíadas, mas é possível afirmar que esses processos estão aprofundando de maneira marcante essa situação", avaliou.
Ele critica o grande número de remoções em curso. "Estamos assistindo à expulsão de populações pobres e a captura desses terrenos pelo capital depois de valorizados pelos investimentos públicos. Isso é dramático e aprofunda o caráter antidemocrático das nossas cidades. As pessoas estão sendo retiradas das áreas, porque estão no caminho do investimento ou porque poluem a paisagem", apontou.
O pesquisador destaca ainda os impactos relacionadas à segurança. "É grave abrir o precedente para que as Forças Armadas intervenham na ordem pública: isso deveria ser tarefa das polícias. A história brasileira recente mostra claramente esse risco. Você cria situações inaceitáveis, mas que a sociedade acaba se acostumando", explicou.
O pesquisador considera positiva a articulação nacional de comitês populares que questionam o Poder Público em boa parte dessas medidas. "Se olharmos por esse lado, é um balanço extraordinariamente positivo essa vitalidade, essa capacidade de organização". Ele destaca que tem ouvido relatos surpresos da imprensa internacional sobre o processo de mobilização no Brasil. "Jornalistas estrangeiros ficam surpresos com a vitalidade da resistência. Muito mais poderosa do que qualquer outro país que passou por essa experiência", relatou.
Ele lamenta que as mobilizações não estejam tendo a repercussão na mídia. "Apesar de algumas vitórias importantes, principalmente relacionadas a alguns casos de remoção de comunidades, essa resistência não tem sido capaz de alterar de maneira expressiva os rumos que os governantes associados a grandes empresas nacionais e internacionais estão dando aos jogos e ao país", declarou.
Os diretores das 3.702 escolas da rede estadual de ensino de Minas Gerais vão começar o ano letivo com novidade para a gestão de suas unidades. Foi publicada a Resolução n° 2.245, de 28 de dezembro de 2012, que dispõe sobre a utilização dos recursos repassados às caixas escolares.
A publicação visa renovar e aprimorar a legislação já existente, de abril de 2009, com o acréscimo de um instrumento que poderá facilitar a gestão escolar: o regime especial de adiantamento.
A partir de agora, despesas eventuais e emergenciais, como chaveiro, carimbos, pequenos serviços hidráulicos e elétricos e reposição de lâmpadas ou parafusos, especificados pela legislação, não precisam mais ser feitas com cheques. A direção de cada escola pode utilizar adiantamento da verba de manutenção e custeio a que tem direito. Outro recurso que estará disponível também é o pagamento por meio de transferência eletrônica.
O regime especial de adiantamento é uma demanda que foi levantada pelos diretores de escolas durante as reuniões realizadas pela secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, em 32 das 47 Superintendências Regionais de Ensino. O adiantamento do recurso para manutenção e custeio vai permitir a movimentação em espécie para despesas de pronto pagamento.
"Essa nova resolução vai ter um impacto muito grande no cotidiano da vida das escolas, e particularmente na ação dos diretores de escola. Eles vão poder ter acesso a dinheiro em numerário, para que possam fazer frente a pequenas despesas – aquelas que não estão sujeitas às leis de licitação”, afirma Ana Lúcia Gazzola.
Não há um limite de adiantamentos que possam ser solicitados por cada escola. A resolução estabelece, no entanto, que um novo adiantamento não pode ser feito até que o anterior esteja encerrado, ou seja, até que o recurso tenha sido totalmente investido e sua prestação de contas tenha sido apresentada junto ao colegiado escolar. Cada adiantamento pode ter valor máximo correspondente a 50% do salário mínimo nacional vigente.
A redação da nova legislação foi amplamente discutida em todas as esferas da Secretaria de Estado de Educação, incluindo o valor-limite de adiantamento, que foi sugerido pelos próprios diretores. O superintendente de Planejamento e Finanças, Silas Fagundes de Carvalho, ressalta a participação de vários atores na redação do texto como mais um fator motivador para sua aplicação.
“Contamos com um representante de cada pólo para discutir o que era viável ou não. Com a participação efetiva das escolas e das superintendências, o cumprimento dessa legislação vai ser simples, o engajamento deles vai ser maior”, afirma Silas. A assessoria jurídica e a auditoria setorial da Secretaria de Educação aprovaram o texto final.
O adiantamento não pode ser utilizado para pagamento de obras, gêneros alimentícios, combustível, mobiliário e equipamentos – gastos que exigem licitação e contratação. “Nós estamos desburocratizando o processo, estamos totalmente dentro da legislação, mas estamos trabalhando para facilitar a operacionalização da administração das escolas, e tornar o cotidiano do diretor mais fácil”, explica Gazzola.
A legislação que regulamenta a utilização dos recursos da caixa escolar passará por uma revisão a cada dois anos, que terá como objetivo ajustar os pontos que se mostrarem necessários.
Mais segurança para a contratação de serviços
Com relação à execução de pequenas obras por meio do recurso da caixa escolar, a Resolução n° 2.245 regulamenta alguns pontos que estavam causando problemas na norma anterior. Foram estabelecidas algumas restrições, como, por exemplo, o pagamento ao prestador de serviço antes da medição realizada pelo engenheiro da Superintendência Regional de Ensino.
Para que qualquer intervenção seja feita nas escolas, é necessário a aprovação do responsável técnico da Superintendência. “Com isso, podemos dar mais segurança às escolas. A tônica da revisão da legislação foi a de não atrapalhar a execução na ponta e eliminar alguns gargalos que ela apresentava”, conclui Silas.
Manutenção e custeio
A verba de manutenção e custeio das escolas é calculada a partir do número de estudantes. Esse valor serve para custear despesas do cotidiano, tais como compra de suprimento escolar, pagamento de conta de telefone, entre outras despesas da escola. Em 2012, a Secretaria investiu um total de R$ 83 milhões para manutenção e custeio das escolas estaduais. Para este ano, está previsto um investimento de mais de R$ 120 milhões para manutenção e custeio das 3.702 escolas da rede estadual de ensino.