Agência Brasil
Rio de Janeiro- Em meio ao principal período de chuvas do ano, que já deixou cerca de 700 desabrigados no estado do Rio no primeiro final de semana de 2013, especialistas em desastres naturais e engenheiros concordam que para evitar tragédias como a de 2011, quando morrem 900 pessoas, é preciso investir em abrigos estruturados e em alarmes de alerta para áreas de risco.
Como a recuperação das cidades atingidas avançam lentamente, a preocupação é com desabrigados que estão voltando para áreas de risco. Mesmo famílias que recebem aluguel social de até R$ 500, relatam dificuldade para encontrar imóveis a preços acessíveis. Outro problema é construir, já que as cidades estão encravadas em vales cortados por rios.
“Como não dá mais tempo de construir as barragens, de fazer grandes obras de geotecnia, dá para preparar os estabelecimentos que funcionarão como abrigos, organizar a higiene, a saúde e a alimentação para que as famílias tenham uma convivência digna e menos constrangedora”, disse o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro.
Desde as chuvas de 2011, que deixaram 900 mortos, o órgão monitora as obras na região serrana. Na avaliação do Crea-RJ, o sistema de Defesa Civil melhorou nos dois últimos anos, com as sirenes de alerta e mais organização, porém, problemas ocorrem, como o do alarme de Petrópolis não ter funcionado porque a cidade ficou sem energia elétrica no último temporal.
“É preciso avisar os moradores sobre a chegada de uma tempestade, fazendo com que as sirenes funcionem não apenas com energia elétrica, mas com outros sistemas como bateria”, sugeriu.
Especialista em situações de risco, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Moacyr Duarte concorda com a necessidade de aprimorar abrigo e avisos. “Isso deve ser provisório, mas é o que se pode fazer de mais rápido para proteger as pessoas”, recomenda.
“A gente conseguiu chegar [aos moradores] com sirene, mensagens no celular, e isso é positivo, não tinha [no período de chuvas do ano passado]. Agora, no ritmo que vem sendo feito [as obras necessárias], não vamos reduzir a condição de risco, no melhor cenário, em cinco anos”, disse o professor. “Temos que chegar a um dia que o nível de chuva para causar transtornos sérios seja maior do que é o de hoje”.
Durante encontro com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que das mais de 5 mil casas previstas para os desabrigados da região serrana, “três ou quatro centenas devem ser entregues até março”. O atraso se deve pela dificuldade de identificar terrenos adequados, além da desapropriação dos imóveis disponíveis.
A prefeitura de Petrópolis esclareceu que o sistema de alerta não dispõe de fonte alternativa de energia, por isso não funcionou. A Defesa Civil reavaliará o funcionamento da sirene e a eficácia do sistema.
Agencia Minas
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), conseguiu junto à União o recurso de R$ 15 milhões para prevenção de cheias. A liberação da verba foi publicada por meio de portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (11).
Os recursos serão destinados para a elaboração de estudos hidráulicos e hidrológicos nas porções mineiras das bacias dos rios Doce, Itabapoana e Paraíba do Sul, localizadas respectivamente, nas regiões Leste e Zona da Mata.
Para a elaboração desses estudos serão realizados a aquisição de imagens de satélite, serviços de topografia, a modelagem de cheias, o estudo de ruptura de barragens e o desenvolvimento de mapas de áreas inundáveis e de um sistema de previsão de cheias. Além disso, serão estudados os benefícios de prováveis arranjos de obras para controle de inundações. A previsão de início do projeto é para este semestre, com término ainda em 2013.
Investimentos para prevenção
Com a liberação desse recurso, o Governo de Minas chega à marca de R$ 772 milhões de recursos captados para ações de prevenção de danos causados pelas chuvas. Além dos recursos divulgados nesta sexta-feira (11), já foram anunciados pela União R$ 526,5 milhões que serão investidos em quatro projetos prioritários na linha de drenagem, a serem custeados por meio de financiamento e do Orçamento Geral da União. Os recursos serão aplicados no controle de cheias nas Bacias dos Rios Preto e Muriaé, obras de ampliação e recuperação da calha do Rio Betim, implantação de quatro bacias de detenção no Córrego Riacho das Pedras, em Contagem, e complementação das obras de requalificação urbana e ambiental do Ribeirão Arrudas.
Ainda serão investidos R$ 230,8 milhões em intervenções de contenção de encostas, que serão custeadas via Orçamento Geral da União, em 18 municípios do Estado (Manhumirim, Lajinha, Ervália, Sabinópolis, Diogo de Vasconcelos, Ewbank da Câmara, Matias Barbosa, Visconde do Rio Branco, Ouro Preto, Ibirité, Cataguases, Muriaé, Timóteo, Nova Lima, Além Paraíba, João Monlevade, Santa Luzia e Sabará).
Reuters
MOSCOU, 12 Jan - A Rússia informou neste sábado que apoia o enviado internacional de paz Lakhdar Brahimi, mas insistiu que a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, não pode ser uma pré-condição para negociar o fim do conflito no país.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, emitido após negociações com Estados Unidos e Brahimi na sexta-feira --a quem o governo sírio classificou de "claramente tendencioso--, reiterou os apelos para o fim da violência na nação, onde mais de 60 mil pessoas morreram desde março de 2011.
Em um encontro de Genebra com Brahimi e o vice-secretário de Estados dos EUA, William Burns, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, "expressou firme apoio à missão de Brahimi como enviado da ONU e da Liga Árabe na Síria".
