Brasília - No dia seguinte ao incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que já deixou 237 mortos, o estudante Giordano Goellner, 23 anos - ele próprio frequentador assíduo da casa noturna - disse a si mesmo que não deixaria a tragédia que abalou sua cidade natal passar em branco.
Juntamente com outros sete amigos, Goellner, que estuda administração de empresas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), decidiu criar a organização não governamental (ONG) Andradas Viva, cujo objetivo é fiscalizar, com a ajuda das redes sociais, locais de grande reunião de público e verificar se tais estabelecimentos estão cumprindo as normas de segurança previstas na legislação.
"Nosso intuito é, com a ajuda de nossos colaboradores, saber se o estabelecimento comercial está adequado às normas básicas de segurança. Para isso, vamos contar com a ajuda da nossa página na internet e das redes sociais", diz Goellner.
O nome da entidade, Andradas Viva, faz alusão à rua onde a Boate Kiss está localizada, até então um dos principais pontos de encontro de vários jovens da cidade, incluindo inúmeros estudantes da UFSM que morreram no trágico episódio.
Além da fiscalização, que inicialmente se concentrará nas casas noturnas, Goellner explica que também quer conscientizar a população sobre seus direitos e pressionar as autoridades para a alteração de leis que, em sua opinião, estão "atrasadas".
''Até o incêndio na Kiss, eu, por exemplo, não sabia quais equipamentos de segurança uma boate precisaria ter", comenta Goellner.
"Também queremos pressionar as autoridades para mudar algumas leis retrógradas, em relação, por exemplo, aos prazos longos que donos de alguns estabelecimentos têm para se adequar a certas normas, como alarmes de incêndio."
Fonte: Agência Brasil
Mudança na composição da carga horária de professores e a criação de gratificações, como a de extensão de jornada. Essas são duas das principais medidas trazidas pela Lei 20.592/12, que modifica a carreira de professores do ciclo básico do Estado. A norma, sancionada em 29/12/12, é originária do Projeto de Lei (PL) 3.461/12, de autoria do governador. Ela altera a Lei 15.293, de 2004, que institui as carreiras dos profissionais de educação básica do Estado, e a Lei 15.301, de 2004, que institui as carreiras do grupo de atividades de Defesa Social do Poder Executivo. A Lei 20.592/12 é, portanto, aplicável tanto aos professores vinculados à Secretaria de Estado de Educação (SEE) quanto àqueles de colégios Tiradentes da Polícia Militar.
A nova norma determina que um terço (8 horas) da jornada semanal de 24 horas do professor da educação básica seja voltado para atividades extraclasse, em conformidade com o previsto na Lei Federal 11.738, de 2008 (conhecida como a lei do Piso Nacional da Educação). Dentre as 8 horas, 4 serão desempenhadas em local de livre escolha do profissional, inclusive em casa, e 4 na própria escola, em atividades como capacitação, planejamento e reuniões. O restante (16 horas) será destinado à docência. Anteriormente, apenas um quarto da jornada (6 horas) era voltado para reuniões e outras atribuições específicas do cargo.
Valorização da carreira – De acordo com a secretária de Estado de Educação em exercício, Sueli Pires, a norma valoriza e consolida a profissão docente. “A lei do um terço permite aos professores ter mais trânsito fora da escola, interagir com outros grupos de estudo, além de proporcionar mais segurança para os profissionais em sua atividade em sala de aula”, afirma. Na opinião de Sueli Pires, a norma vai beneficiar, também, por consequência, os estudantes. “Ela vai assegurar professores melhores preparados para suas atividades”, ressalta.
Para a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz da Silva Cerqueira, a regulamentação da lei federal no Estado foi uma “conquista” do sindicato, algo que, segundo ela, era reivindicado desde 2008. “É muito importante para o professor que ele tenha tempo para o estudo e o planejamento de aulas. Somos profissionais que exercemos atividade complexa”, destaca.
Seguindo o que determina a Lei Federal, a norma estadual especifica que as 8 horas destinadas à jornada extraclasse sejam aplicáveis apenas a professores que desempenham atividades de interação pedagógica com alunos, como a regência de turma. Fica estabelecido, portanto, que o professor que não estiver atuando como docente cumprirá as 24 horas no exercício de suas atribuições.
