Agência Brasil
Brasília – O reajuste do seguro-desemprego em 2013 será menor do que o do ano passado, segundo o índice de correção do benefício publicado hoje (10) no Diário Oficial da União. De acordo com a portaria do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o seguro-desemprego será reajustado de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fechou 2012 em 6,2%. No ano passado, o índice de correção foi cerca de 14,1%, atrelado ao reajuste do salário mínimo, cujo cálculo do reajuste leva em consideração o Produto Interno Bruto (PIB).
O cálculo do benefício em 2013 ainda levará em consideração o valor do mínimo do mês imediatamente anterior, para o seguro pago até o dia 10 de cada mês; e o valor do mínimo do mês em questão, para os benefícios pagos após o dia 10.
Têm direito ao seguro-desemprego os trabalhadores demitidos sem justa causa que comprovem ter recebido salário durante os seis meses anteriores à demissão; ter exercido atividade autônoma por pelo menos 15 meses nos últimos dois anos; não ter nenhum benefício previdenciário de prestação continuada – exceto auxílios acidente e suplementar –; não estar em gozo do seguro-desemprego e não ter renda de qualquer natureza suficiente ao sustento da família. O seguro-desemprego não pode ser inferior a um salário mínimo (R$ 678).
A partir do ano letivo de 2013, a rede pública estadual terá 13 novas escolas em funcionamento, em 11 municípios mineiros. O decreto que cria as unidades de ensino, assinado pelo governador Antonio Anastasia, foi publicado noDiário Oficial de Minas Gerais nessa quinta-feira (10). As escolas foram criadas em localidades nas quais a demanda se mostrou necessária e, no total, vão atender, juntas, a 3.500 mil estudantes.
Das 13 escolas, 10 vão oferecerão somente o ensino médio, duas terão a oferta do ensino fundamental e médio e uma estará voltada para os anos finais do ensino fundamental. As novas escolas serão criadas nos municípios de Rio do Prado, Caratinga, Governador Valadares, Betim, Esmeraldas, Montes Claros, São João da Ponte, Pará de Minas, Patos de Minas, Pedra Bonita e Sete Lagoas.
“O compromisso do Governo de Minas é não deixar nenhuma criança ou jovem sem escola. Todas as intervenções necessárias vêm sendo feitas para garantir o atendimento de toda a demanda, com qualidade crescente e com o intuito de fortalecer a educação básica de Minas Gerais”, explicou a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola.
Além das novas escolas, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) também determinou a implantação de novos níveis de ensino em 23 unidades da rede estadual. Dez escolas passarão a oferecer os anos finais do ensino fundamental, beneficiando 1.092 alunos, e outras 13 escolas já existentes vão oferecer turmas de ensino médio para 1.200 estudantes.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também será ampliada em 2013, com a criação de novas turmas dos anos finais em 67 escolas do Estado, para o atendimento a 2.345 alunos, e outras 68 escolas vão oferecer o EJA ensino médio para 2.720 alunos já no primeiro ano de funcionamento. A criação das novas turmas em escolas da rede estadual está prevista no plano de atendimento escolar 2013.
Ampliação do ensino médio
Além de indicar a necessidade de criação de escolas e turmas, o plano de atendimento também mostrou que a demanda por vagas no ensino médio, em 2013, vai aumentar em relação ao ano anterior na rede pública estadual. Há, na SEE, demanda por 941.782 vagas nas mais de 2.200 escolas que oferecem esse nível de ensino na rede estadual, em todas as regiões de Minas Gerais.
O número cresceu em relação a 2012, quando a demanda foi de 931.609. Em relação ao ano anterior, também serão criadas 1.243 novas turmas para o ensino médio. O total de turmas passou de 24.648 para 25.891
O Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Cataguases, José Ricardo Martins Junqueira, o Zeca Junqueira, como gosta de ser chamado, enviou nesta quarta feira, dia 9, documento que contém a relação de contas do financiamento dos projetos aprovados pela Lei Ascânio Lopes de Incentivo a Cultura 2012. Ele revelou que a liberação dos recursos será feita o mais depressa possível, “pois o que estamos resolvendo se refere ao edital de 2012, afirma o secretário”. Foram 23 projetos aprovados ano passado, totalizando R$179.281,00. De acordo com Zeca, “a lei Ascânio Lopes é muito importante para os artistas locais, mas ela apresenta um problema, pois atende à cultura erudita, e não chega com força à popular”. Por isso, ele disse que trabalhará mais na divulgação e no auxílio aos artistas populares.