Mas Assad parece mesmo ter sido o centro do encontro. Estados Unidos, potências europeias e estados árabes insistem que o presidente precisa renunciar para acabar com a guerra civil.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou: "como antes, nós apoiamos firmemente a tese de que as questões sobre o futuro da Síria devem ser decididas pelos próprios sírios, sem interferência externa ou imposição de receitas de desenvolvimento preparadas previamente".
A Rússia é a potência que mais tem apoiado Assad durante os quase 22 meses de conflito. Ao lado da China, o país bloqueou três resoluções no Conselho de Segurança da ONU --apoiadas pelo Ocidente e por países árabes-- que tinham a intenção de pressionar Assad ou tirá-lo do poder.
Em Genebra, a Rússia pediu por um "processo político de transição", baseado em um acordo entre potências internacionais firmado em junho passado.
Brahimi, que tenta estabelecer o acordo firmado em Genebra em 30 de junho, encontrou-se três vezes com diplomatas russos e norte-americanos desde dezembro, e conversou com Assad em Damasco.
A Rússia e os EUA discordam sobre o que o acordo de junho significava para Assad. Washington diz que o tratado foi um claro sinal de que o presidente deveria renunciar, mas Moscou não vê dessa forma.
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, afirmou que houve progresso para se chegar a um ponto comum durante o encontro de sexta-feira, mas não deu maiores detalhes.
Moscou diz que não está defendendo Assad e, com os rebeldes ganhando terreno na guerra, deu indicações de que está se preparando para a possível saída dele do poder. Contudo, os russos insistem que ele não deve ser derrubado por potências estrangeiras.
O prefeito de Muriaé, Aloysio Aquino, juntamente com seu vice-prefeito, João Ciribelli, além dos deputados Renzo Braz e Braulio Braz, se reuniram na manhã de terça-feira (8), em Belo Horizonte, com o governador Antonio Anastasia, para intensificar a parceria com o governo do Estado e tratar de assuntos de relevantes interesses do município.
Na ocasião, receberam o comunicado do governador que será iniciado o processo licitatório para duas etapas do projeto de prevenção das enchentes na cidade de Muriaé. O projeto, orçado em R$ 310 milhões de reais, foi entregue oficialmente em 16 de janeiro de 2012, por Braulio Braz, ao secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), Olavo Bilac Pinto Neto. Com a entrega, Muriaé foi o primeiro município mineiro a finalizar e apresentar sua proposta de prevenção contra enchentes. Apenas outros três municípios propostas de prevenção contra enchentes.
Durante a reunião, o governador garantiu que até abril duas etapas das obras serão licitadas e iniciadas ainda este ano. São elas: o derrocamento do rio Muriaé, que consiste na retirada das cachoeiras no perímetro urbano, e a ampliação da caixa do rio, também na área urbana, que vai acarretar a desapropriação de imóveis em alguns trechos. As obras devem ter início na época da seca, que é o período apropriado para ser realizado esse tipo de trabalho.
“São obras importantes para Muriaé e para toda nossa gente. Voltamos otimistas deste primeiro encontro desta administração com o governo de Minas”, disse o prefeito Aloysio Aquino.
Fonte e foto: Guia Muriaé, com informações do Dep. Braulio Braz
WASHINGTON, 11 Jan (Reuters) - Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Afeganistão, Hamid Karzai, decidiram nesta sexta-feira acelerar a transferência das operações de combate no Afeganistão para as forças afegãs neste ano, num sinal de que Obama continua determinado a encerrar a participação norte-americana nessa guerra longa e impopular.
Indicando uma redução nas suas divergências, Karzai aparentemente fez concessões com relação ao pedido da Casa Branca por imunidade judicial para soldados que permanecerem no Afeganistão depois de 2014. Isso permitirá que Obama mantenha pelo menos uma força residual no país.
Ambos os líderes também manifestaram apoio às tentativas de reconciliação com insurgentes do Taliban, expressando aval à instalação de um escritório político do grupo islâmico no Catar.
A visita de Karzai a Washington, após um ano de crescentes atritos nas relações bilaterais, ocorre num momento de grande discussão interna em Washington a respeito do tamanho e atribuição da futura presença militar dos Estados Unidos depois da retirada das forças de combate, no fim de 2014.
O governo Obama cogita manter de 3.000 a 9.000 soldados para operações de contraterrorismo, assistência e treinamento das forças locais.
Mas um importante assessor presidencial disse na semana passada que não está descartada uma retirada completa, algo que especialistas alertam que poderia ter consequências desastrosas para a estabilidade do Afeganistão.
Obama disse que as forças afegãs estão sendo qualificadas num ritmo mais rápido do que se esperava, e que poderão assumir o comando das operações de combate em todo o país na próxima primavera boreal, em vez de esperar até o verão, como era o plano original.
"A partir desta primavera, nossas tropas terão uma missão diferente: treinar, assessorar, assistir as forças afegãs", disse ele. "Será um momento histórico e outro passo rumo à plena soberania afegã."
Há atualmente cerca de 66 mil soldados dos Estados Unidos no Afeganistão. Outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também estão consistentemente retirando tropas do país.
Também durante o encontro, Karzai manifestou satisfação pela decisão de Obama de entregar penitenciárias a autoridades afegãs, o que era um motivo de disputas entre os dois países.
Os dois líderes, que já tiveram relações tensas, ficaram lado a lado no Salão Leste da Casa Branca, cada um eventualmente aquiescendo quando o outro falava.
Reuters