Durante a tramitação do projeto de lei na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os deputados alteraram a proposta original, assegurando que atividades como o acompanhamento de estudantes em recuperação, entre outras, continuassem a ser consideradas como funções de docência. Outro benefício assegurado foi a garantia expressa na lei de que as superintendências de ensino passem a considerar o tempo de deslocamento entre escolas, no caso de professores que necessitam completar sua carga horária em outros colégios, na hipótese de não haver aulas suficientes no local em que estiver em exercício.
Extensão de jornada – A Lei 20.592/12 apresenta, também, inovações relacionadas à realização de horas-extras pelos professores, situações que a legislação designa como extensão de jornada e exigência curricular. Na extensão de jornada, o professor cumpre, temporariamente, horas que estão além de sua carga-horária efetiva. A exigência curricular, por sua vez, é a situação em que, ao assumir uma determinada turma, parte de sua carga horária ultrapassa a carga horária efetiva, mas que deve ser obrigatoriamente atribuída ao mesmo professor, para evitar que a turma tenha dois docentes para a mesma disciplina.
Com a nova norma, a extensão de carga horária deverá ser atribuída apenas a professores que realizaram o curso superior na área da disciplina a ser lecionada. Somente de modo excepcional, professores de outras áreas poderão ser contemplados com a extensão. “A medida é positiva, pois garante qualidade no ensino e valoriza os professores habilitados no conteúdo curricular exigido”, aponta Beatriz Cerqueira.
De modo geral, a extensão de carga horária passará a ser obrigatória ou opcional. Ela será obrigatória para os professores com jornada semanal inferior a 24 horas, desde que as aulas sejam destinadas a demandas da escola em que o professor trabalha e que sejam no mesmo conteúdo da titulação de seu cargo. Por outro lado, será opcional quando houver demanda da escola em conteúdo diferente da titulação do cargo do professor; em aulas de substituição; ou para professores que já cumprem as 24 horas de seu cargo.
Adicionais – Segundo a nova lei, o pagamento por regimes de horas-extras ocorrerá por meio do Adicional por Extensão de Jornada (AEJ), para professores que possuem extensão de carga horária, e do Adicional de Exigência Curricular (AEC), para aqueles que assumem aulas, de um mesmo conteúdo, que ultrapassam o limite do regime básico do profissional.
A secretária de Estado de Educação em exercício destaca esses adicionais como um outro ponto positivo da lei. “Sempre que o professor precisar cumprir extensão de carga horária, ele receberá, portanto, remuneração”, pontua Sueli Pires. Os valores do AEJ e do AEC serão proporcionais à soma do subsídio estabelecido na tabela da carreira do professor com as vantagens adquiridas do servidor. Os adicionais continuarão sendo pagos durante as férias, com base nas médias dos valores percebidos do AEJ e do AEC no ano anterior.
Na Assembleia Legislativa, antes da votação do projeto de lei que originou a nova norma, os parlamentares mudaram pontos do texto original, garantindo, ainda, a possibilidade de escolha do professor sobre a incidência ou não de contribuição previdenciária sobre esses adicionais. “Isso foi uma reivindicação do sindicato. Se fosse obrigatória a contribuição, professores que não poderão levar os adicionais para a aposentadoria teriam um desconto desnecessário no salário”, acredita o deputado Rogério Correia (PT). Para Beatriz Cerqueira, a contribuição compulsória só traria benefícios para parte da categoria. “Cada professor vai ter que fazer a contagem do tempo de serviço e da idade, para ver se vale a pena contribuir e melhorar a média do cálculo da aposentadoria”, enfatiza.
Carga horária inferior a 24 horas: ampliação x integração de carga horária
Um outro destaque da nova norma refere-se ao caso de professores que possuem carga horária menor que a definida semanalmente (24 horas). A lei mineira especifica duas possibilidades para elevar o número de aulas: a “ampliação de carga horária” e o novo mecanismo chamado “integração de carga horária”. A ampliação ocorrerá mediante requerimento e anuência da SEE, na hipótese em que o professor assumir aulas originárias de cargo vago (aposentadoria ou remoção) e no mesmo conteúdo da titulação de seu cargo. Após a alteração, a carga horária não poderá ser reduzida, salvo a pedido do professor.