Para o Secretário Municipal de Cultura “o que falta basicamente em Cataguases é traçar uma política cultural para a cidade, e é exatamente para isso que estou aqui”, assegura. Ele ainda disse que “o grande caminho é inserir Cataguases no Sistema Nacional de Cultura, através de um Plano Municipal de Cultura”. Resolvendo, dessa forma, a questão do financiamento da cultura na cidade, pois “a quantia que o governo federal repassa é grande e dá para financiar projetos em todas as áreas artísticas”, revelou Zeca.
Sobre o carnaval, ele falou que nesse ano a cidade terá uma boa festa dentro daquilo que foi possível fazer no tempo que tiveram, mas “para 2014, a expectativa é que se faça uma grande festa, a fim de atrair turistas e foliões para as ruas da cidade, conforme foi dito nas campanhas eleitorais. O Carnaval de 2014 será planejado o ano todo, como acontece nos grandes carnavais do país”, afirmou o secretário.
Zeca Junqueira ainda destacou a importância de se recuperar o patrimônio cultural que está se perdendo e lembrou que a parceria transparente com instituições culturais privadas é importante para fomentar a cultura, pois elas são produtoras de cultura, mas enfatizou que a Gestão Cultural da cidade é de responsabilidade da Prefeitura e Secretaria Municipal de Cultura de Cataguases, e dentro dessa perspectiva, “faremos políticas culturais que possam beneficiar a toda população, proporcionando um abraço entre a cultura erudita e a popular, pois a cultura que temos é a do povo de Cataguases”, concluiu o secretário.
Texto: Paulo Victor Rocha
Fotos: Paulo Victor Rocha e Júlio Azevedo
Agência Brasil
Brasília – Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz de 2002, vai participar, na segunda-feira (14), das reuniões que buscam um acordo de paz entre o governo colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército da Libertação Nacional (ELN), em Havana, Cuba. A participação de Carter foi confirmada pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Santos disse que amanhã (12) oferecerá um jantar para Carter. As negociações são coordenadas pelo ex-vice-presidente da República Humberto de la Calle. O tema da reunião será a questão agrária. Em discussão, há 546 propostas encaminhadas, em dezembro, para apreciação da comissão de negociação.
Em 2012, foram iniciadas as negociações entre o governo Santos, as Farc e a ELN. Houve rodadas de negociações em Cuba. Os governos de Cuba, da Venezuela, do Chile e da Noruega fazem a mediação para a busca de um acordo. Santos disse que a expectativa é fechar um acordo no final deste ano.
Com 3.987 quilômetros quadrados e pouco mais de 30,6 mil habitantes, Rio Brilhante, na região sudoeste de Mato Grosso do Sul e a 160 quilômetros da capital, Campo Grande, é uma das principais produtoras de cana-de-açúcar do Brasil. Nos últimos anos, contudo, a cidade tem aparecido no noticiário nacional com alguma frequência devido à disputa de terras entre fazendeiros e cerca de 140 índios guarani-kaiowá que vivem no acampamento conhecido como Laranjeira Ñanderu.
Segundo o cacique Farid Mariano, os índios reivindicam que a União reconheça como território tradicional indígena, ou solo sagrado (tekoha), a área que pertenceu aos seus antepassados. A área pleiteada é uma das 39 que constam de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2007 pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que previu a criação de grupos técnicos para identificar e delimitar as eventuais áreas indígenas.
Farid estima que, se reconhecida, a nova reserva pode chegar a 11 mil hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial), mas a Funai informa ser impossível precisar o tamanho de qualquer nova área indígena antes de concluídos os estudos antropológicos necessários à demarcação.
Enquanto aguardam a conclusão dos estudos - retardados por sucessivos recursos judiciais de fazendeiros e pela dificuldade dos trabalhos de identificação - os índios têm vivido precariamente em acampamentos provisórios montados no interior da Fazenda Santo Antônio da Nova Esperança. Eles ocuparam a área pela primeira vez em 2007, mas em setembro de 2009 foram retirados pela Justiça, em cumprimento a um pedido de reintegração de posse. Sem ter para onde ir, acamparam às margens da movimentada rodovia BR-163, onde, conforme Mariano, pelo menos quatro pessoas morreram atropeladas durante os dois anos em que o grupo permaneceu ali.
Em maio de 2011, as famílias que não se separaram do grupo decidiram contrariar a ordem judicial e voltar a ocupar parte da reserva legal da mesma fazenda. Ali permanecem até hoje, concentrados em 25 hectares, beneficiados por uma decisão judicial que suspendeu a reintegração de posse até que a Fundação Nacional do Índio (Funai) conclua a perícia antropológica necessária para confirmar se a área faz parte, de fato, de um tradicional território indígena.
