A uva, esse objeto redondo de desejo, move a indústria e o turismo gastronômico no Rio Grande do Sul. O Estado produziu 634 milhões de quilos de uva na safra de 2008, segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). É cacho para encher estádios, colhidos em propriedades pequenas, médias ou grandes. Quase 90% das empresas vitivinícolas gaúchas estão localizadas ao norte, na Serra, no Vale dos Vinhedos e cidades vizinhas. A paisagem bonita, que lembra a Itália nas colinas com parreirais, na arquitetura e nos sotaques dos descendentes de italianos, recebe milhares de turistas a cada estação para degustar vinhos, espumantes, sucos de uva e produtos coloniais como queijos e salames.
Tudo acontece nas próprias vinícolas, que abrem suas portas, na zona rural, para leigos e especialistas no tema da enofilia, que é o amor pelo vinho. Mesmo uma degustação rápida vai testar as diferenças de sabor de uvas como a Tannat, a Cabernet Sauvignon e a Merlot, para os tintos, ou Chardonnay, Malvasia e Riesling, para os vinhos brancos. Uma visita guiada pode apresentar os métodos de fabricação de espumantes, como o charmat (refermentação em tanque) e o champenoise (refermentação na garrafa). Num curso ou conversa mais longa com enólogos, o visitante descobre que bouquet não é flor no plural, mas a sensação olfativa que um vinho mais complexo deixa experimentar, como aroma de pimenta ou cravo. Basta um final de semana na companhia de barricas de carvalho para o turista segurar a taça de outro jeito e começar a cheirar até rolha.
O chamado Vale dos Vinhedos compreende áreas dos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, a cerca de 130 km de Porto Alegre. Próximas dali, as cidades de Flores da Cunha, Caxias do Sul e Farroupilha também são importantes produtoras de uva. Bento Gonçalves é ponto de partida também para um roteiro especial, Vinhos de Montanha, no distrito de Pinto Bandeira, enquanto um circuito diferente mas de nome parecido, Vinhos dos Altos Montes, visita cantinas de Flores da Cunha e Nova Pádua.
Para quem vem de longe, alugar um carro permite circular entre dezenas de vinícolas nas rodovias e "linhas", as estradinhas sinuosas, e ainda conhecer recantos mais exclusivos, com as casas e sobrados dos Caminhos de Pedra, projeto que preserva as origens dos primeiros imigrantes italianos, erguidas no final do século 19 e começo do século 20. Tem a Cantina Strapazzon, de 1880, toda em pedra irregular, a Casa Merlin, com 43 janelas e portas nas fachadas, a Casa das Massas, de 1935, com restaurante e degustação de chá e biscoitos, em três andares de madeira, e várias outras para visitar ou apenas registrar na memória, nas fotos.
Considerando o poder etílico do enoturismo, uma alternativa de transporte são os traslados das agências de receptivo, cujos passeios de um turno ou dia inteiro propõem uma combinação de vinícolas, restaurantes, lojas e lugares históricos, como a Igreja São Bento, em forma de pipa gigante. Dá para misturar tintos, brancos, espumantes e grappas nas degustações, sem medo de precisar dirigir na volta. Existem pacotes que privilegiam a alta gastronomia, em jantares exclusivos, com a presença de chefs e sommeliers.
Principal produtora de vinhos e espumantes do Brasil, a região do Vale dos Vinhedos obteve em 2007 o reconhecimento, pela União Europeia, de seu Selo de Indicação de Procedência. Desde então, com o selo de qualidade IPVV colado no gargalo, cresceram a participação e a premiação dos vinhos gaúchos em concursos internacionais. O know-how é longo: a primeira cooperativa vinícola brasileira surgiu ali, nos anos 30 do século 20. As uvas e o trabalho braçal para fazer o vinho deram a primeira indústria para Caxias do Sul e região. A cidade celebra a sua Festa da Uva desde 1931, há quase 80 anos.
Essa tradição ampliou os roteiros turísticos e criou uma diversificada estrutura de hospedagem. Há pousadas simples ou luxuosas, hotéis com instalações modernas e o sonho de consumo de qualquer amante do vinho: a hospedagem na própria vinícola, com vista desde a janela do quarto para as curvas sem fim dos parreirais, que ficam especialmente animados na época da colheita, de janeiro a março.