Já a integração consiste na incorporação, definitiva, da média da carga horária exercida nos últimos dez anos a título de extensão de jornada às horas de trabalho do professor, desde que, no período, tenha havido a opção pelo recolhimento da contribuição previdenciária incidente sobre o AEJ.
O mecanismo da integração ocorrerá, também, durante a aposentadoria do servidor (com direito à paridade), e de forma ainda mais ampla, visto que incidirá, ainda, sobre as horas cumpridas em exigência curricular. Para isso, também é preciso que tenha havido a opção pela incidência de contribuição previdenciária sobre o AEC. Outra novidade da integração é que ela pode ocorrer de modo proporcional, caso o professor não tenha completado dez anos de incidência previdenciária sobre o AEJ ou AEC no momento de sua aposentadoria. Para tanto, é necessário que tenha havido, pelo menos, seis anos de contribuição previdenciária sobre os referidos adicionais.
Negociação na ALMG – O deputado Lafayette Andrada (PSDB) atribui os bons resultados da nova lei ao diálogo e à compreensão mútua entre o sindicato e os poderes Legislativo e Executivo, por meio da Secretaria de Educação e da Secretaria de Planejamento. “O trabalho de aproximação e parceria com representantes do Sind-UTE contribuiu efetivamente para o bom andamento dos trabalhos”, acredita.
Para Rogério Correia, a discussão na Assembleia sobre o então projeto de lei foi um processo positivo. “Agimos para mediar uma negociação entre governo e sindicato. Fizemos, também, audiência pública na Assembleia sobre o tema, sendo possível avançar no projeto inicial”, reforçou o deputado. Na opinião de Beatriz Cerqueira, foi fundamental a participação da Assembleia no diálogo e nas negociações para a aprovação da lei.
São Paulo – Uma manifestação reuniu na tarde de hoje (3) cerca de mil gestantes, mães e doulas na Avenida Paulista. A marcha promovida pelo Movimento de Humanização do Parto pediu a liberação da presença das doulas (acompanhantes treinadas para oferecer à gestante suporte físico e psicológico durante o parto) nas maternidades, sem que essas profissionais precisem ocupar a única vaga de acompanhante, normalmente preenchida pelo pai do bebê.
O protesto, que teve início às 13h, em frente ao Edifício da Gazeta, percorreu a Avenida Paulista em direção ao Hospital Santa Joana, onde os manifestantes entregaram uma carta com as reivindicações e um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas.
Segundo o movimento, o Grupo Santa Joana, responsável pelo Hospital e Maternidade Santa Joana e a Maternidade Pro Matre Paulista, fez um recadastramento de doulas para a participação em partos normais, mas exigiu que elas tenham formação de enfermeira, psicóloga, terapeuta ou fisioterapeuta.
Porém, de acordo com Ana Cristina Duarte, uma das organizadoras do movimento, para ser doula, a mulher precisa apenas de um curso de capacitação. “Eles [Grupo Santa Joana] criaram um cadastro que não é de doulas. É de enfermeiras, psicólogas, terapeutas. As doulas continuam sendo limitadas na sua atuação”, disse.
Para Ana Cristina, a presença da doula é importante, pois colabora para a diminuição do número de cesáreas, dos procedimentos invasivos, além de trazer segurança à futura mãe. “A doula oferece todo tipo de medida de conforto, através de palavras, de toque, massagem, encorajamento”, informou.
Thielly Soengas, 28 anos, conta que teve uma primeira gestação traumática. “Meu médico falava que não tinha necessidade [da doula], mas na hora do parto eu senti que faltava alguma coisa. Tive muitas dúvidas, desespero, falta de amparo, acolhimento.”
Passados dois anos, Thielly teve o segundo filho, hoje com 11 meses, amparada por uma doula. “Esse acolhimento, esse contato próximo, fez toda a diferença. Não bateu aquele medo.”
Depois da experiência, Thielly decidiu se tornar uma doula voluntária e ajudar outras mães. Ela participa de grupos de apoio, que promovem reuniões semanais, em que as gestantes recebem apoio e esclarecimentos.