Iniciados pela Funai ainda em 2008, mas logo interrompidos por decisão da 2ª Vara da Justiça Federal em Dourados, que atendeu a um recurso de fazendeiros contrários à realização do trabalho, os estudos antropológicos, embora já retomados, ainda não foram concluídos. No início de dezembro, a presidenta da autarquia, Marta Azevedo, prometeu que os relatórios de todas as áreas em estudo no estado seriam divulgados até o fim de 2012.
Na terça-feira (8), a fundação divulgou o resultado preliminar de um dos processos de reconhecimento de 39 tekohas em sete áreas reivindicadas como indígenas. O estudo reconhece como território tradicional indígena uma área de 41,5 mil hectares na cidade de Iguatemi (MS), a cerca de 460 quilômetros da capital, Campo Grande. Tanto para os índios, quanto para os produtores rurais, a demora aumenta o clima de insegurança jurídica e de apreensão.
Com o futuro indefinido, os índios de Laranjeira Ñanderu não podem plantar e dependem das cestas básicas e da assistência governamental. Vivem precariamente em barracos de lona e palha. Ao visitar o local, as equipes da Agência Brasil e da TV Brasil constataram que várias famílias usam também os sacos de polipropileno, os chamados big bags, para recobrir os abrigos. Os big bags costumam ser usados para transportar fertilizantes ou, nos postos credenciados, para armazenar as embalagens de agrotóxicos devolvidas pelos produtores, caso em que têm que ser devidamente descartados.
“A terra que estamos pedindo pertence ao meu povo, que já vivia aqui muitos anos antes de o fazendeiro registrar a propriedade”, disse o cacique Farid Mariano, acrescentando que se o território for reconhecido e homologado, índios da comunidade que se mudaram para outros lugares em busca de melhores condições de vida vão poder voltar a se juntar à comunidade.
“Depois que ganharmos esta terra vamos ter que replantar tudo, porque, hoje, só tem cana e soja na região”, disse o cacique, para quem a comunidade vive como em um “cativeiro”, impedida inclusive de ir e vir, já que o acesso ao local onde o grupo se instalou, a cerca de 4 quilômetros da rodovia, é feito por dentro da fazenda vizinha.
Para garantir a presença das crianças na escola, no início de 2012 a Justiça Federal determinou que a prefeitura de Rio Brilhante garantisse o acesso dos ônibus escolares às fazendas que levam à aldeia. No dia em que a reportagem visitou a área, presenciou o trânsito de ônibus e de uma caminhonete da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em uma das propriedades. Os índios, contudo, reclamam que até mesmo ambulâncias já foram impedidas de chegar ao acampamento.
“Há limites para o direito de ir e vir. Isso aqui é uma propriedade particular”, reclama o fazendeiro José Raul das Neves. Embora oficialmente sua fazenda não seja objeto do litígio judicial ou, até onde seu dono sabe, alvo dos estudos demarcatórios, Raul é um dos maiores alvos das críticas da comunidade guarani-kaiowá. Tudo porque, para chegar à aldeia, os índios ou qualquer veículo têm que passar por dentro da fazenda de Neves, aproveitando uma estrada de terra que o arrendatário de parte da propriedade abriu para escoar a produção de soja.
Lembrando que quer apenas preservar o que é seu, Neves garante ter comprado a propriedade no início dos anos 1950. “Estou aqui há mais de 50 anos. Quando cheguei, conversei com pessoas que viviam aqui quase este mesmo tempo e ninguém nunca me disse que havia aldeias por aqui. Podia até haver um ou outro índio, inclusive trabalhando nas fazendas de erva-mate, mas aldeia nunca houve”, sustenta Raul, exibindo documentos que indicam que a fazenda de 400 hectares está devidamente regularizada e tem sido legalmente negociada desde 1852.
Para o fazendeiro, a demora da Funai em concluir os estudos antropológicos é prova de que a terra nunca foi território indígena. “O estudo está demorando muito para ser feito porque o antropólogo não consegue contar uma história convincente. Para mim, é bom que demore, porque não há estudo da Funai favorável ao produtor rural. E mesmo que os índios tenham vivido aqui muito tempo atrás, tem uma coisa: o Brasil inteiro um dia foi terra indígena. Não havia índios onde hoje está a Avenida Paulista, em São Paulo? Na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ou em Natal? Eles não têm os mesmos direitos do que os que querem estas terras? Então, se o governo quiser fazer justiça, vai ter que arrumar muita terra”, conclui o fazendeiro.