No extremo Sul, cada estação do ano traz temperaturas diferenciadas. Visitar as vinícolas de junho a agosto agrega o charme extra da neblina e do frio, convidando os visitantes a se demorarem diante da fartura das refeições nas cantinas. As temperaturas amenas do outono e primavera facilitam a vida nas trilhas a pé, de bicicleta e o circuito das atividades ao ar livre no Vale do Rio das Antas, especialmente o rafting. Os meses de calor tornam mais atraentes as borbulhas geladinhas da Rota dos Espumantes, e quem visita o Vale dos Vinhedos de novembro a janeiro pode espichar a viagem até Gramado e Canela, a 120 km, para conferir a decoração ultraespecial de Natal.
Mas são os meses da colheita, de janeiro a março, os mais divertidos. Eles coincidem com as maiores festas, a Fenavinho, em Bento Gonçalves, e a Festa da Uva, em Caxias. Junto com pelotões de moradores, os turistas também podem botar a mão na massa, ou melhor, nos cachos que enchem os cestos rumo às fábricas. É a hora de descobrir todos os roxos, rosados e verdes do universo, os aromas, açúcares e texturas dos grãos, notar que uvas comuns fazem os vinhos de mesa e uvas nobres são reservadas para vinhos finos. Na vindima, os parreirais que exibiam os galhos secos no inverno explodem em cores e cheiros. Acostumados com a beleza da paisagem, com aquela Toscana subtropical no quintal de casa, os trabalhadores ainda temperam a colheita bebendo vinho desde a manhã, nos lanches com pão, salame e queijo antes do almoço.
Em qualquer época do ano, não custa trazer na bagagem uma certa disposição para ficar alegre no Vale dos Vinhedos. As altitudes superiores a 650 m da região estimulam a observação das coisas sob outros pontos de vista. Uma síntese da alegria se exibe nos trajetos de uma hora e meia da Maria Fumaça, em que atores, músicos e dançarinos interagem com os passageiros.
O vinho revela, já diziam os filósofos da Antiguidade, milênios antes da qualidade da bebida de Baco (para os romanos) ou Dioniso (para os gregos) começar a ser medida com pontos e decimais. Revela afetos, angústias, talentos insuspeitos. É comum ver gente dispensar a sobremesa do sagu para sair bailando nas cantinas. Já aconteceu de turistas pedirem garçons e músicos em casamento, ou vice-versa. Volta e meia alguém repete a taça, ganha coragem, sai da mesa e pede à banda para tocar o acordeão de sete baixos, um tango ou uma valsa do folclore alemão, para variar o repertório de tarantelas. A animação ali resulta de uma assemblage de humores, dos colonizadores italianos, esses românticos, e da irreverência local, que elege qualquer tema como motivo de gozação, de trocadilho. É claro que até o final do dia alguém vai dizer que os hóspedes do spa do vinho saem de lá se sentindo umas uvas.
Fonte: http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/vale-dos-vinhedos.jhtm
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Agência Brasil
Brasília - Uma caminhada e um ato político em frente à Praça dos Três Poderes encerram hoje (21) as atividades do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil. A saída será às 9h na Catedral.
Durante três dias, cerca de mil mulheres de vários pontos do país participaram de debates sobre o registro civil para as camponesas, o fim da violência contra a categoria e a produção de alimentos saudáveis, entre outros assuntos. O tema do encontro foi Na Sociedade Que a Gente Quer, Basta de Violência contra a Mulher.
Às 8h, as camponesas farão a leitura coletiva da declaração final do encontro. No documento, elas assumem o compromisso com a construção de relações de igualdade entre os seres humanos e a natureza, com a produção agroecológica de alimentos diversificados, além do fortalecimento das organizações populares, feministas e de trabalhadoras.
A Coreia do Norte reforçou suas defesas contra um Estados Unidos "hostil" com seu terceiro teste nuclear, disse o país nesta quinta-feira, lembrando que nações que cederam à pressão dos EUA para abandonar planos nucleares sofreram "trágicas consequências".