Dorothe Kolena, uma das doulas que atuam há mais tempo no Brasil, concorda com os benefícios trazidos pelo trabalho dessas profissionais. “A presença delas, o suporte, diminui a chance de a mulher ter um procedimento invasivo. Diminuem os pedidos de anestesia. É uma forma muito bacana e não invasiva de se melhorar o quadro obstétrico do Brasil”, explica Dorothe, que é doula há 13 anos e aplica acupuntura nas gestantes com as quais trabalha.
Na capital paulista, 300 mulheres atuam como doulas, sendo que 100 delas fazem o trabalho voluntariamente. De acordo com Ana Lúcia Keunecke, advogada do movimento, o Santa Joana e o Pro Matre Paulista são as maternidades com maior índice de cesarianas do município.
O Grupo Santa Joana informou, por meio de nota, que o recadastramento das doulas faz parte das atualizações do grupo, que vem revisando constantemente seus procedimentos internos em prol dos pacientes. As doulas credenciadas poderão participar dos partos normais feitos na Unidade para Parto Normal. As doulas que não tiverem realizado o cadastro poderão ter acesso ao local como acompanhante, conforme opção da paciente. Nesse caso é permitido apenas um acompanhante por gestante.
Em outubro de 2012, a Agência Brasil publicou o especial Casas de Parto: Centros de Vida, uma série de matérias para mostrar o atendimento às gestantes que dispensam intervenções médicas ou cirúrgicas e buscam alternativas para dar à luz de maneira mais natural.
Fonte e fotos: Agência Brasil
Na última quarta-feira, 30 de janeiro, a Polícia Militar em Cataguases e fiscais da Receita Estadual realizaram uma blitze educativa nas avenidas Veríssimo Mendonça e Astolfo Dutra. Pela PM a Patrulha de Trânsito foi comandada pelo Sargento Nascimento e o trabalho esteve voltado para a vistoria de documentos do veículo de porte obrigatório, além de busca no interior de cada automóvel fiscalizado. Paralelamente, fiscais da Receita Estadual informavam sobre o IPVA 2013. O objetivo, de acordo com a PM foi mostrar a importância de andar com a documentação do veículo em dia.
Segundo ainda a Polícia Militar, foram fiscalizados trezentos veículos. Do total, sete foram removidos ao Pátio do Auto Socorro Dois Irmãos, credenciado pelo Detran-MG e outros dez foram notificados por apresentarem algum tipo de irregularidade. As blitze de trânsito, ainda conforme informação prestada pela PM, são realizadas com o objetivo de garantir aos cidadãos que trafegam pela cidade “tranquilidade e o menor risco possível de sofrerem prejuízos físicos e materiais no envolvimento de acidentes”. Má conservação do veículo, falta de habilitação do condutor e não pagamento do IPVA, seguro ou taxa de licenciamento, são as principais irregularidades verificadas nestas fiscalizações.
Fonte e fotos: Setor de Comunicação da 146ª Cia. Esp. Polícia Militar
A Administração Fazendária, órgão ligado à Secretaria de Estado da Fazenda, divulgou nesta semana os valores arrecadados com o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) em Muriaé no ano de 2012. O montante ultrapassou os R$ 15 milhões.
Entre janeiro e dezembro, somente com o IPVA, foram recolhidos R$ 14.921.357,96. Adicionando-se os valores de multas e juros de impostos atrasados, o valor final arrecadado no ano chega a R$ 15.857.971,90.
Este total é dividido, já no momento do pagamento, para três destinos: o município tem direito a 40% (R$ 6,3 milhões), o Estado a 40% (R$ 6,3 milhões) e o restante, 20% (R$ 3,17 milhões) são destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Muriaé em 2012 contava com uma frota de 32.090 veículos pagantes do IPVA. De acordo com a chefe da AF, Flávia Rodrigues Christo, a arrecadação ficou abaixo do esperado. Ela revela que, sem levar em conta o pagamento de IPVAs atrasados, a expectativa de arrecadação no município era de R$ 13,4 milhões, mas o valor arrecadado foi de pouco mais de R$ 12,7 milhões.
Fonte: Jornal de Muriaé
Foto: Guia Muriaé