A Coreia do Norte realizou na semana passada seu maior teste nuclear até agora, em desafio às resoluções da ONU, e recebeu advertências de sanções mais duras contra o Estado isolado e empobrecido e seu jovem governante, Kim Jong-un.
A Líbia abandonou seu programa nuclear em 2003, em uma tentativa de melhorar as relações com os Estados Unidos, e mais tarde viu o líder Muammar Gaddafi ser deposto em uma revolta que foi apoiada militarmente por Washington.
Em aparente referência à Líbia, a Coreia do Norte disse que nunca recuou.
"As consequências trágicas nos países que abandonaram seus programas nucleares pela metade... provam claramente que a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) foi muito perspicaz e certa quando fez a opção (nuclear)", disse a agência de notícias KCNA, da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte disse à China, sua única grande aliada, que planeja realizar mais testes nucleares, de acordo com uma fonte com ligações estreitas com as lideranças de ambos os países.
O país realizou o último teste em resposta à sanções mais rígidas impostas pela ONU em janeiro, depois que o país lançou um foguete de longo alcance no ano passado, em um movimento que críticos disseram que foi concebido para comprovar a tecnologia de um míssil balístico intercontinental.
A Coreia do Norte recentemente intensificou sua retórica contra a Coreia do Sul, ameaçando destruir o vizinho rico e democrático.
A maioria das avaliações militares sugere que a Coreia do Norte perderia qualquer guerra contra o Sul apoiado pelos EUA, e que seus líderes não correriam o risco de iniciar um grande conflito.
Em 2010, a Coreia do Norte foi acusada de afundar um navio militar sul-coreano e no mesmo ano bombardeou uma ilha sul-coreana, matando quatro pessoas, incluindo dois civis.
Fonte: Reunters
O projeto Terminais Metropolitanos, lançado recentemente, tem como objetivo melhorar o transporte público de passageiros e aumentar a mobilidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), reduzindo o tempo de viagens e encurtando as distâncias. O investimento do Governo de Minas no programa é de R$ 187 milhões.
“Nós sabemos que o trânsito na Região Metropolitana de Belo Horizonte é um trânsito muito complexo e é uma grande responsabilidade do Estado pelo transporte entre os municípios, que na região metropolitana se chama transporte metropolitano. Estamos construindo agora 13 terminais metropolitanos que vão permitir que os passageiros sejam levados a esses terminais em ônibus das linhas comuns e ali eles transbordem para ônibus expressos ou semi expressos, inclusive do BRT, que é o tipo mais rápido de ônibus que está sendo instalado na capital e que vai permitir uma maior velocidade ao alcançar o Centro da cidade”, afirma Antonio Anastasia no programa Palavra do Governador desta semana.
Os locais para a construção dos terminais foram escolhidos tendo em vista reduções de percursos, tempo de viagem e número de veículos em circulação no centro da capital.
“O objetivo é ao mesmo tempo diminuir o tempo de deslocamento, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, dar mais conforto e segurança e também, é claro, retirar um grande número de ônibus das avenidas e das ruas, o que vai dar mais fluidez ao tráfego. Nós estamos priorizando o transporte coletivo e, é claro, facilitando muito a vida das pessoas”, explica o governador.
A série de obras - como a construção dos terminais metropolitanos, a implantação do BRT e a ampliação do Metrô de Belo Horizonte – vai facilitar ainda mais o deslocamento na capital mineira e entorno.
“Os recursos necessários para as obras do Metrô nas duas linhas de superfície e na linha subterrânea já estão identificados. Cerca de R$ 1 bilhão será transferido pelo governo federal, o Governo do Estado está levantando um empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de R$ 750 milhões e ainda vai alocar recursos do seu orçamento, como também a Prefeitura de Belo Horizonte. Portanto, com o BRT, com os terminais metropolitanos, com o metrô, com as obras viárias que fizemos e as novas que estamos fazendo, certamente vamos melhorar muito o trânsito na região metropolitana de Belo Horizonte”, conclui Anastasia.
O Palavra do Governador pode ser reproduzido por qualquer veículo de imprensa, sem ônus e de forma espontânea. O Programa é disponibilizado todas as quintas-feiras nas modalidades texto (para jornais impressos e online), áudio (para rádio e pudicas/web) e vídeo (em qualidade HD).
Fonte: Agência Minas